A série de cinco crônicas, intitulada “Dedicatórias”, da paulista Yukie Hori, foi a vencedora desta 5ª edição, na categoria Prêmio Diário Contemporâneo. As fotografias recriam memórias, estabelecidas na revisita ao arquivo pessoal, quando são percebidas também, as referências formativas da poética da autora.
Confira a entrevista com a artista:
Debb Cabral: Como foi o processo de produção dos teus trabalhos? Cada crônica tem suas características, como foi produzir cada uma?
Yukie Hori: As cinco crônicas foram compostas por fotografias tomadas entre 2008 a 2013 em viagens ao Japão.
A criação dos trabalhos teve início com a seleção das imagens, em revisita ao meu arquivo pessoal. Nesse processo, pude perceber referências que, de alguma maneira, estão presentes em minha poética e achei justo citá-los, dedicando uma crônica para cada autor, respeitando suas respectivas “personalidades”, tentando demonstra-las na escolha do papel, da moldura, da montagem das fotos…
Como não se trata de um ensaio de tema único, mas histórias curtas de duas ou três imagens chamo cada conjunto fotográfico de crônica.
Debb Cabral: Todo ano o Prêmio tem um tema que norteia as mostras, mas este ano não teve. Como foi trabalhar com o Não-tema?
Yukie Hori: Não acho que não houve entre os artistas da mostra um “trabalhar com o Não-tema”. Imagino que essa ausência de tema permitiu aos artistas uma escolha mais livre do trabalho que seria submetido ao Prêmio, liberdade que percebi na variedade de assuntos e misturas de linguagens e meios presentes nas obras selecionadas para a mostra. Acho essa diversidade dá mais conta de um possível panorama da fotografia atual do que uma mostra com algum tema definido.
Debb Cabral: Este ano o Prêmio está completando cinco anos. Como você o avalia?
Yukie Hori: Fiquei surpresa com o número alto de inscritos nesta edição e saber como a boa qualidade dos trabalhos dificultou a seleção do júri. Isso é sinal de que o Prêmio está amadurecendo no circuito da fotografia brasileira e de que a qualidade dos fotógrafos, principalmente dos jovens artistas, esta cada vez melhor.
Participei da primeira edição e agora do quinto, fico muito feliz de fazer parte da história do Prêmio Diário.
A “Mostra dos artistas premiados e selecionados”, no Espaço Cultural Casa das 11 Janelas; e as exposições “Cidade Invisível”, de Janduari Simões; e “Pequenas cartografias (e duas performances)”, com trabalhos de Marise Maués, Michel Pinho, Cinthya Marques, Rodrigo José, Marco Santos e Luciana Magno; no MUFPA, seguem com visitação até o dia 22 de junho de 2014. A entrada é franca.