A poética no documental, performance e experimentalismo

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"Livrai-nos de todo o mal", de Wagner Almeida

O viés poético e sensível presentes na fotografia documental, a recusa de obviedade em uma foto performance e a engenhosidade de um trabalho Pinhole, nortearam o olhar da comissão que se reuniu durante três dias, antes de anunciar o resultado da premiação, divulgada na última sexta-feira.

Este ano, o Prêmio Diário, mais uma vez, recebeu trabalhos vindos de várias regiões do país. Além de três premiados, mais 22 foram selecionados e estarão expostos a partir do dia 26 de março, na Casa das Onze janelas.

A artista Maria Helena Bernardes (RS), o fotógrafo Luiz Braga (PA) e o artista visual Armando Queiroz (PA) elegeram como trabalhos premiados deste 4º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, a série “Livrai-nos de todo”, do repórter fotográfico Wagner Almeida (PA) – Homem Cultura Natureza; a obra performática “Derrelição”, de Daniela Alvez e Rafael Adorján (RJ) – Diário Contemporâneo; e a experimental “Cobogó”, de Emídio Contente – Prêmio Diário do Pará.

“Os três trabalhos premiados possuem humanidade e de delicadeza, inclusive em cenários onde não se espera isso. Premiamos um fotógrafo que tem um trabalho de fotojornalismo policial. Aliás, eu esperava isso há algum tempo. Alguém que fizesse desse drama urbano, dessa mortandade de jovens, uma realidade que está aí no dia a dia da cidade e que acompanho pelo jornal, um tema a ser tratado de forma séria, mas com delicadeza, sem fazer daquilo algum tipo de panfleto ou um tipo de apologia, e que fosse além do próprio drama. Wagner tratou este tema tão difícil”, disse Luiz Braga.

“Ficamos muito felizes. O Wagner Almeida é um profissional que trabalha com um tema dificílimo e tem uma experiência com cenas de crime, o que ele transcende, tratando com delicadeza, humanidade e solidariedade aqueles corpos que ele fotografa, quase como que os cobrindo e os aquecendo com aquela luz, os trazendo à vida novamente, com carinho, respeito e muita sutileza”, considera Maria Helena Bernardes.

“É um trabalho potente, o que ele apresenta pra todos nós, uma realidade difícil de você encarar. Feito à maneira dele, o trabalho apresenta delicadeza no trato com o humano, e isso o fez pontuar para esta premiação. Existe um olhar ali que compartilha a morte, que talvez seja o momento de maior fragilidade do ser humano. Certamente ele não vê ali apenas um apanhado de carne, ossos e sangue. Há um olhar compassivo, que vê o humano que esta ali. Isso pra mim é importantíssimo, fundamental”, comenta Armando Queiroz.

"Derrelição", de Daniela Alves e Rafael Adorján

Longe de obedecer a cartilha do que se pressupõe arte moderna e contemporânea, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia buscou mais o resultado do que julgou a técnica utilizada para obter o resultado fotográfico, imagético da obra. É o caso de “Derrelição”, de Daniela Alves e Rafael Adorján.

“A forma como foi conduzido e dirigido este trabalho foi muito feliz, e acabamos tendo uma foto performance de qualidade para a premiação contemporânea. Hoje em dia, trabalhos como este, para me encantar, precisa ter o diferencial e este trabalho tem. Isso passa pela delicadeza com que a figura feminina se insere na fotografia, sem nenhuma apologia à ruína. Este trabalho passa por cima disso com uma delicadeza que, quando você se dá conta, está envolvido, e, ao mesmo tempo, tem um estranhamento bem saudável”, afirma Luiz Braga.

“Vemos uma densidade ali naquelas ruínas. Percebemos naqueles destroços, os destroços da própria alma humana. Não somente o espaço externo, em que foi feita a ação performativa”, reflete Armando.

“É trabalho apuradíssimo de direção cênica, numa determinada locação e que junta duas categorias, a foto de paisagem urbana, com a performance. Os autores trabalharam maravilhosamente as duas formas de expressão, transformando o resultado em uma unidade belíssima e impactante. Foi uma surpresa pra mim que não conhecia o trabalho desses artistas. Muito legal pois agora eu terei o prazer de acompanhá-los aí pelo Brasil”, diz Maria Helena .

Em nenhum momento, o suporte de uma fotografia expandida foi determinante para a decisão do júri, ao contrário, a ligação das formas apresentadas com o aprofundamento da poética de cada um dos trabalhos foi o que fez valer um resultado, em que a comissão buscou a essência de cada trabalho.  Assim, Emídio Contente ganha na categoria local, ao trazer em seu trabalho pesquisa e estratégia construída.

“Ele busca meios muito simples para produzir a imagem fotográfica. Através dos seis furos de um tijolo, ele nos faz olhar, por frestinhas, para cantos da cidade que ninguém vê, mas que ele olha com muita sensibilidade. Trata-se de um jovem fotógrafo do Pará, que logo será um jovem artista brasileiro e reconhecido. Ele tem uma bela trajetória aí pela frente”, acentua Maria Helena.

"Cobogó", de Emídio Contente

Emídio utiliza o tijolo como um elemento de captura de imagem, que é também interessante, mas não é tudo. “Não privilegiamos a maneira como se faz esta captura, focamos na qualidade e na poesia que há no trabalho. E este resultado final nos tocou”, complementa Armando Queiroz.

“O experimentalismo norteou esta obra. O Emídio utiliza a técnica do Pinhole com uma propriedade, uma sabedoria que realmente me encantou. O trabalho dele é feito com um tijolo de seis furos, trazendo a questão temporal, das imagens terem sido feitas em tempos de exposição diferentes, produzindo imagens diferentes, em tempos diferentes, mas do mesmo cenário. Realmente é encantador”, conclui Luiz Braga.

Para Maria Helena, de maneira geral, não só os fotógrafos premiados, nos quais se destacam aspectos da arte brasileira, os demais participantes também trazem obras de primeira linha. Embora nem tudo tenha tido força para sustentar uma ideia e entrar na exposição, a maioria das inscrições deste ano trouxe trabalhos de qualidade e maturidade.

Não foi tarefa fácil, mas depois de examinar todos os trabalhos, de forma disciplinada, a comissão chegou ao resultado que considera um retrato surpreendente da produção de imagem na arte contemporânea brasileira. “Teremos uma exposição belíssima pela frente”, finaliza Maria Helena.

“Tiramos o que trazia certos maneirismo e fórmulas que algumas pessoas que até por desinformação ou imaturidade se apegam pra ver se cola a estampa de contemporâneo, quando a contemporaneidade não se faz na forma ou com fórmula. É preciso ter alma. Então eu acho que as imagens que estão aí têm isso de uma maneira muito bacana. É uma procissão de luz o que a gente vai ver”, arremata Luiz.

Realizado pelo Jornal Diário do Pará, a partir de Belém do Pará, com patrocínio da vale e do shopping Pátio Belém, o prêmio já conquistou grande prestígio junto a profissionais que inclusive vêm sendo premiados pelo país.

“Belém, com sua excelência em fotografia, assim como os grandes centros estão representados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia, entre os classificados, e ainda outros estados que estiveram presentes na inscrição. O Norte, porém, com exceção do Pará ainda pouco se apresenta, mas é papel de todos nos buscar esta integração maior”, conclui Armando.

Diário Contemporâneo divulga premiados e selecionados

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Os 25 trabalhos que irão compor a exposição do 4º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia foram selecionados, após três dias de avaliação das obras inscritas este ano. A comissão julgadora, formada pelo fotógrafo Luiz Braga, pelo artista visual Armando Queiroz e pela artista plástica Maria Helena Bernardes, chegaram a um consenso no final da tarde desta sexta-feira, 22, e escolheram duas obras paraenses e uma carioca para a premiação, além de mais 22 trabalhos que integrarão a exposição que será aberta no dia 26 de março na Casa das Onze Janelas.

Partindo do tema “Homem Cultura Natureza”, os trabalhos inscritos vieram de todas as regiões do país, mas este ano o Pará foi o que mais pontuou na opinião do júri, que selecionou sete e premiou mais duas obras locais. Também irão compor a mostra principal, fotografias da São Paulo (8), Rio de janeiro (2), Minas Gerais (2), Pará (7), Rio Grande do Sul (2) e Bahia (1). Ao longo da próxima semana, o site publicará entrevista com os premiados e com os integrantes da comissão de seleção.  Veja abaixo a lista completa dos fotógrafos premiados e selecionados.

PREMIADOS:

Prêmio Homem Cultura Natureza – Wagner Nascimento de Almeida (Belém/PA);

Prêmio Diário Contemporâneo – Daniela Alves e Rafael Adorjan Tindó (RJ);

Prêmio Diário do Pará – Francisco Emídio Contente Pereira dos Santos (Belém/PA).

SELECIONADOS:

  1. Ana Maria de Oliveira Mokarzel (Belém/PA);
  2. Adrio Denner Santos de Sousa (Santarém/PA);
  3. Amanda Amaral (São Paulo/SP);
  4. Carolina de Goés Amadeu (Porto Alegre/RS);
  5. Danielle Fonseca do Nascimento (Belém/PA);
  6. Fabio Cançado de Oliveira (Belo Horizonte/MG);
  7. Gui Mohallem (São Paulo/SP);
  8. Heber Bezerra (Ouro Preto/MG);
  9. Ismael Agliardi Monticelli (Cachoeirinha/RS);
  10. José Eduardo Nogueira Diniz (Rio de Janeiro/RJ);
  11. Leonardo do Vale Bitar (Belém/PA);
  12. Leticia Ranzani (São Paulo/SP);
  13. Lucio Flávio Santos Adeodato (Salvador/BA);
  14. Larissa Pinho Alves Ribeiro (Rio de Janeiro/RJ);
  15. Mariana Mifano Galender (São Paulo/SP);
  16. Maura Castanheira Grimaldi (São Paulo/SP);
  17. Mateus Nogueira de Farias Moura (Belém/PA);
  18. Marcio Marques de Carvalho (São Paulo/SP)
  19. Maria Betânia Pereira Barbosa (Belém/PA);
  20. Pedro Adalberto da Cunha Neto (Belém/PA);
  21. Renan Teles de Melo (São Paulo/SP);
  22. Ricardo Hantzschel (São Paulo/SP).

Areal no 4º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia

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Multiplicidade de meios, dissolução de linguagens e a interrogação acerca do que se tem como visibilidade e exposição são algumas das ideias que configuram o campo de interesses do projeto “Areal”, criado por Maria Helena Bernardes e André Severo, em 2000, e tema da palestra que acontece nesta quinta-feira, às 19h, no Instituto de Artes do Pará, com entrada franca, como parte da programação desta edição do Diário Contemporâneo de Fotografia.

Em Belém desde a última terça-feira, 19, a artista e pesquisadora, gaúcha, também está participa da comissão de seleção os trabalhos inscritos no prêmio, junto ao fotógrafo Luiz Braga e do artista visual Armando Queiroz. Até sexta-feira desta semana, eles estão reunidos em processo de avaliação para chegar às obras que serão premiadas e demais trabalhos que irão compor a mostra principal do evento, a ser aberta na Casa das Onze janelas, no dia 26 de março.

Na palestra desta quinta, Maria Helena vai compartilhar com o público sua experiência com o Areal, um projeto em arte contemporânea brasileira cujas principais vertentes de atuação são o suporte à produção de artistas convidados e a publicação da série de livros Documento Areal.

Como parte da ação, haverá também um recital de leituras de textos do livro “Histórias de Península e Praia Grande-Arranco”, acompanhadas por viola caipira executada pelo músico Fernando Mattos que também está em Belém, seguido da projeção do filme “Arranco”, de André Severo.

O projeto surgiu das discussões realizadas por seus proponentes durante uma série de viagens pelo Rio Grande do Sul. Assim, Areal toma da Metade Sul do Estado, a imensidão de campos, água e areia como símbolo dos limites cada vez mais imprecisos das artes visuais como disciplina na atualidade.

Do projeto, partem os meios para que se realizem investigações artísticas intensivas e a proposta de uma ocorrência de arte sem mediação, resgatando ao primeiro plano a experiência direta entre arte, artista e público.

Em Areal, a autonomia de decisão sobre locais e condições de realização dos trabalhos cabe integralmente aos artistas, pois o eixo do projeto reside na abertura às proposições de tempo, local, meio e espaço que expandem continuamente a definição de arte, do centro do trabalho artístico para sua exterioridade.

Através da publicação da série Documento Areal, voltada à divulgação dos trabalhos de seus participantes, bem como de outros textos relativos à arte contemporânea, Areal possibilita que a autoria do artista seja estendida a todas as etapas concernentes a seu trabalho, o que abrange desde a fase embrionária de cada proposta, até a concepção das publicações que documentam, ou são relativas, às obras realizadas no âmbito do projeto.

Serviço

Palestra Projeto Areal. Dia 21 de fevereiro, às 19h, no Instituto de Artes do Pará. Entrada franca. Mais informações: Rua Gaspar Viana, no Rua Gaspar Viana, 773 – Reduto Belém –PA ou pelos telefones (91) 31849327/83672468. E-mail contato@ diariocontemporaneo.com.br. Site: www.diariocontemporaneo.com.br. Patrocínio Vale e Shopping Pátio Belém. Apoios Secult, Sistema Integrado de Museus, MUFPA – Museu da UFPA – e Instituto de Artes do Pará.

Diário contemporâneo recebe as últimas inscrições

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Último dia para se inscrever no 4º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia que este ano traz como tema “Homem Cultura Natureza”. A relação entre estes três elementos, sem barreiras, tem como proposta pensar estes assuntos a partir da região brasileira, onde a natureza é sempre representada de modo idealizado e exótico. Uma ótima oportunidade de trabalhar as representações visuais que marcam não só a imagem que se tem da Amazônia, ou do Nordeste, por exemplo, em relação à cultura brasileira, mas também a imagem do Brasil em relação ao imaginário que se tem dele no mundo.

As inscrições encerram nesta sexta-feira, 15. Os inscritos irão concorrer a três prêmios no valor de R$ 10 mil: “Prêmio Homem Cultura Natureza”, destinado a todos os artistas selecionados que apresentem trabalhos de abordagem documental, voltados ao cotidiano – região, paisagem ou comunidade – ou originados de um projeto específico de documentação; o “Prêmio Diário Contemporâneo”, que escolherá a obra fotográfica que melhor apresente relações com outras linguagens e suportes – instalação, vídeo, objeto, performance, ou ainda proponha novas sintaxes na representação fotográfica e o “Prêmio Diário do Pará”, para o fotógrafo (a) paraense e/ou residente e atuante no Pará (por pelo menos três anos), cuja obra traga a melhor poética e proposta conceitual entre as demais inscritas.

Além dos premiados, a exposição que resultará do 4º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, terá reunindo todos os trabalhos que forem selecionados, a partir da ideia de natureza como linguagem e cultura. A mostra do artista convidado, que contemplará a obra da fotógrafa paraense Walda Marques, será realizada no Museu da UFPA, que este ano também abrigará uma outra mostra, com trabalhos convidados, representativos da produção contemporânea paraense de fotografia.

A realização é do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale e shopping Pátio Belém, com apoio institucional da Casa das Onze Janelas do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) e IAP.

Serviço

Mais informações sobre o 4º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia: Rua Gaspar Viana, no Rua Gaspar Viana, 773 – Reduto Belém –PA,em horário comercial. Ou pelos telefones (91) 31849327/83672468. E-mail contato@ diariocontemporaneo.com.br. Edital, ficha de inscrição e programação de palestras e oficinas gratuitas no site: www.diariocontemporaneo.com.br

Histórias e imagens na arte contemporânea

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A pesquisadora Maria Helena Bernardes, artista plástica, cronista e professora de História e Teoria da Arte na Arena, na Associação de Arte e Cultura, sediada em Porto Alegre estará este mês em Belém participando da programação do 4º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.  Como palestrante, ela apresentará o Projeto Areal, que vem desenvolvendo com André Severo há 13 anos e no mini curso, discutirá a narrativa e a imagem na arte contemporânea. A pesquisadora também vai integrar o júri da quarta edição, que ainda está inscrevendo até 15 de fevereiro.

O projeto Areal mantém ações de artistas em viagens e uma série de livros de artistas, intitulada, “Documento Areal”.  O público da palestra vai conehcer um dos trabalhos desenvolvidos pelo projeto, através de um recital que reunirá a leitura do livro “Histórias de Península e Praia Grande-Arranco”, acompanhadas por viola caipira executada pelo músico Fernando Mattos, além da projeção de filme “Arranco”, de André Severo.

O livro é considerado por André e Maria Helena como uma das experiências mais representativas do que seja o Projeto Areal, tendo resultado de uma série de viagens dos dois artistas pelo litoral do extremo  Sul do Brasil, onde reuniram histórias e imagens, que traduzem aquela ponta quase invisível do Brasil, cuja paisagem e costumes são particulares de uma situação que apenas recentemente sai do isolamento. Para participar da palestra, não é necessário fazer inscrição. A entrada é franca. No dia 21 de fevereiro, às 19h, no Instituto de Artes do Pará.

Imagens e Narrativas – O minicurso “Participação da Narrativa e da imagem na arte contemporânea” acontece de 25 a 27 de fevereiro, no Museu da UFPA. Também é gratuito, mas para participar é preciso se inscrever até dia 22 de fevereiro.

“Vou apresentar de forma aberta e destinadas um panorama da arte de agora com foco mais centrado em artistas que ‘contam histórias’ através de imagens. Gostaria de conversar com os participantes sobre algumas mudanças sutis, mas importantes que detectamos na arte desse início de milênio, em relação à arte do século passado. No final do século 20, quando a palavra, o texto ou o discurso, sob alguma forma, participavam de um trabalho em artes visuais, geralmente portava uma densidade conceitual e linguística que a tornava hermética a um público que transita fora dos estreitos círculos das artes”, explica Maria Helena.

Autora dos livros Vaga em Campo de Rejeito (Documento Areal 2); Histórias de Península e Praia Grande, com André Severo (Documento Areal 7) Dilúvio, com André Severo (Documento Areal 10) e A Estrada que não Sabe de nada, com Ana Flávia Baldisserotto (Documento Areal, 11, inédito) e Ensaio, com André Severo, (Documento Areal 12), Maria Helena acredita que naquela época os artistas estavam mais interessados em investigar problemas específicos da arte e da linguagem, e menos interessados em explorar conteúdos narrativos abertos à comunicabilidade.

“Acho que a arte de hoje é mais comunicacional, os artistas têm saído dos ambientes puristas da arte do século 20 e se voltado para o contexto onde vivem, trabalhando com muitos recursos, (filmes, vídeos, desenho, ações…), sem especializar-se, necessariamente, em um ou em outro. Importam, sim, a sensibilidade, o esmero na manipulação de ferramentas artísticas com fins de comunicar experiências, transmitir e transformar colaborativamente, com a participação de outras pessoas, o conhecimento advindo da vida coletiva”.

4ª Edição – Maria Helena Bernardes é uma das integrantes do júri do prêmio nesta edição, formado também pelo fotógrafo Luiz Braga e pelo artista visual Armando Queiroz. Tendo como tema “Homem Cultura Natureza”, O 4º Prêmio Diário contemporâneo de Fotografia continua com as inscrições abertas em todo o país, até 15 de fevereiro e você pode acessar o regulamento no site http://www.diariocontemporaneo.com.br/ . A realização é do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale e shopping Pátio Belém, com apoio institucional da Casa das Onze Janelas do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) e IAP.

Serviço

Palestra Projeto Areal – dia 21 de fevereiro, às 19h, no Instituto de Artes do Pará. Entrada franca. Minicurso “Participação da Narrativa e da imagem na arte contemporânea” – de 25 a 27 de fevereiro, no Museu da UFPA, das 19h às 22h. Inscrições abertas até dia 22 de fevereiro. Mais informações: Rua Gaspar Viana, no Rua Gaspar Viana, 773 – Reduto Belém –PA,em horário comercial. Ou pelos telefones (91) 31849327/83672468. E-mail contato@ diariocontemporaneo.com.br. Site: www.diariocontemporaneo.com.br

“Memórias da Imagem” é referência para pesquisa fotográfica

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Capa do catálogo é de Wagner Yoshihiko Okasaki (foto), um dos selecionados em 2012

Já está on line o catálogo “Memórias da Imagem”, que contextualiza em imagens, textos e uma conversa especial com o fotógrafo Miguel Chikaoka, a 3ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo realizado em 2012.

O lançamento aconteceu na última terça-feira, 05 de fevereiro, no Museu da UFPA, com a presença de representantes dos patrocinadores e apoiadores da iniciativa que, em 2013, já está acontecendo com as inscrições abertas para o 4º Prêmio, até 15 de fevereiro.

Oferecendo três prêmios no valor de R$ 10 mil, o Diário Contemporâneo de Fotografia tem sido, ao longo desses anos, um dos espaços mais relevantes na cena da fotografia paraense, repercutindo também em todo o país.

O lançamento do catálogo, que sempre acontece no ano seguinte à realização de cada edição, é um dos momentos mais aguardados por artistas envolvidos e pesquisadores interessados na produção fotográfica do país.

“É talvez o produto mais importante deste prêmio, pois é o que fica. O catálogo é feito sempre logo após o encerramento das mostras que são abertas no MUFPA e na Casa das Onze janelas. Este ano temos a excelente conversa com Miguel Chikaoka, transcrita do encontro que aconteceu aqui com mediação de Joaquim Marçal, professor de fotografia da PUC-Rio. Isso resulta em um excelente material para pesquisa, sobre a trajetória de Miguel”, disse mariano Klautau Filho, curador do prêmio.

Ele também enfatizou o texto que faz um recorte da pesquisa do fotógrafo e professor Alexandre Sequeira, intitulada “Imagem, realidade e fabulação: a reinvenção da memória na Vila de Lapinha da Serra”, o texto de Heloisa Espada, “Monumento e sombra na Brasília de Marcel Gautherot”, que traça a produção de imagens feitas pelo fotógrafo Marcel Gautherot entre os anos de 1958 e meados da década de 1960 em Brasília.

Pesquisa – Mariano destacou a preocupação da organização do prêmio em trazer como palestrantes e ministrantes de oficinas pesquisadores e fotógrafos atuantes na produção e no pensamento da arte contemporânea. Heloisa Espada, por exemplo, recebeu em 2012, o Prêmio Capes de Tese na área Artes/Música, com o trabalho cujo tema foi trazido para Belém: “Monumentalidade e sombra: a representação do centro cívico de Brasília por Marcel Gautherot”.

Importante dizer que o Prêmio Capes de Tese é concedido anualmente às melhores teses de doutorado defendidas e aprovadas nos cursos reconhecidos pelo MEC, considerando os quesitos originalidade e qualidade.

“Isso é só para exemplificar o teor significativo dos catálogos que laçamos pelo prêmio, enquanto referência para a pesquisa em fotografia. O catálogo depois do lançamento é também distribuído a bibliotecas e intuições ligadas a pesquisa em arte e principalmente a fotografia”, comentou Mariano.

Vencendo dificuldades e ampliando sua  estrutura, a cada ano, o prêmio também tem sido bem recebido por fotógrafos de outros estados brasileiros, sem perder o foco na produção contemporânea local.  Este ano, além da mostra do artista convidado, que este em 2013 terá a exposição de Walda Marques com uma série sobre Cuba, o Museu da UFPA também abrirá as portas para apresentar ao público um recorte da produção fotográfica atual do Pará.

Mariano aproveitou a oportunidade para divulgar algumas das palestras e oficinas que serão realizadas este ano. Já estão abertas por exemplo, as inscrições para o mini curso “Participação da Narrativa e da imagem na arte contemporânea” de Maria Helena Bernardes, pesquisadora gaúcha que estará aqui ainda este mês. Além do mini curso, ela também vai realizar uma palestra em que apresentará o projeto “Areal”, que vem desenvolvendo com André Severo há 13 anos, e também vai integrar a comissão julgadora do prêmio.

Programação – Mariano anunciou a confirmação da oficina do coletivo Cêsbixo, que em 2012 foi um dos selecionados do prêmio. “Experimentos com a imagem que se move – Laboratório de Vídeo” será voltada ao pensamento fotográfico de forma expandida. Também estão confirmados os nomes de Val Sampaio, Andreia Feijó e Aldrin Figueiredo, além da conversa com a fotógrafa convidada, Walda Marques, na programação paralela às mostras.

“Este ano temos como tema Homem Cultura Natureza e vamos alcançar outros campos de pesquisa com a participação destes profissionais. São estas pessoas que depois acabam nos gerando conteúdos pro catálogo”, concluiu Mariano.

Presente à cerimônia, a diretora do Museu da UFPA, Jussara Denrenjï , reafirmou a parceria com o prêmio e elogiou a iniciativa. “Este prêmio já nasceu grande, pois nasceu com estrutura pouco usual, com uma equipe que sustenta toda esta estrutura. Já recebemos mostras especiais aqui, já tivemos Octávio Cardoso, o Miguel e agora a Walda. Devo dizer que fiquei muito feliz pela escolha da temática dela, pois tenho um apreço especial por Cuba onde já estive em 1994”.

Carmem Cal, diretora do Sistema Integrado de Museus ressaltou a importância da realização das oficinas e palestras, que trazem discussões importantes para nossa região. “O aspecto da integração também é muito importante, pois este prêmio reúne aqui tanto a iniciativa privada, como a pública por meio da Secult e a universidade, também presente através do Museu da UFPA”, comentou.

Valorização da cultura Também presente, Paulo Ivan Campos, gerente da Vale, ressaltou que pela quarta vez a empresa tem o privilégio de participar deste evento. “Sinto-me privilegiado de estar numa empresa que valoriza a cultura e, neste caso, a fotografia paraense”, disse.

Encerrando a cerimônia, Camilo Centeno, do Grupo RBA e Diário, afirmou a intenção de continuar a realizar o prêmio que, segundo ele, nasceu dentro de um conceito da RBA e de todos os seus veículos de valorizar a cultura a riqueza cultural paraense.

“Todos nós sabemos que nossos fotógrafos são reconhecidos em todo o país, mas sempre precisamos apoiar mais. E agora extrapolamos as nossas fronteiras, ganhamos uma projeção nacional. Há troca. O número de participação de artistas de fora tem aumentado, mas nada disso seria possível sem os fotógrafos daqui e da Vale, que tem sido uma das grandes responsáveis por esta realização. A credibilidade é tanta, que agora também ganhamos mais um patrocinador, o shopping Pátio Belém”, finalizou.

Diário Contemporâneo lança publicação de sua 3ª edição

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O catálogo “Memórias da Imagem” será lançado nesta terça-feira, 05 de fevereiro, no Museu da UFPA (MUFPA), integrando a programação da 4ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia que, aliás, está com as inscrições abertas até dia 15 de fevereiro (www.diariocontemporâneo.com.br). A realização é do Diário do Pará, com patrocínio da Vale e apoio institucional do Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e MUFPA.

A publicação que está sendo lançada esta semana traz o resultado do 3.º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, realizado em 2012, e que premiou o coletivo Garapa, de São Paulo, com o prêmio “Memórias da Imagem”; a paulistana Ilana Lichtenstein, com o Prêmio “Diário Contemporâneo” e o paraense Lucas Gouvêa, com o Prêmio “Diário do Pará”. Além dos vencedores, a premiação, com curadoria de Mariano Klautau Filho, teve mais 20 fotógrafos selecionados.

A mostra com as obras dos selecionados e premiados aconteceu na Casa das Onze Janelas, em Belém, e também no Museu da UFPA, onde ficou aberta a exposição “Pra ter de onde se ir”, do artista convidado Miguel Chikaoka. O catálogo que começará a circular a partir desta terça-feira, 05, traz todas as imagens dos trabalhos selecionados e premiados, e ainda um ensaio fotográfico e entrevista com Chikaoka.

Destacando-se nas áreas de ensino, pesquisa e difusão da fotografia com inúmeras iniciativas pioneiras e inovadoras, como em sua participação na criação da Fotoativa, Kamara Kó e demais atividades que executa na região em que vive desde os anos 1980, Miguel Chikaoka foi agraciado pelo governo brasileiro com o título de Cavaleiro da Ordem do Mérito Cultural no mesmo ano de 2012.

“Mais do que a mostra ou as honrarias que lhe possam ser concedidas, fala por Chikaoka a sua postura como ser humano e político, um ser que reconhece e dignifica a responsabilidade de existir, de se saber no mundo para servir ao próximo, ao outro, mostrando caminhos, oferecendo novas perspectivas a quem não as possuía”, diz Jussara Derenji, diretora do MUFPA.

Além da entrevista com Chikaoka “A luz da casa” e dos textos sobre as obras selecionadas e premiadas, o catálogo ainda traz os artigos “Os lugares da imagem na experiência da memória”, por Mariano Klautau Filho , “Monumento e sombra na Brasília de Marcel Gautherot”, por Heloisa Espada, e “Imagem, realidade e fabulação: a reinvenção da memória na Vila de Lapinha da Serra”, por Alexandre Sequeira.

4ª edição – As inscrições para a edição deste ano do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia estão abertas para todo o país até 15 de fevereiro, com objetivo de incentivar a cultura, a arte e a linguagem fotográfica em toda a sua diversidade. Em 2013 o tema “Homem Cultura Natureza” discute a ideia de natureza vinculada à ação do homem e à cultura.

“A paisagem e o retrato, por exemplo, são construções culturais, forjadas pelo homem e pelo artista. Também é a possibilidade de sempre rever a fotografia não mais como uma representação “natural” da “natureza”, explica Mariano Klautau Filho, curador do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Mais informações: www.diariocontemporaneo.com.br.

Aberto a todos os artistas brasileiros ou residentes no País, o Prêmio é promovido pelo jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale e apoio institucional da Casa das Onze Janelas e Museu Histórico do Pará – MHEP – Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA e o Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA).

Serviço
Lançamento do Catálogo “Imagens da Memória”. Dia 05 de fevereiro, às 19h, no Museu da UFPA – Av. Gov. José Malcher, 1192, esquina da Generalíssimo Deodoro. Entrada franca. Mais informações: Informações: Rua Gaspar Viana, 773 – Reduto Belém –PA – ou (91) 31849327/83672468 contato@ diariocontemporaneo.com.br e www.diariocontemporaneo.com.br.

Inscrições prorrogadas para depois do carnaval

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Obra "Morar" do Coletivo Garapa. Prêmio memórias da Imagem (2012)

As inscrições para concorrer aos prêmios de 10 mil reais oferecidos pela edição deste ano, que traz como tema “Homem Cultura Natureza” podem ser feitas até 15 de fevereiro. Aberto para artistas de todo o país, os selecionados de fora de Belém devem fazer o envio por correio expresso até esta data. Para mais informações, acesse o edital aqui disponibilizado neste site, onde está também a ficha de inscrição, para ser baixada, preenchida e enviada.

A comissão de seleção e premiação do 4º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia terá este ano o olhar do fotógrafo Luiz Braga, artista que expõe em diversas mostras no Brasil e exterior, entre elas a 53ª Bienal de Veneza e Contemporary Brazilian Photography em Tóquio. Além dele, a comissão conta ainda com Maria Helena Bernardes, artista formada em Artes Visuais pela UFRGS e professora de História e Teoria da Arte na Arena, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul e ainda pelo artista visual Armando Queiroz, que atua como curador independente em exposições e projetos no Brasil. Em 2009/2010, ele obteve o Prêmio Marcantonio Vilaça, entre outros.

Serviço

4º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Inscrições prorrogadas até 15 de fevereiro. Lançamento do catálogo da 3ª edição, no dia 05 de fevereiro, às 19h, no Museu da UFPA – Av. Gov. José Malcher, 1192, esquina da Generalíssimo Deodoro. Entrada franca. Mais informações: (91) 3184-9327 / 8367-2468 – contato@diariocontemporaneo.com.br e premiodiario@gmail.com. Realização: Diário do Pará. Patrocínio: Vale. Apoio institucional: Casa das Onze Janelas e Museu Histórico do Estado – MHEP do Sistema Integrado de Museus / Secult-PA e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA).

Definido tema da exposição de Walda Marques

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Não foi uma tarefa fácil, definir que fotografias ou temas entrariam na mostra da convidada especial deste ano, mas bastou Walda Marques comentar que tinha fotografado Cuba sob vários aspectos, quase como se fosse um diário de sua experiência turística no lugar, para que Mariano Klautau, o curador do prêmio, batesse o martelo em favor das imagens que retratam o ambiente da vida cotidiana dos moradores de Havana e outras cidades do interior da ilha.

Foram centenas de clics durante os quinze dias em que a fotógrafa ficou no país . Por isso foi necessário fazer um recorte mais específico do que seria trazido para dentro da programação do 4º Diário Contemporâneo de Fotografia. Walda conta que nunca tinha pensado em montar uma exposição sobre o país e que esteve ali por curiosidade pela cultura e principalmente atraída pela música cubana.

“Eu tinha uma vontade enorme de ir a Havana, não pela questão política, mas pela cultura mesmo. Fiquei encantada com a música quando vi Buena Vista Social Clube, do Wim Wenders. E a partir daí comecei a prestar atenção em um monte de coisas, tanto que quando cheguei lá, me senti em casa”, diz ela.

Nas fotos curadas por Mariano, algo entre 15 a 20 fotos, o elemento feminino, sempre tão presente na obra de Walda, permanece, mas neste caso, nem sempre estará  presente na cena fotografada. São ambientes de diversas casas, onde ora podemos imaginar seus moradores, ora os vemos intrínsecos a eles. Há ainda algumas vitrines, carros antigos.

“É tudo muito parecido com o meu canto”, brinca Walda que mora em uma casa antiga, decorada com inúmeros móveis e objetos que bem poderiam mesmo estar em uma residência cubana. “Então você vai constatando que Cuba é bem aqui, como o Caribe, também nos traz fortes influencias culturais. Mas lá, eu fui turista. Nas fotos, eu preciso que as pessoas entendam que fui visitar, não fazer um trabalho. Aproveitei a oportunidade e me larguei a andar pelas cidades e a bater na porta das pessoas e pedir pra entrar, me apresentava e pedia pra fotografar. Algumas me recebiam, mas outras, não”, lembra Walda.

A ideia de Mariano e Walda é mostrar Cuba por dentro, fazendo um retrato de cada lugar por onde a fotógrafa passou, a partir do interior das casas. “A arrumação delas, seus objetos, os lustres, mas também o tempo parado de cada pessoa. Fui até o meio da ilha, chegando a Trinidad, uma cidade na província de Sancti Spíritus”, diz. A pequena cidade fica entre montanhas e, em conjunto com o Vale de los Ingenios, é um Património Mundial desde 1988.

“Fomos também a Santa Clara e vi forte o turismo em torno de Che Guevara. Mas o que chama atenção nisso tudo é que parece que tudo ali parou nos anos 1950. A arrumação das casas, a riqueza dos móveis. O art déco grita. Há também tudo que se pode imaginar em plástico e ficamos loucos também com as TVs e as geladerias. Enquanto em Havana velha vemos um certo descuido com o patrimônio, no interior vê-se que se soube aproveitar mais o dinheiro do turismo para estes investimentos”, conta ela que fez a viagem acompanhada por alguns amigos.

Walda ainda não sabe como será a montagem, mas diz que gostaria que os visitantes se sentissem entrando em uma casa em Cuba. Além das fotografias selecionadas por Mariano, ela está experimentando um tipo de animação para as fotos feitas em uma fonte rodeada de mulheres representadas em estátuas de bronze.

“Isso aqui vai rola rum vídeo”, aponta ela em seu estúdio, que funciona em sua própria casa situada entre os bairros Batista Campos e Jurunas, em Belém. “Isso aqui é uma fonte de mulheres. E eu quero que elas dancem”, decreta.

Em estado de entrega e entusiasmada como sempre fica com tudo que se envolve na fotografia, a convidada especial desta 4ª edição é uma das fotógrafas mais atuantes de sua geração. É dona de um estilo próprio, onde se percebe claramente seu foco de produção. “A fotografia pra mim não vem só através do clic. Eu realizo um trabalho em cima do que se chama de fotografia. Não me acho fotógrafa. Gosto de produzir, sem isso, pra mim, não há fotografia. Tem que ter maquiagem e entendimento com as pessoas que eu fotografo. É uma busca, uma procura”, explica.

Nascida em Belém do Pará, Walda trabalhou 17 anos com maquiagem para teatro, televisão, salão de beleza e estúdio fotográfico. Em 1989 fez a oficina do fotógrafo Miguel Chikaoka, artista convidado na 3ª edição do prêmio. “Na Associação Fotoativa, passei a ver a fotografia mais de perto, mesmo já trabalhando com vários fotógrafos em Belém como Luiz Braga e Octavio Cardoso”.

Foi em 1992, que ela entrou em contato profissional da fotografia e fundou o W.O. Fotografia, em parceria com Octavio Cardoso, de quem foi inicialmente assistente. “Daí passei a ser retratista dentro desse estúdio”, lembra.

A exposição de Walda será inaugurada no dia 27 de março, no Museu da UFPA. Até lá, muita coisa em Cuba pode estar mudando,saindo do tempo estático da fotografia deixada em 1959, quando o governo revolucionário isolou o povo cubano do resto do mundo, já que no último dia 15 de janeiro, enquanto Mariano e Walda, se reuniram para escolher o tema da mostra, uma nova lei se estabeleu no país, ditando as novas regras que dão mais liberdade aos cubanos para sair do país.

Passando a vigorar nesta última terça-feira, o povo foi informado que receberão passaportes e poderão viajar quando e para onde quiserem, após vários anos de restrições. “Não sabíamos disso ainda. Que lindo, acho que já estava na hora, pois é um povo maravilhoso, que estava preso. Adoro, que bom esse momento!”, conclui Walda Marques.

Calendário – Aberto para artistas de todo o país, o 4º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia está com as inscrições abertas até dia 9 de fevereiro. Edital e ficha de inscrição podem ser encontrados no site www.diariocontemporaneo.com.br . No dia 05 de fevereiro acontecerá o lançamento do catálogo da edição passada e o período de seleção de fotografias será de 20 a 22 de fevereiro.  Os temas, palestrantes  e o período de inscrições serão divulgados em breve. As exposições serão abertas no dia 26 de março, na Casa das Onze Janelas e, no dia 27, no Museu da UFPA. Fiquem atentos, acessem sempre o site e curtam a página do prêmio no Facebook.


Seviço

Realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale e apoio institucional da Casa das Onze Janelas do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA – Museu Histórico do Estado – e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA). Informações: Rua Gaspar Viana, 773 – Reduto Belém –PA – ou (91) 31849327/83672468 contato@ diariocontemporaneo.com.br

4º prêmio enfoca “Homem Cultura Natureza”

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O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia realiza em 2013 a sua 4ª edição. O projeto nacional incentiva a cultura, a arte e a linguagem fotográfica em toda a sua diversidade.

Aberto a todos os artistas brasileiros ou residentes no País, o Prêmio é promovido pelo jornal Diário do Pará e conta com o patrocínio da Vale e com as parcerias da Casa das Onze Janelas do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA e o Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA).

São três prêmios no valor de R$ 10.000,00 cada. Os selecionados e premiados participarão da Mostra 4º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, na Casa das Onze Janelas, que ocorrerá no período de 26 de março a 26 de maio.

O tema “Homem Cultura Natureza” nesta edição norteará o resultado final da Mostra a partir da ideia de natureza como linguagem e cultura. Além disso, o projeto incentivará a educação e a pesquisa com uma programação de palestras, encontros com artistas, oficinas e atividade educativa com as escolas. O edital com todas as informações estão disponíveis no site do projeto e as inscrições poderão ser feitas até dia 9 de fevereiro.

“Vamos reunir trabalhos em que a ideia de natureza não esteja mais vinculada somente à noção idealizada de que é algo desvinculado da ação do homem e, portanto, ligado à ideia de cultura. A paisagem e o retrato, por exemplo, são construções culturais, forjadas pelo homem e pelo artista. Também é a possibilidade de sempre rever a fotografia não mais como uma representação “natural” da “natureza””, explica Mariano Klautau Filho, curador do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.

Além do Prêmio que irá para a obra que melhor alcançar o tema principal, os inscritos irão concorrer também ao “Prêmio Diário Contemporâneo”, para obra fotográfica que melhor apresente relações com outras linguagens e suportes – instalação, vídeo, objeto, performance, ou ainda proponha novas sintaxes na representação fotográfica, e ao “Prêmio Diário do Pará”, que vai para o fotógrafo (a) paraense e/ou residente e atuante no Pará (por pelo menos 03 anos), cuja obra traga a melhor poética e proposta conceitual entre as demais inscritas.

O resultado será exposto na Mostra Diário Contemporâneo de Fotografia, na Casa das Onze Janelas, mas o evento também se estende ao Museu da UFPA, onde além da mostra com obras da artista convidados deste ano, a fotógrafa Walda Marques, que possui uma longa e rica trajetória de atuação.

“O trabalho da Walda é único, especialmente na forma com que ela conduz seus clientes comuns ao universo da ficção, ao retrato, e às fantasias ficcionais que remetem aos estúdios do século XIX e início do Século XX. Isso também é uma forma de pensar a natureza do humano na representação fotográfica. Walda recoloca essas coisas no modo de construir a imagem na arte contemporânea de forma divertida, inusitada e romântica”, diz o curador.

Uma novidade este ano será a Mostra Especial, que ocupará o segundo andar do Museu da UFPA e reunirá obras de outros fotógrafos convidados pelo curador do Prêmio Mariano Klautau e que pretende retratar a atual cena da produção fotográfica paraense.

“Vou convidar artistas que representem a produção atual da cidade e muitos deles podem ser artistas em início ou meio de carreira, e que atuem em campos diversos da imagem fotográfica. Vou abrigar tanto fotógrafos que atuam em áreas do fotojornalismo como também artistas que optam por um trabalho mais conceitual com a fotografia”, finaliza Mariano Filho.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia tem como objetivo contribuir para a ampliação do espaço da produção fotográfica nacional, consolidando o Pará como lugar de reflexão e criação das artes da imagem. As inscrições serão abertas a todo o território nacional, aos artistas brasileiros ou estrangeiros residentes no país. Boa sorte!

Seviço

4º Prêmio Diário contemporâneo de Fotografia. Inscrições abertas até dia 9 de fevereiro. O edital pode ser acessado,a partir desta segunda-feira, 7,  no site http://www.diariocontemporaneo.com.br .  Realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale e apoio institucional da Casa das Onze Janelas do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA). Informações: Rua Gaspar Viana, 773 – Reduto Belém –PA – ou (91) 31849327/83672468 contato@ diariocontemporaneo.com.br