O artista Carlos Dadoorian integra a Coleção Diário Contemporêneo de Fotografia com o trabalho “Enquanto fumo…, selecionado na edição de 2011 do Projeto.
“Já que não podemos fumar em lugar nenhum, aproveito o momento da parada para o cigarro para testar novas possibilidades.”
Com esta frase comecei, em março de 2010, a postar fotos em um site de relacionamentos – o Empurrado pela obrigação de estar fora de algum lugar para fumar, aproveitava para fotografar cenas que eu achava interessantes. Dois vícios. Uma forma de encarar a lei antitabagismo.
Resolvi fotografar até o limite permitido, que são de 200 fotos por álbum, e criar uma crônica sobre este instante que silenciosamente me inseria em qualquer lugar – no mesmo momento em que era segregado.
No meio da série lembrei-me do filme “Cortina de Fumaça” (Smoke, 1995, Wayne Wang) em especial da cena em que o personagem Auggie (Harvey Keitel) mostra ao personagem Paul Benjamin (William Hurt) as 4.000 fotografias que ele fez diária e pontualmente numa mesma esquina de New York, em frente a sua tabacaria. Entre outros assuntos, o filme trata de uma forma irônica essa lei nos Estados Unidos e também sobre a obsessão de fotografar.
O mecanismo é o mesmo: fumar, fotografar, anotar e montar o álbum. E se despir para mostrar o resultado.
Fotografia, edição e montagem: Carlos Dadoorian
Desenho de Som: Carlos Dadoorian e Fractal Mood
Som: Fractal Mood
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O domingo (12) foi o ultimo dia da programação “Poéticas, fotografia e museus”, promovida pelo Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. A Sala Valdir Sarubi, do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas foi o local que recebeu os encontros.
Na roda de conversa Ionaldo Rodrigues falou sobre a sua produção artística que é voltada para o debate sobre a cidade, como uma fisionomia urbana. “Drenagem”, série que integra a coleção de fotografias do projeto, reúne diversas técnicas fotográficas e segundo o artista “tomou forma a partir da provocação do não-tema realizada na 5ª edição”. O Prêmio contribuiu, assim, para expandir a ideia do ensaio e de seus desdobramentos. Entre as múltiplas técnicas estão o daguerreotipo, pinhole e fotografia digital.
Wagner Almeida trabalha com fotojornalismo há oito anos, desses, quatro foram no Caderno Polícia. Uma realidade de violência e pautas perigosas fazem parte da sua rotina. “O percurso que nós fazemos para chegar até esses locais é bem complicado, muitas vezes nós nos perdemos e na madrugada não tem ninguém para dar informação. No GPS muitos desses lugares não estão nem no mapa”, contou. A violência chama a atenção e dentro daquele contexto do espetáculo, Wagner tem realizado fotos que dão espaço para a intimidade, é assim a série “Livrai-nos de todo o mal”, premiada em 2013.
Imagens silenciosas realizadas no local caótico e estressante que é a cena de um crime. Uma história não direta, que se distancia do fato e se aproxima da construção pictórica.
PINTURA E A FOTOGRAFIA
Jorge Eiró e Geraldo Teixeira realizaram a palestra “Pintura e Fotografia na produção paraense”. Na ocasião, Geraldo falou sobre seus trabalhos recentes nos quais ele tem usado a fotografia como recurso no processo de pesquisa da pintura. “Eu não fotografo só pelo prazer da fotografia, eu fotografo porque já tenho uma segunda intenção”, explicou.
A ideia da documentação, tradicionalmente atribuída à imagem fotográfica, hoje em dia é bastante ampliada. Isso pode ser visto nos trabalhos dos fotógrafos paraenses que relacionam a luz e a cor de uma maneira muito própria. “Tenho, para mim, muitas referências fortes e afetivas com a fotografia paraense”, afirmou Eiró.
Ao final, o público e os convidados se reuniram ao ato que defendeu a permanecia do museu de arte contemporânea no prédio da Casa das Onze Janelas.
O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional da Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, Sol Informática e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA).
O sábado (11) foi marcado por uma intensa agenda de encontros promovidos por “Poéticas, fotografia e museus”, do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. O Espaço Cultural Casa das Onze Janelas recebeu a programação.
A manhã começou com o encontro com Miguel Chikaoka, Pedro Cunha, Octávio Cardoso e Walda Marques para falarem sobre suas obras que integram a Coleção de Fotografias do projeto e suas trajetórias artísticas.
Miguel Chikaoka trabalha a fotografia através do seu percurso, do seu processo. “Eu percebo que o trabalho do Miguel nunca termina, ele está sempre emendando um com outro e dentro do percurso contemporâneo, o trabalho dele é o processo”, comentou a curadora Marisa Mokarzel.
Walda Marques lembrou o tempo em que ela e Octavio Cardoso eram parceiros de estúdio. “Ali também era um laboratório para a gente, foi um aprendizado de tudo”, contou. Luz, maquiagem, figurino, uma espécie de teatro de brincadeira. O lúdico era constante. Já Octávio comentou a série “Lugares imaginários”, que foi premiada na 1ª edição do projeto e integra a Coleção. “Eu preciso de algumas provocações”, explicou ao falar das imagens que remetem a um lado onírico da Amazônia com suas paisagens azuis.
Pedro Cunha falou sobre o seu processo e a sua fotografia de viagem. “Eu foco em paisagens urbanas que passariam despercebidas e a cidade é, para mim, um cenário maravilhoso”, comentou. As fotografias da série “…continua na minha memória” são brancas e suas cores bem suaves criam narrativas para os personagens urbanos.
AS ONZE JANELAS
Mariza Mokarzel e Rosangela Britto se reuniram com o público para falar sobre o momento inaugural do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. Elas contaram que a ideia era dar uma finalidade museológica reorganizando-o para que Belém pudesse expor obras de arte e históricas. Isso deu certo, e hoje a Casa é reconhecida nacional e internacionalmente como o museu de arte contemporânea de Belém.
A mostra inaugural “Traços e Transições” foi além da exposição da Coleção Funarte, ela se relacionou com a produção local. “Nós queríamos que houvesse uma espécie de diálogo e que não ficasse limitada às salas expositivas, dialogando com a cidade e com o público no espaço aberto”, lembrou Mariza.
O museu está localizado bem no Centro Histórico de Belém, ele tem seu próprio discurso mas dialoga com os outros espaços e ainda com o patrimônio ambiental.
Elas também falaram sobre a criação do Sistema Integrado de Museus – SIM com sua diretoria e divisões. “O SIM visa estimular a articulação entre os museus do estado através de um eixo de sentido patrimonial e que relaciona a herança cultural com a produção contemporânea”, disse Rosangela.
Fotografia Contemporânea Paraense – Panorama 80/90 foi um projeto que veio em seguida e só fez fortalecer os objetivos em relação ao espaço. Já quando questionada sobre a retirada do museu da Casa, Rosangela respondeu, “alterar um equipamento museológico gera uma perda de sentido do eixo patrimonial que foi criado”.
LANÇAMENTO
Sávio Stoco falou sobre a publicação “Fotografia Contemporânea Amazônica – Seminário 3×3”, premiada na 11ª edição do Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais, que ele veio lançar em Belém.
O deslocamento de artistas entre as cidades de Belém, Manaus e Boa Vista é o grande destaque do projeto. “Esses cenários têm dinâmicas particulares e nós queríamos aproveitar isso”, contou.
É o retrato de que estados vizinhos muitas vezes se isolam. “Pela primeira vez eu vi um projeto de arte que estava propondo o encontro entre três cidades da Amazônia. Isso nos reaproximou e nos fortaleceu”, observou Mariano Klautau Filho que integra o livro com um relato sobre o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.
O projeto adentrou nas particularidades de cada local e viu o que poderia ser compartilhado, desde apresentações de processos pessoais até projetos como foi o caso do Diário Contemporâneo.
O lançamento contou com a distribuição gratuita do livro entre o público presente.
O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional da Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, Sol Informática e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA).
Dando sequência à série de encontros promovidos pela programação “Poéticas, fotografia e mu seus”, do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, a varanda do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas recebeu na noite de sexta-feira (10) os artistas Véronique Isabelle, Ana Mokarzel, Sávio Stoco e Alexandre Sequeira para falar sobre suas trajetórias.
Ana Mokarzel tem trabalhos nos dois espaços expositivos, o MUFPA e as Onze Janelas. Ambos os trabalhos se relacionam, ainda que não tenham sido pensados para isso. Destroços, escombros e abandonos estão presentes nas séries “Ausência” e “Permanência”. O primeiro é um trabalho muito casual, com processo bem intuitivo, como um mergulho. “Era uma total ausência, mas eu senti a necessidade de estar ali”, contou Ana. Já “Permanência” surgiu do convite para participar da mostra especial “Belém: ressacas, heranças”, que levou a fotógrafa à uma intensa pesquisa sobre a cidade e o seu passado.
Sávio Stoco veio a Belém para lançar a publicação “Fotografia Contemporânea Amazônica – Seminário 3×3”, premiada na 11ª edição do Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais, mas antes disso ele conversou com o público presente sobre sua produção e o processo que resultou no livro.
O transito de pessoas e a circulação entre os estados da região Norte são as bases para fazer com que a comunicação seja reforçada e eliminar uma fronteira que não é só geográfica. “Essa rede que a gente está fazendo, a gente não está inventando. Essa circulação que está acontecendo, e que a gente está intensificando, tem um lastro histórico”, explicou Sávio.
Véronique Isabelle apresentou um pouco do processo que levou a produção da obra “JEGUATA MBYA YVYJU’PE / A caminhada do povo Guarani Mbya”, que integra a coleção de fotografias do projeto. É um trabalho muito pessoal, que aprofundou as relações com as pessoas e com as paisagens. Uma fotografia relacional intuitiva, emocional e de entrega. “O trabalho da Véronique traz para a Coleção essa experiência de uma fotografia mais alargada”, finalizou o mediador Alexandre Sequeira.
O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional da Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, Sol Informática e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA).
A noite da quinta-feira (09) foi marcada pelo segundo dia de encontros promovidos pela programação “Poéticas, fotografia e mu seus”, do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. O Museu da UFPA recebeu os artistas Guy Veloso, Jorane Castro e Janduari Simões para falar sobre seus trabalhos que integram a Coleção de Fotografias do projeto e suas trajetórias artísticas.
Guy Veloso comentou sobre a série “O Teatro do tempo”, exibida no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. “Eu sempre fotografei a religiosidade, mas percebi que também tem outras imagens que falam”, observou. Essa série era totalmente inédita até ser submetida ao júri do Diário Contemporâneo em 2015. Ele ainda não se reconhece plenamente nesse trabalho que enxerga como um ensaio amoroso, uma fotografia que vai para a abstração, não só da geografia, mas também da forma. As imagens da série não têm legendas e o forte caráter documental dos seus projetos anteriores.
Esse não-lugar, não identificado, não contextualizado também tem algo a dizer. “O lugar é o que carregamos dentro da gente”, observou o artista Alexandre Sequeira sobre o trabalho de Guy.
Já Janduari Simões trouxe fotografias do seu arquivo, feitas na época em que o fotografo baiano e chegou à capital paraense na década de 70. São pedaços de Belém, uma Belém que muitos não viram, mas que sentem saudades. Ao comparar com a cidade dos dias atuais o público presente viu imagens que militam contra a violência e o abandono.
Muita coisa mudou desde que o olhar estrangeiro capturou pelo primeiro impacto o pitoresco da cidade. Esse olhar de fora que conseguiu captar a cidade que se perdeu surpreende até mesmo o próprio artista. “Hoje eu fotografo em digital e não mais em preto e branco, então, quando eu olho uma imagem assim, eu ainda me surpreendo com o que eu fiz”, disse.
Jorane Castro, que é cineasta e começou seus experimentos na fotografia discutiu principalmente a nossa relação com a cidade. “Como é que a gente herda uma cidade como Belém e não cuida dela?”, questionou ao falar dessa cidade que adoece diante dos nossos olhos.
Jorane hoje dedica sua vida ao cinema, mas a fotografia e a sua lógica ainda se fazem presentes no processo criativo da artista. “Eu fotografo para ter e para guardar uma ideia. Eu faço a fotografia como um processo para chegar onde eu trabalho, que é no cinema”, explicou acrescentando que para ela as fotografias funcionam como “anotações visuais” e referências para futuros trabalhos.
O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional da Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, Sol Informática e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA).
O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia promoveu no período de 07 a 12 de junho encontros e debates intensos sobre “Poéticas, fotografia e museus”, no Museu da UFPA e no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. A abertura ficou por conta de Jussara Derenji, diretora do MUFPA, que realizou a fala “Velho ou antigo?” na qual debateu a questão da preservação e da destinação do patrimônio histórico.
“O tempo passa a ser um valor incorporado àquele objeto que nós queremos preservar”, ressaltou ela ao observar que o passado tem um peso que só recentemente passou a ser reconhecido e, consequentemente, preservado.
A escolha do que deve ser deixado para o futuro é uma escolha feita no presente e com base no momento cultural vivido. Jussara contou a história do Museu da UFPA e do prédio onde ele funciona, o qual foi comprado pela universidade em pleno período de ditadura militar e a sua estética se opunha ao ideal de novo da época. “Em Belém nós não temos muitos prédios de períodos anteriores preservados”, observou.
O valor dos museus não está somente nas exposições que por eles passam, mas no lugar que as acolhe. Herança cultural e pertencimento foram fontes de ligação com as questões do esquecimento e da perda que o público participante abordou, interagindo a partir de suas experiências e relações com a cidade.
A cultura de um período impõe como a sociedade que nele vive irá lidar com o patrimônio. As mudanças também marcam a passagem do tempo e das formas como nos relacionamos com aquele patrimônio. “No momento em que constituímos um acervo, uma coleção de arte contemporânea, nós definimos a nossa postura e marcamos qual será a nossa herança”, destacou a arquiteta falando da Coleção Diário Contemporâneo de Fotografia sob a guarda do MUFPA e das Onze Janelas.
Jussara encerrou falando da necessidade de se educar para a cultura e investir na formação das crianças, ação que será fundamental para a preservação do patrimônio histórico no futuro.
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O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional da Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, Sol Informática e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA).
O mineiro Eugênio Sávio trabalha com fotografia há mais de 25 anos. Como fotojornalista, colaborou com diversas publicações, jornais, revistas e agências internacionais. Fez também a cobertura das Olimpíadas de Pequim, 2008 e de cinco Copas do Mundo de Futebol. E foi a partir de toda essa experiência que ele realizou no período de 19 a 21 de maio, através da programação formativa da 7ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, a oficina “Fotojornalismo em tempos de transformação” visando debater os novos dilemas da profissão.
“Esse mercado onde eu vivi muitos anos está mudando e eu tive que mudar um pouco também e procurar outros perfis de trabalho”, comentou Eugênio. A transição do analógico para o digital, o universo das agências e dos bancos de imagens, bem como a ética de trabalho instigaram os participantes que trouxeram dúvidas a respeito de que caminhos a profissão está tomando.
A participação do leitor é cada vez mais comum nos grandes veículos de comunicação. Ele envia para a redação do jornal as imagens tiradas com o celular instantaneamente. Esse assunto inquietou Barbara Freire, participante da oficina, “o amador faz uma imagem, não com a mesma técnica, mas ele manda uma imagem que ocupa um espaço no jornal”, ressaltou ela enquanto Eugênio mostrava que isso de maneira alguma tira do jornal a responsabilidade de conferir a veracidade daquela situação, daí a necessidade de um profissional como o fotojornalista.
Ter iniciativa e sugerir projetos. O fotografo destacou que é importante para o fotojornalista ter atitude e fotografar bastante. Assim ele propôs aos participantes uma atividade prática, com saída de campo em busca de um personagem para compartilhar sua história através das fotografias.
O resultado pode ser conferido na forma de imagens e depoimentos:
As mostras da 7ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia seguem abertas até dia 19 de junho, mas antes disso uma intensa programação formativa irá ocorrer. “Poéticas, fotografia e museus” contará com palestras sobre os museus e rodas de conversas com Guy Veloso, Janduari Simões, Jorane Castro, Miguel Chikaoka, Alexandre Sequeira, Veronique Isabelle, Ana Mokarzel, Walda Marques, Octavio Cardoso, Pedro Cunha, Rosangela Britto, Marisa Mokarzel, Mariano Klautau Filho, Ionaldo Rodrigues, Wagner Almeida, Jorge Eiró e Geraldo Teixeira. A programação que contará também com o lançamento da publicação “Fotografia Contemporânea Amazônica – Seminário 3×3”, de Sávio Stoco, artista e pesquisador de Manaus, terá início no dia 07 de junho, às 19h, no Museu da UFPA, com a palestra “Velho ou antigo?”, de Jussara Derenji e se encerrará no domingo (12), no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. A entrada é franca e a agenda completa pode ser encontrada no site www.diariocontemporaneo.com.br.
Nas rodas de conversa, os artistas de Belém que integram a Coleção de Fotografias do projeto falarão sobre seus trabalhos e o público poderá conhecer mais sobre as suas trajetórias. Eles mesmos estarão em contato, compartilhando suas experiências e aprendizados de seus anos de atuação na fotografia e nas artes visuais.
LANÇAMENTO DE LIVRO
Além dos encontros, o Diário Contemporâneo traz para Belém o artista Sávio Stoco para lançar a publicação “Fotografia Contemporânea Amazônica – Seminário 3×3”, premiada na 11ª edição do Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais. O projeto fomentou debates sobre as artes visuais através do intercâmbio entre os estados amazônicos em seminários realizados entre agosto e setembro de 2015 em Boa Vista, Belém e Manaus. O livro conta com os textos baseados nas falas de Luciana Magno, Alexandre Sequeira, Rodrigo Braga, Sávio Stoco, Anderson Paiva, Alex Pazuello, Anderson Paiva, Cristóvão Coutinho, Raphael Alves, Mariano Klautau Filho e Orlando Maneschy, participantes dos seminários. As particularidades de cada localidade e da produção de cada artista são destaques nesse livro que estará disponível nas formas impressa e virtual, deixando preservadas as memórias e as reflexões, além de servir de referência futura aos pesquisadores da área. A distribuição será gratuita.
A COLEÇÃO DE FOTOGRAFIAS
Em 2016 o Diário Contemporâneo apresentou ao público a coleção de fotografia contemporânea que vem construindo desde o início do projeto ainda em 2010. Ela conta com trabalhos de artistas de todas as regiões do país e em diferentes suportes e linguagens. São trabalhos de Carlos Dadoorian (SP), Luiz Braga (PA), Coletivo Garapa (SP), Ilana Lichtenstein (SP), Lívia Aquino (SP), Lucas Gouvêa (PA), Daniela Alves e Rafael Adorjan (DF e RJ), Emídio Contente (PA), Wagner Almeida (PA), Marcio Marques (SP), Renan Teles (SP), Ricardo Hantzschel (SP), Alex Oliveira (BA), Diego Bresani (DF), Yukie Hori (SP), Francilins Castilho Leal (MG), Ivan Padovani (SP), Ionaldo Rodrigues (PA), Rafael D’Alò (RJ), Randolpho Lamonier (MG), Pedro Clash (SP), Daniela de Moraes (SP), Dirceu Maués (PA), Felipe Ferreira (RJ), Guy Veloso (PA), Júlia Milward (RJ), Marco A. F. (RS), Marise Maués (PA), Marcílio Costa (PA), Pedro Cunha (CE), Tom Lisboa (PR), Tuca Vieira (SP), Véronique Isabelle (Canadá), Alberto Bitar (PA), Ana Mokarzel (PA), Janduari Simões (BA), Jorane Castro (PA), Miguel Chikaoka (SP), Octavio Cardoso (PA), Roberta Carvalho (PA), Walda Marques (PA), José Diniz (RJ), Mateus Sá (PE) e Péricles Mendes (BA).
Como não houve edital, foi realizada então a maior programação formativa da história do projeto, com nomes como Dirceu Maués, Fernanda Grigolin, Gui Mohallem, Eugênio Sávio e Walda Marques nas oficinas, além dos encontros com os artistas.
Em 2013, o Dicionário Oxford adicionou um novo verbete e o escolheu como palavra do ano: selfie. Essa “fotografia que a pessoa tira dela mesma, tipicamente com um smartphone ou webcam, carregada em um site de mídia social”, será debatida na oficina “Self-me”, de autorretrato com a fotógrafa paraense Walda Marques. A ação formativa ocorrerá no período de 15 a 17 de junho, das 15 às 18h e no dia 18, das 10 às 13h, no Museu da UFPA. Não existe um público-alvo, a oficina é aberta a todos os interessados em se descobrir. As inscrições, que são gratuitas, seguem abertas até dia 10 de junho e serão feitas via ficha de inscrição disponível no site www.diariocontemporaneo.com.br. As vagas são limitadas.
Selfie tem origem no termo self-portrait, que significa autorretrato. Fotógrafos consagrados como Nadar e Cindy Sherman já praticavam esse tipo de fotografia que tem muito a ver com a descoberta de si mesmo, além da expressão do próprio corpo. Nos dias de hoje as câmeras estão acopladas a outros dispositivos, como celulares e tablets, e acompanha de perto a vida do indivíduo que a compartilha esta em suas redes sociais. Aqui, o antes experimento pessoal, se tornou um fenômeno global.
Segundo a artista “a oficina irá trabalhar o instante em que o indivíduo se olha. Que para pra se ver em um personagem. É transformar essa imagem em uma outra, no seu momento interior. Usar a fotografia pra ter esse resultado. Quem sou eu? É se enxergar de outra maneira. É o espelho interior, aquele que fala contigo quando estás na frente dele. É a amizade que fazes com um desconhecido tão próximo que és tu mesmo”.
A ARTISTA
Walda Marques vive em Belém. Iniciou em 1989, nas oficinas de Miguel Chikaoka na Associação FotoAtiva. Seu trabalho mistura linguagens da fotonovela, performance e instalação. Participou das exposições “Manobras Radicais” – Centro Cultural Banco do Brasil – São Paulo” (2006); “Cartografias Contemporâneas – Fotoativa Pará” – Sesc-São Paulo (2009); Pororoca no Mar – Museu de Arte do Rio (2014); A Arte da Lembrança – Itaú Cultural, São Paulo (2015) entre outras. Realizou diversas individuais, entre as quais Maria tira a máscara que eu quero te ver (1994) Era uma vez caixa de fósforo (1996), Românticos de Cuba (2013), como artista convidada do IV Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia e A Cidade em Silêncio, em Belém. Tem quatro publicações de artista, entre elas, as fotonovelas O Homem do Central Hotel e A Iludida. Possui obras nos acervos do Museu Histórico do Pará, Coleção Pirelli-Masp do Museu de Arte de São Paulo e MAR- Museu de Arte do Rio – RJ.
EXPOSIÇÕES DO DIÁRIO CONTEMPORÂNEO
A sétima edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é dedicada especialmente à constituição oficial da Coleção de Fotografias do Projeto, exibida no Museu da UFPA e no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas até 19 de junho, contando com 46 trabalhos todas as regiões do país. Também faz parte da programação desta edição a exposição “Belém: ressacas, heranças”, que reúne trabalhos de oito artistas atuantes em Belém, os quais apresentam um olhar mais crítico em relação à cidade.
SERVIÇO:Diário Contemporâneo abre inscrições para oficina de autorretrato com Walda Marques. As inscrições são feitas pelo site www.diariocontemporaneo.com.br até 10 de junho. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional da Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, Sol Informática e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA). Informações: Rua Aristides Lobo, 1055 (entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Rui Barbosa) – Reduto. Contatos: (91) 3355-0002, 98367-2468, premiodiario@gmail.com e contato@diariocontemporaneo.com.br.
O trabalho de preservação e difusão da arte realizado pela arquiteta Jussara Derenji, diretora do Museu da UFPA será tema de uma conversa intitulada “Velho ou antigo?”, como parte da programação de encerramento da 7ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo e Fotografia. O evento ocorre no dia 07 de junho, às 19h, no Museu da UFPA, com entrada franca.
O prédio que abriga atualmente o Museu da UFPA foi projetado pelo engenheiro Filinto Santoro por encomenda do então governador na época Augusto Montenegro. A arquitetura é eclética, resultado da diversidade cultural presente em Belém no Ciclo da Borracha, mas a forte inspiração no Renascimento Italiano é evidente, uma vez que Santoro era formado pela Real Escola de Nápoles.
Entre 1948 e 1950 o jardim foi incorporado à propriedade. A família que ocupava o prédio nessa época comprou residências vizinhas e as demoliu para construir o jardim neoclássico com estátuas e um chafariz central. A Universidade Federal do Pará comprou o imóvel com o objetivo de torná-lo a sede da Reitoria. Na época, nos anos 60, a ditadura militar retirou a maior parte de seus itens decorativos, por serem considerados inadequados. Em 1982 a Reitoria mudou-se para o Campus e o prédio foi destinado aio Museu da UFPA criado em 1983 e instalado em 1985.
Em 2013 o palacete Augusto Montenegro (nome oficial do espaço) foi tombado pelo Governo do Estado do Pará como Patrimônio Histórico e ficou sob a responsabilidade da diretora Jussara Derenji, que vem trabalhando desde então para sua conservação. Quando a arquiteta assumiu ele funcionava de maneira precária e sem direcionamento artístico definido.
Hoje o prédio, que realiza exposições de arte regularmente, abriga uma Coleção de Fotografia Contemporânea e uma seção de livros de fotografia em sua biblioteca em parceria com o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Sua biblioteca é referência em Belém como fonte de pesquisa sobre o que foi produzido na Amazônia e/ou tendo esta como tema.
A fala de Jussara se articulará em dois eixos temáticos. No primeiro ela questionará “porque alguns objetos, móveis e imóveis se tornam velhos e podem ser esquecidos, abandonados ou destruídos e porque outros são considerados antigos, valiosos e dignos de ser zelosamente preservados?”. No segundo “quais relações educativas, artísticas e sociais se podem propor entre prédios antigos e arte moderna?”.
Isso se dará sempre destacando o seu lugar de atuação, o MUFPA como um Museu Universitário e de Arte Contemporânea. O prédio, por si só já é um objeto museal pelos aspectos construtivos e decorativos em relação ao acervo de arte contemporânea reunido nos últimos anos.
JUSSARA DERENJI
Possui graduação em Arquitetura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1969), graduação em Urbanismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1972), especialização em Paisagismo pela Universidade de São Paulo (1980) e mestrado em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1992). Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo. É professora aposentada da FAU e atual diretora do Museu da Universidade Federal do Pará:
AS EXPOSIÇÕES DO DIÁRIO CONTEMPORÂNEO
A sétima edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é dedicada especialmente à constituição oficial da Coleção de Fotografias do Projeto, exibida no Museu da UFPA e no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas até 19 de junho, contando com 46 artistas todas as regiões do país. Também faz parte da programação desta edição a exposição “Belém: ressacas, heranças”, que reúne trabalhos de oito artistas atuantes em Belém, os quais apresentam um olhar mais crítico em relação à cidade.
SERVIÇO:Encontro com Jussara Derenji debate a relação entre a arquitetura antiga e a arte moderna. Data: 07 de junho de 2016. Horário: 19h. Local: Museu da UFPA (Av. Governador José Malcher (esquina com Generalíssimo Deodoro). O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale; apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA, Sol Informática e Museu da UFPA. Informações: Rua Aristides Lobo, 1055 (entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Rui Barbosa) – Reduto. Contatos: (91) 3355-0002; 98367-2468; premiodiario@gmail.com, contato@diariocontemporaneo.com.br e www.diariocontemporaneo.com.br.