Os diálogos familiares de Melvin Quaresma

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Em Diálogos familiares, Melvin Quaresma fotografa a casa da avó materna em todas as viagens que faz até Belém, sua terra natal. Tornaram-se personagens da série suas primas e primos, que agora brincam, convivem e crescem num espaço que também foi pátio de sua própria infância.

O artista foi selecionado para a mostra Vastas Emoções e Pensamento Imperfeitos.

Melvin Quaresma. Foto: Irene Almeida

Confira o seu depoimento:

Quando comecei a fotografar, isso por volta de 2012, eu percebi que gostava muito de fotografar pessoas, mas, ao mesmo tempo, eu sou muito tímido. Eu experimentei muito, mas o que mais gostei de fotografar era exatamente aquilo que eu tinha mais dificuldade: gente. Foi aí que comecei a fotografar a minha própria família.

Eu sou paraense, mas quando iniciei na fotografia já morava no Sul. Então, quando eu vinha visitar a minha família aqui, via que era um lugar em que eu estava sempre muito à vontade, pois era na casa da minha avó, que é o lugar onde eu cresci, com todas as pessoas que conheço.

Eu fui exercitando a minha fotografia assim e ela foi chegando em um ponto muito de saudade mesmo, de fotografar a infância dos meus primos como se estivesse fotografando a minha própria infância, fotografando lembranças muito fortes que eu tenho. Fui fazendo fotografia com esse sentimento de pertencimento em um lugar que também é muito meu, que é a casa 913, a casa da minha avó.

Nesse trabalho que está no Diário Contemporâneo, eu conversei com as minhas primas sobre várias fotos que eu tinha feito ao longo desses anos. Nós entramos em assuntos sensíveis, engraçados, tristes e em outros bem do tipo conversa de primo mesmo. 

Assim, se criou uma outra coisa que são as fotos junto das conversas. Eu deixei o gravador rodando, então ele gravou horas de papo.

Eu acho que as conversas transformaram tudo o que eu já tinha feito para caminhos que jamais poderia imaginar. Depois que as minhas primas me dizem algo sobre a foto, a imagem não é mais só uma foto, ela se transforma na mistura do que ela representa para cada um de nós.

Ressignificamos várias imagens juntos.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, patrocínio da ALUBAR e patrocínio master da VALE.

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As flores da casa de Anna Ortega

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A casa, para Anna Ortega, artista que levou o Prêmio Residência Artística Belém, sempre foi um ambiente de acolhida. Não há casa sem flores é um projeto ainda em andamento no qual ela mergulha neste lugar simbólico. 

A artista fará a residência artística em Belém com a orientação de Alexandre Sequeira em 2021.

Anna Ortega. Foto: Divulgação.

Confira o seu depoimento:

Eu sou uma mulher criada por mulheres. Fui criada pela minha mãe, minha avó e pela minha tia. Quando eu nasci, a minha primeira noite no mundo foi com a minha avó, dormindo nos braços dela. A minha casa sempre foi uma casa de mulheres.

Aos poucos eu fui me interessando pela fotografia, pelo vídeo, pela imagem e pela expressão. Eu sempre me interessei pelo cotidiano e pelo que era ordinário, o que era miúdo.

Ano passado, em 2019, eu comecei esse trabalho que se chama “Não há casa sem flores”. O título vem de um hábito que nós temos, herdado da minha avó, que é o de sempre cultivar flores em casa e sempre ter um vaso com flores.

Desde o ano passado eu venho documentando essa minha casa e as mulheres dela a partir de retratos. A princípio, era um trabalho estritamente fotográfico documental da casa, do cotidiano, do nosso elo. 

Nós somos muito juntas e isso é uma coisa que vem atravessando o trabalho. Nós temos um corpo nosso comum que é de muito amor e muito afeto. Esse cuidado e esse carinho que me levaram a querer entender as imagens que isso podia trazer.

O que apareceu aos poucos no processo foi o interesse em trazer o vídeo também para o trabalho. O vídeo que está na exposição deste ano do Diário Contemporâneo é uma reunião de vários vídeos que fiz no ano passado, nos quais eu sento à mesa e começo a gravar da perspectiva das flores do vaso que fica sempre nela.

Eu observo e ouço essas conversas, além de estar presente conversando. 

Foi uma forma diferente que eu encontrei para além do retrato da fotografia, mas que não deixa de ser um retrato também. É uma forma diferente de retratar, fazendo isso ao compartilhar um momento. Meu interesse foi o de entender esse cotidiano, além de ouvir e ver os gestos dele.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, patrocínio da ALUBAR e patrocínio master da VALE.

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Diário Contemporâneo aborda os totalitarismos em rede

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O 11º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia entra na reta final da sua programação de debates. As professoras Lucia Santaella (PUC/SP) e Val Sampaio (UFPA) integram a mesa “Totalitarismos em rede: imagem e opressão”, com mediação de Heldilene Reale. O encontro será na quinta-feira (17), às 19:30h e terá a transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do Diário Contemporâneo.

Lucia Santaella (Foto: Divulgação), Val Sampaio (Foto: Divulgação) e Heldilene Reale (Foto: Natan Garcia)

As imagens em rede colocam os diversos discursos ao alcance de todos, inclusive as ideologias extremistas que reforçam violências e opressões.

“O tema em questão propõe refletirmos sobre a apropriação das imagens na cultura tecnológica no atual contexto, ressaltando os fenômenos de retorno às políticas extremistas conservadoras engendradas pelas dinâmicas em rede. Simbologias nas redes sociais são criadas para legitimar um discurso. Imagens e discursos intensamente compartilhados. A tecnologia nos apresenta infinitas possibilidades de produção, acesso e movimentação de imagens: memeshashtags, arrobas, gifs, filtros, temas em fotos de perfis,… ‘Viralizar’ a imagem agrega a instantaneidade  da assinatura de um discurso em rede, em ações democráticas ou totalitárias, em imagens que oprimem ou são oprimidas”, explicou Heldilene sobre questões que serão debatidas na programação que integra o eixo “Superfícies das imagens: estamos mergulhando?”, proposto por ela.

Val Sampaio fará a palestra “Sobre a existência das imagens e dos objetos técnicos” na qual irá refletir sobre a relação da humanidade com as imagens e os objetos digitais em um mundo saturado pela técnica/tecnologia, bem como o novo modelo de negócios das empresas baseadas na internet.

Já Lucia Santaella falará sobre o tema proposto pelo projeto a partir de suas pesquisas sobre comunicação tecnológica no contexto da rede como um grande conjunto de dados que pautam nossos comportamentos. Ela observa que, na transição da cultura de massa para a cultura digital, a convergência de mídias traz outras formas de consumo e produtos culturais.

BIOGRAFIAS

Lucia Santaella é pesquisadora 1 A do CNPq, professora titular na pós-graduação em Comunicação e Semiótica e coordenadora da pós-graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (PUCSP). Doutora em Teoria Literária pela PUCSP e Livre-docente em Ciências da Comunicação pela USP. Fez repetidos estágios de pós-doutorado no exterior e foi professora e pesquisadora convidada em várias universidades europeias e latino-americanas. Já levou à defesa 248 mestres e doutores. Publicou 51 livros e organizou 24, além da publicação de quase 500 artigos no Brasil e no exterior. Recebeu os prêmios Jabuti (2002, 2009, 2011, 2014), o prêmio Sergio Motta (2005) e o prêmio Luiz Beltrão (2010).

Val Sampaio é artista visual, produtora e curadora independente. Tem experiência na área de produção, pesquisa em poéticas e crítica em Artes, com ênfase em arte contemporânea, design e novas mídias. Doutora e mestre em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) e Pós-Doutorado em Poéticas Digitais (ECA/USP). Atualmente é professora adjunto da Universidade Federal do Pará, na Faculdade de Artes Visuais do Instituto de Ciências da Arte (ICA/UFPA). Professora, artista-pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Artes – do PPGARTES/UFPA.

Heldilene Reale é doutora em Artes (UFMG) e mestre em Comunicação, Linguagem e Cultura (UNAMA). Sua trajetória artística desenvolvida desde 2005, vincula um processo que envolve aspectos da memória, patrimônio, narrativas orais, percursos de viagens e conflitos na Amazônia, utilizando multilinguagens. Atualmente atua como artista, pesquisadora e realiza curadoria na galeria do espaço cultural Candeeiro.

ÚLTIMOS DIAS DE VISITAÇÃO

As mostras Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos, com curadoria convidada de Rosely Nakagawa, e O Lago do Esquecimento, individual de Paula Sampaio, com curadoria de Mariano Klautau Filho, seguem abertas ao público até 20 de dezembro, no Museu do Estado do Pará. Esta é a última semana para a visitação presencial que deve ser agendada pelo site www.diariocontemporaneo.com.br.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo aborda os totalitarismos em rede. Data: 17 de dezembro de 2020. Horário: 19:30h. Local: canal do YouTube do projeto. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, patrocínio da ALUBAR e patrocínio master da VALE. Informações: (91) 98367-2400,  diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

Arquivos fotográficos são tema de conversa no Diário Contemporâneo

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A riqueza do candomblé nas imagens de Arthur Seabra

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Em Sob a luz dos candeeiros: movimentos do sagrado, Arthur Seabrafotógrafo paraense residente em Salvador, conta que os candeeiros precisaram ser utilizados em virtude da falta de energia elétrica ocasionada pela queda de um poste. Um cenário ancestral foi recriado pelo “acaso”, parecido com aqueles do século XIX e início do XX no Brasil, quando o povo preto em diáspora praticava o culto a orixá sob essas mesmas luzes, os mesmos cânticos, danças e instrumentos musicais. Arthur Seabra foi selecionado para a mostra Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos.

Arthur Seabra e seu trabalho selecionado durante a montagem. Foto: Irene Almeida.

Confira o depoimento do artista:

Eu fotografo candomblé há um tempo já, desde 2015. A minha relação enquanto fotógrafo documentarista era, inicialmente, como pesquisador e depois com o passar dos anos eu entrei no mundo do candomblé e me tornei um adepto.

A minha relação com as pessoas desse ensaio, especificamente, é muito próxima porque eles são componentes do candomblé que eu frequento. É uma relação de confiança e respeito.

Eu curso antropologia então, de alguma maneira, eu sempre busquei conhecer, me informar, sempre tive interesse em conhecer mais as religiões de matriz africana, tanto que cheguei a me iniciar. É uma relação de família, a gente constituiu uma comunidade, nós somos uma comunidade de terreiro.

A nossa roça está localizada dentro de uma área rural no município de Camaçari, no interior da Bahia, dentro de uma reserva de Mata Atlântica protegida. A nossa vizinhança é de pescadores, agricultores, pessoas que trabalham com o cultivo, pequenos vendedores e artesãos. 

Como nós desenvolvemos o nosso trabalho em respeito à natureza tanto quanto eles, a gente goza de uma respeitabilidade. Mas isso eu sei que é algo pontual, a gente é a exceção, porque o que a gente vê, de uma maneira geral, é que os terreiros e as comunidades que estão em locais urbanizados sofrem muito mais com a intolerância religiosa, com o racismo religioso e com o terrorismo religioso.

A gente tenta sempre desenvolver uma boa relação, inclusive, trazendo eles para perto da gente no sentido de interagir, trocar experiencias e aprender o manejo que eles tem com a natureza.

Nós, como praticantes de religião de matriz africana, temos a natureza como base do nosso culto. Na história, elas sempre foram demonizadas e a gente procura mostrar para os nossos vizinhos que não é nada dessa imagem que nos foi pintada.

Detalhe de “Sob a luz dos candeeiros: movimentos do sagrado”, de Arthur Seabra. Foto: Irene Almeida

Nós temos um respeito profundo pela natureza, pelas relações. A gente tenta sempre combater essa ideia que foi construída e essas fotos também seguem neste sentido.

É mostrar e não mostrar. Elas têm algo próprio da nossa religião que é o segredo, uma vez que, historicamente, ela sempre foi muito atacada e precisamos desenvolver mecanismos de autodefesa e proteção. 

O meu trabalho fotográfico tem hoje em dia essa responsabilidade de mostrar a beleza do nosso culto, a riqueza que nós temos e a importância cultural do que o candomblé e que os nossos ancestrais escravizados trouxeram para a formação do povo brasileiro.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, patrocínio da ALUBAR e patrocínio master da VALE.

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Diário Contemporâneo debate os arquivos fotográficos

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Os pesquisadores Heloisa Espada e Nelson Sanjad participam da mesa “Arquivos fotográficos, estudos e curadoria” pelo 11º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. O encontro será na quinta-feira (10), às 19h, transmitido ao vivo pelo canal do YouTube do Diário Contemporâneo.

Em sua fala individual “O mundo vegetal de Jacques Huber”, Nelson irá apresentar um panorama sobre o acervo do Museu Paraense Emílio Goeldi com destaque para o seu estudo sobre trabalho de Jacques Huber.

Heloisa Espada (Foto: Fernando Rabelo) e Nelson Sanjad (Foto: Divulgação)

Já em “Arquivo Peter Scheir – acervo e curadoria”, Heloisa fará uma apresentação sobre o acervo do Instituto Moreira Salles com destaque sobre sua curadoria da exposição “Arquivo Peter Scheir”, realizada neste ano no IMS Paulista.

Para a exposição, foi iniciada uma pesquisa no acervo composto por cerca de 35.000 itens – entre negativos fotográficos, cópias de época e documentos – do fotógrafo. Os estudos dos arquivos fotográficos são importantes para conceituar estes documentos dentro de um contexto e, assim, os colocar em diálogo com o momento atual. São essas reflexões que garantem que a relevância das produções anteriores, bem como o resgate da memória.

“Trabalhamos a partir de negativos que deram origem a cópias contemporâneas, a partir de impressões fotográficas de época e de revistas que originalmente divulgaram as imagens de Scheier. Este estudo de caso envolve uma discussão sobre os critérios de seleção de fotografias comerciais e jornalísticas mostradas em ambientes museológicos. Além disso, implica numa reflexão sobre como escolhas relativas a dimensão das fotos, tipos de papel, molduras, arquitetura e mobiliário expositivo interferem no significado das obras”, explicou Heloisa sobre a apresentação a ser realizada.

A palestra integra o eixo “Arquivo, documento e documentário”, proposto por Sávio Stoco, integrante do comitê cientifico desta edição, que realizará a mediação da programação ao lado de Mariano Klautau Filho, curador geral do projeto.

BIOGRAFIAS

Heloisa Espada é curadora do Instituto Moreira Salles e doutora em Artes Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Curadora, pesquisadora e crítica de arte. Com trânsito nacional e internacional, é um dos principais nomes da pesquisa sobre arte concreta, especialmente sobre fotografia.

Nelson Sanjad é pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi/MCTIC, professor do Programa de Pós-Graduação em História/UFPA e editor Adjunto de História, Ciências, Saúde-Manguinhos desde 2015.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo debate os arquivos fotográficos. Data: 10 de dezembro de 2020. Horário: 19h. Local: canal do YouTube do projeto. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, patrocínio da ALUBAR e patrocínio master da VALE. Informações: (91) 98367-2400,  diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

Totalitarismos em rede e em debate

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Diário Contemporâneo debate os apagamentos e mergulhos nas imagens

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O 11º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia realiza mais uma programação de debates. Os professores Ramon Reis (UFPA) e Gil Vieira (UNIFESSPA) integram a mesa “Sublinhando apagamentos: mergulhos necessários”, com mediação de Heldilene Reale. O encontro será na quinta-feira (03), às 19h, transmitido ao vivo pelo canal do YouTube do Diário Contemporâneo.

Gil Vieira discutirá a “Arte contemporânea e as Amazônias submersas” e Ramon Reis fará uma apresentação com o tema “Entre visões e poder”.

Gil Vieira (Foto: Divulgação), Ramon Reis (Foto: Divulgação) e Heldilene Reale (Foto: Natan Garcia)

A conversa integra o eixo “Superfícies das imagens: estamos mergulhando?” proposto por Heldilene.  “A arte está sempre vivendo um ciclo de apropriações que, ora interfere positivamente com o roteiro de uma história, ora a silencia. O discurso colonizador sobrepôs narrativas de vida e de existências. Manter-se vivo na arte significa resistir, pois dentro da própria história da arte esta existência é escrita sob a insistência de apagamentos. Na certeza que o texto escrito também forma uma imagem, quantas imagens deformaram o que entendemos de nossa própria história? A partir de narrativas e ressignificação de discursos na História sublinham-se os sujeitos de uma história, tanto os comumente vistos, quanto os até então apagados. Ao dar a voz aos seus protagonistas ganha-se a possibilidade de um mergulho”, refletiu ela sobre questões como hegemonia e superficialidade do discurso que serão debatidas na programação.

BIOGRAFIAS

Ramon Reis é mestrando em Artes, licenciado e bacharel em Artes Visuais pela Universidade Federal do Pará. É artista visual e atuou como professor de Arte da Secretaria de Estado de Educação do Pará (SEDUC). Professor colaborador do Plano Nacional para Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) e pesquisador do Laboratório de Experimentação em Filosofia, Arte e Política na Amazônia da UFPA.

Gil Vieira Costa é doutor em História pela UFPA e mestre em Artes pela mesma instituição. É professor na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA). Publicou o livro “Espaços em trânsito: múltiplas territorialidades da arte contemporânea paraense” (2014), que recebeu o Prêmio Vicente Salles – Gênero Ensaio, no Prêmio IAP de Artes Literárias 2013. É membro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas e da Associação Brasileira de Críticos de Arte.

Heldilene Reale é doutora em Artes (UFMG) e mestre em Comunicação, Linguagem e Cultura (UNAMA). Sua trajetória artística desenvolvida desde 2005, vincula um processo que envolve aspectos da memória, patrimônio, narrativas orais, percursos de viagens e conflitos na Amazônia, utilizando multilinguagens. Atualmente atua como artista, pesquisadora e realiza curadoria na galeria do espaço cultural Candeeiro.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo debate as superfícies das imagens. Data: 03 de dezembro de 2020. Horário: 19h. Local: canal do YouTube do projeto. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, patrocínio da ALUBAR e patrocínio master da VALE. Informações: (91) 98367-2400,  diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

O ontem e o hoje da fotografia em palestra de James Roberto Silva

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O professor e pesquisador James Roberto Silva realizou a palestra “O ontem e o hoje da fotografia: dimensões documental, arquivística e social de um (não) artefato”, na última quinta-feira (26). A programação foi transmitida ao vivo pelo canal do YouTube do Diário Contemporâneo e contou com a mediação de Sávio Stoco.

“São sempre as pessoas e não as máquinas que vão decidir quando e como fazer uma fotografia”, observou James, ressaltando ainda que “artefatos não são sujeitos, são sempre objetos diretos e indiretos da ação humana”.

O professor falou sobre a fotografia, sua origem e as transformações que ela vem passando em nossa sociedade, além de seus usos e serviços.

Ele ainda destacou a questão da imagem digital, suas facilidades e fraquezas como a impermanência e a ausência de aspecto físico. “A gente tem uma caixa preta dentro do celular hoje em dia”, disse.

Somos nós que damos significados às imagens e objetos. “O quanto a fotografia e esses processos sociais envolvendo a fotografia têm parcela em relação a uma proliferação e uma banalização?”, questionou Sávio.

No contexto atual em que vivemos, é preciso sempre que refletir sobre a circulação das imagens, sua força e sua ligação com a percepção do real.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, patrocínio da ALUBAR e patrocínio master da VALE.

11º Diário Contemporâneo apresenta mostra virtual

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Texto: Debb Cabral

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia trouxe mais uma novidade ao público: a mostra virtual da sua 11ª edição. Ela é completa e inclui as obras das mostras “Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos”, com curadoria convidada de Rosely Nakagawa, e “O Lago do Esquecimento”, com curadoria de Mariano Klautau Filho, montadas no Museu do Estado do Pará. Para conferir, basta acessar o site do projeto e visitar o museu sem sair de casa. O endereço é http://www.diariocontemporaneo.com.br/tour-virtual/

Diante do atual contexto, a visitação do projeto se dá por agendamentos, mas ainda assim foi sentida a necessidade do tour virtual. Esta é uma forma de levar ao público de qualquer lugar do Brasil e do mundo o que é esta 11ª edição.

Detalhe da exposição no Museu do Estado do Pará. Foto: Debb Cabral

“Iniciamos o que eu chamo de a ‘segunda década do projeto’, onde estamos experimentando algumas novidades para que nós tenhamos um fôlego mais interessante”, disse o curador do projeto Mariano Klautau Filho.

Em 2020, o Diário Contemporâneo incorporou as ferramentas digitais com mais intensidade em seu processo. Inscrições, seleção dos trabalhos, curadoria convidada, minicurso de formação dos mediadores, encontros com os artistas. Tudo foi e está sendo feito de forma virtual.

“Foram muitas reuniões, planejamentos e eu acredito que a cultura paraense e a arte da fotografia mereciam este esforço todo. Assim, foi algo totalmente novo e pela primeira vez nós estamos inaugurando a visitação virtual. Nós vamos permitir que as pessoas, de onde quer que elas estejam, acompanhem tudo o que foi montado aqui. Isso é maravilhoso e é um legado que este momento vai nos deixar”, acrescentou Camilo Centeno, diretor geral do Grupo RBA.

A mostra Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos exibe os trabalhos de Alline Nakamura (SP), Andreev Veiga (PA), Arthur Seabra (PA), Beto Skeff (CE), Cecília Urioste (PE), Élcio Miazaki (SP), Fernando Jorge (CE), Hans Georg (RJ), Henrique Montagne (PA), Iezu Kaeru (PE), José Diniz (RJ), Karina Motoda (SP), Lara Ovídio (RJ), Melvin Quaresma (PA), Miriam Chiara (MG), Tetsuya Maruyama (RJ), Vanessa Ramos Carvalho (BA) e Sérgio Carvalho (PI) e Zé Barretta (SP).

Anna Ortega (RS), premiada com a Residência Artística Belém, e Suely Nascimento (PA), premiada com a Residência Artística Recife, também participam da mostra.

MOSTRA CONVIDADA

A fotógrafa Paula Sampaio é a artista convidada desta edição. Seu trabalho tem forte cunho documental e se debruça sobre temas como ocupação, memória, migração e colonização na região amazônica.

Seu livro O Lago do Esquecimento é fruto da pesquisa sobre o impacto do represamento das águas do rio Tocantins para a hidrelétrica de Tucuruí.

O projeto nunca havia sido apresentado no formato de exposição individual e este foi o recorte escolhido por Mariano Klautau Filho na curadoria desta mostra.

SERVIÇO: 11º Diário Contemporâneo inaugura mostra virtual. Acesse o site: http://www.diariocontemporaneo.com.br/tour-virtual/ e visite. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, patrocínio da Alubar e patrocínio master da VALE. Informações: (91) 98367-2400 e diariocontemporaneodfotografia@gmail.com.