“Diálogos DCF” apresentam diferentes formas de interpretar a realidade

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A obra “Urgência das ruas”, de Sara Não Tem Nome

 

Com os artistas Sara não tem nome (MG), Roberto Bassul (RJ) e Erick Peres (RS), ocorre nesta segunda-feira (15), às 20h, o Diálogos DCF #4, que terá mediação de Alexandre Sequeira e Heldilene Reale. O bate-papo, parte da programação do Diário Contemporâneo de Fotografia, será no canal do YouTube do projeto e terá como fio condutor perguntas a serem feitas no momento do diálogo, que pretende esmiuçar detalhes dos artistas da coleção DCF e dos convidados. 

A proposta da atividade é formulada pelo comitê científico do DCF, formado por Heldilene Reale, Savio Stoco e Ceci Bandeira. Desta vez, o público é convidado a conhecer a obra “Memórias, afetos. Urgência das ruas” (2011/2021), de Sara não tem nome, que apresenta imagens com letreiros de rua que intensificam um “clima de tensão assola as cidades”. “Todos estão à espera. Não sabemos o que há por vir. As certezas se tornaram instáveis. O passo impensado é perigoso. Hora caminhamos sobre ovos, hora sobre pregos. As escolhas se comprimem, não há lugar para estagnação. Transitamos entre o desejo impetuoso e a apatia imóvel. O agora é fugaz. O tempo urge”, diz a artista.

José Roberto Bassul (RJ), também vai apresentar a série “O Sol só vem depois”, que é o refrão de “A ordem natural das coisas”, música de Emicida. Ele conta que a canção é uma abordagem sobre as dificuldades de quem vive nas periferias e sai para trabalhar ainda de madrugada. “Feitas durante a pandemia, o trabalho é evidência trágica de um colapso de prioridades e excessos, com resgates de arquivos antigos. As fotografias da série adotam um tom distópico, são imagens de elementos urbanos que evocam sonhos perdidos”, explica o artista.

Obra “O sol só vem depois”, de José Roberto Bassul

Em “Fim da cidade” (2021),  Erick Peres (RS) apresenta o realismo fantástico em imagens do dia a dia. Mas, apoiado em texto literário, refaz o discurso da imagem com apoio das palavras, no texto que é também um microconto. Ele escreve “Ao olhar para o horizonte, em direção à zona leste, ao fim da cidade, existe um lugar. Um lugar demarcado por diversas torres de ferro que podem ser vistas a distância, espalhadas por todo morro, invadindo o terreno das casas, torres envelhecidas e tomadas pela natureza com o atravessar do tempo. Dizem que ao fundo pode se ouvir e descobrir, em um grande alvoroço de pandeiros, tambores e cavaquinhos, um lugar de uma realidade tão desaforada, que beira o realismo fantástico”, escreve o artista.

 

Obra “Fim da cidade”, de Erick Peres

De acordo com Heldilene Reale, é no momento do encontro para esse tipo de diálogo que as obras se conectam de outras formas, para além do que se entende numa primeira leitura quando vistas nas mostras da edição deste no, que ocorreu na Casa das Onze Janelas e continua no Museu da UFPA. “São diálogos estabelecidos entre artistas e entre dois territórios, esses museus de grande importância na cidade. Perceber como um acervo se conecta com outro tempo estabelecendo novas imersões”, diz Heldilene.

 

Serviço
Diálogos DCF – Diário Contemporâneo de Fotografia
Nesta segunda-feira (15), às 20h, no canal do YouTube do projeto
Saiba mais em www.diariocontemporaneo.com.br 

 

15/11
Diálogos DCF #4
Sara não tem nome (MG), Roberto Bassul (RJ) e Erick Peres (RS)
Mediadores: Alexandre Sequeira e Heldilene Reale

17/11
Diálogos DCF #4
Paulo D’Alessandro (SP), Julia Milward (DF) e Marcílio Caldas (PA)
Mediadores: Ceci Bandeira e Savio Stoco

 

Visite
Mostra Pulsões
Curadoria de Mariano Klautau Filho
Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Av. Gov. José Malcher, 1192 – Nazaré (entrada pela Av. Generalíssimo Deodoro)
Visitação até 28/11/2021
de terça à sexta-feira, das 9h às 17h – finais de semana e feriados, das 9h às 13h
Entrada gratuita