Uma das principais preocupações do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é fomentar a reflexão a partir da arte. Por isso, anualmente o projeto dedica um momento para formar a sua equipe de educadores que irá receber os mais diversos públicos no espaço dos museus. Intitulada “Tempo para duvidar: por uma formação de espíritos livres” a ação educativa deste ano abriu inscrições para a seleção de mediadores culturais. Elas podem ser feitas pelo site www.diariocontemporaneo.com.br até o dia 29 de abril.
Segundo a artista e pesquisadora, Cinthya Marques, que irá ministrar o minicurso de formação deste ano, “esta convocatória visa selecionar o grupo que desenvolverá um trabalho com ênfase na formação de cidadãos com foco em estudantes do ensino fundamental e médio, possibilitando o acesso ao ensino das artes visuais e priorizando como mote principal fomentar uma forma de pensar/refletir diferente do que se espera, para além dos muros das escolas em consonância com as instituições educacionais (espaços museológicos e exposições de arte), abrindo múltiplas possibilidades de diálogos entre Arte, Fotografia e Sociedade”.
Será este grupo que atenderá desde as turmas escolares de ensino fundamental e médio até o público regular dos museus formado por educadores, artistas, estudantes e demais interessados em Arte Contemporânea.
Sob a coordenação de Rodrigo Correia, a ação educativa atuará durante o período das exposições, de 15 de maio a 15 de julho. O público-alvo da convocatória são alunos universitários de artes visuais, museologia, comunicação social e demais áreas afins. Após as inscrições e entrevistas presenciais, os pré-selecionados participarão do minicurso de formação. “Nesta edição o projeto educativo visa desenvolver possibilidades de inserir em debate temas contemporâneos presentes na sociedade brasileira, abrindo espaços de diálogos entre estudantes e obras de arte através do acesso à informação, para que nesta edição os educadores possam discutir com os estudantes temas relacionados à realidade social e política dos principais assuntos em debate no país”, frisou Cinthya.
Após o minicurso serão selecionados os mediadores que irão atuar no projeto pelos próximos meses, lotados no Museu do Estado do Pará – MEP e Museu da UFPA.
CRONOGRAMA
Inscrições: até 29 abril de 2018
Seleção/Entrevistas: 02 e 03 de maio, das 14 às 17h, no escritório do Projeto por ordem de chegada
Minicurso: 05 e 06 de maio, de 09 às 12h e de 14 às 17h
Carga horária: 12hrs
SERVIÇO:Diário Contemporâneo abre seleção para mediadores culturais. As inscrições podem ser feitas pelo site www.diariocontemporaneo.com.br até 29 de abril. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará – MEP, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA e do Museu da UFPA. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com. Site: www.diariocontemporaneo.com.br.
Após avaliação intensa das obras inscritas, a comissão de seleção e premiação desta edição, composta por Rosely Nakagawa (SP), curadora e pesquisadora; Walda Marques (PA), fotógrafa e Flavya Mutran (PA), artista e professora, escolheu os trabalhos que irão compor a exposição do 9º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.
A partir da temática “Realidades da imagem, Histórias da Representação” vieram 300 dossiês de todas as regiões do país concorrendo a um dos três prêmios no valor de R$ 10.000,00 cada, sendo dois deles concedidos na forma de bolsa para residência artística nas cidades de São Paulo e de Belém.
O início dos trabalhos de seleção foi marcado por uma conversa com o curador do projeto, Mariano Klautau Filho, que abordou a trajetória do Prêmio e destrinchou a temática escolhida para 2018.
Cada ano traz um processo de seleção particular. A proposição temática entra em contato com o artista e o trabalho deste entra em contato com o olhar da comissão. “Devemos pensar as relações que a arte tem com a sociedade, com a realidade, com o contexto social”, observou Flavya.
O alto nível dos trabalhos inscritos fez com que a comissão optasse por aumentar o número de contemplados. Inicialmente o edital previa a escolha de até 20 trabalhos, já contando com os três premiados. Ao final, 26 trabalhos integrarão a mostra.
Criado em 2010, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia trata-se de um projeto nacional, que em seus anos de atuação contribuiu para a consolidação do Pará como lugar de reflexão e criação em artes, além de proporcionar o diálogo entre a produção local e nacional. É uma realização do jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu do Estado do Pará – MEP, do Sistema Integrado de Museus/Secult-PA e do Museu da UFPA.
Veja abaixo a lista completa dos fotógrafos premiados e selecionados:
Prêmio Diário Contemporâneo – Edu Marin Kessedjian (SP)
Prêmio Residência Artística São Paulo – Ionaldo Rodrigues (PA)
As inscrições para a 9ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia foram prorrogadas até o dia 26 de março. O Projeto concederá três prêmios no valor de R$10.000,00 cada, sendo dois deles na forma de bolsa para residência artística nas cidades de São Paulo e Belém. O edital com a ficha de inscrição está disponível no link.
A greve dos correios adiou em alguns dias o encerramento das inscrições. Mariano Klautau Filho, curador do Projeto, considera que “uma prorrogação sempre funciona a favor do artista, para que ele possa se organizar mais e mandar o seu material. Portanto, sempre terá um lado positivo apesar de mexer no nosso cronograma geral. Acredito que o resultado é termos muito mais opções e diversidade de trabalhos para selecionar”.
Os trabalhos terão como ênfase a temática “Realidades da Imagem, Histórias da Representação”. O tema escolhido tem como objetivo selecionar e premiar obras que proponham uma reflexão ampla sobre a prática social por meio da arte e o fazer artístico como expressão histórica.
Sobre o que espera para esta nona edição de um projeto que já se firmou como um dos grandes editais de fotografia e arte do país, Mariano acrescenta que suas expectativas são “as melhores possíveis, além da curiosidade em como os artistas vão interpretar a proposição temática este ano. Digo isso porque a fotografia sempre estabeleceu com a vida social uma relação muito intensa, e as questões da representação da realidade estão sempre em pauta quando falamos do signo fotográfico”, explica.
RESIDÊNCIA ARTÍSTICA
Pelo segundo ano consecutivo o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia concede dois de seus prêmios na forma de bolsa para residência artística. Sobre isso, Mariano comenta que “é importante continuar a experiência das residências, porque estamos desenvolvendo uma experiência nova, aprendendo a lidar com essa dinâmica. É um aprendizado que abre a possibilidade de o artista estabelecer relações com outros ambientes distintos de seu lugar de origem. A residência no Diário Contemporâneo é um laboratório para todos nós”, afirma.
Em 2017, da Bahia, Hirosuke Kitamura veio para Belém e o paraense Guido Couceiro Elias foi para São Paulo. “Depois de quase um ano da residência, percebi que ela foi um marco na minha vida, não apenas pela importância do prêmio, mas pela experiência em si, pelo o que ela mexeu comigo. Não foi fácil para mim ir a São Paulo com 18 anos, ainda não tendo iniciado os estudos na faculdade de Artes Visuais. Foi uma espécie de pulo, me colocou em uma realidade que eu não estava pronto ainda, mas se não fosse a residência, talvez eu não estivesse pronto para essa realidade hoje. Foi um momento muito especial”, lembra Guido.
Serão selecionados no máximo vinte artistas, incluindo os três premiados. O artista poderá inscrever-se livremente e concorrer a qualquer um dos prêmios de acordo com a sua linha de trabalho. O edital abre espaço também para propostas em vídeo, instalações, projeções e trabalhos que misturam suportes.
O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto nacional realizado pelo jornal Diário do Pará, com apoio da Vale, apoio institucional do Museu do Estado do Pará – MEP, do Sistema Integrado de Museus/Secult-PA e do Museu da UFPA.
SERVIÇO: O IX Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia inscreve até dia 26. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.
As inscrições para a 9ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia foram prorrogadas até o dia 26 de março. O projeto concederá três prêmios no valor de R$10.000,00 cada, sendo dois deles na forma de bolsa para residência artística. O edital com a ficha de inscrição está disponível no site www.diariocontemporaneo.com.br.
Os trabalhos terão como ênfase a temática “Realidades da Imagem, Histórias da Representação”. O tema escolhido tem como objetivo selecionar e premiar obras que proponham uma reflexão ampla sobre a prática social por meio da arte e o fazer artístico como expressão histórica. O Diário Contemporâneo abre espaço também para propostas em vídeo, instalações, projeções e trabalhos que misturam suportes.
Serão selecionados no máximo vinte artistas, incluindo os três premiados. O artista poderá inscrever-se livremente e concorrer a qualquer um dos prêmios de acordo com a sua linha de trabalho.
O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto nacional realizado pelo jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu do Estado do Pará – MEP, do Sistema Integrado de Museus/Secult-PA e do Museu da UFPA.
SERVIÇO:IX Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia inscreve até dia 26 de março. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.
A temática da nona edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, “Realidades da imagem, histórias da representação”, propõe pensar na relação entre a arte e o seu contexto social. Qual seria o papel da fotografia diante da nossa realidade tão complexa? O projeto selecionará e premiará obras que proponham uma reflexão ampla sobre a prática social por meio da arte e o fazer artístico como expressão histórica. As inscrições seguem abertas até 13 de março. O edital com a ficha de inscrição está disponível no site www.diariocontemporaneo.com.br.
As múltiplas possibilidades que a fotografia abarca permitem não só uma experiência estética como também o desafio de representação do cotidiano e da sociedade. Mariano Klautau Filho, curador do projeto conta que o tema “surgiu da própria fotografia enquanto linguagem de embate e empatia com a realidade. A fotografia sempre foi tomada como um meio de aproximação com o mundo real no sentido social, mas essa questão é sempre mais ampla do que aparenta”, afirma.
As condições da sociedade brasileira, os problemas de cunho político, racial e de renda estão manifestos em muitas construções artísticas contemporâneas. Realistas ou não, essas produções tem o caráter de registro deste momento para uma memória.
Em seu artigo “A arte brasileira e a crise de representação”, o crítico de arte Moacir dos Anjos explica que, “é preciso lembrar que qualquer produção artística está sempre ligada, com menor ou maior evidência ou consciência, aos lugares e aos tempos vividos por seus autores. Aquilo que é inventado pelos artistas, ou mediado por suas subjetividades, sempre deixa transparecer, como sintoma ou como análise, a situação e o contexto específicos que lhe serve de chão e calha”.
A fala do especialista reforça a questão de que por mais universal que seja a mensagem do artista, ela sempre está ligada ao contexto que ele está inserido. “A resposta é perceber como o artista pensa isso por meio de sua posição no mundo e a gramática que ele escolhe para construir suas imagens do mundo”, explica Mariano.
REPRESENTAÇÃO DO INIVISIVEL
Sujeitos presentes, sujeitos ausentes. Grupos invisíveis encontram na arte o seu lugar de fala. Moacir atenta, “ao se falar de crise de representação, fala-se, portanto, de uma situação em que os danos que uma dada partilha do sensível provoca ou condensa são finalmente explicitados. Situação em que se evidenciam, por vários meios, as desigualdades que moldam e que definem certo contexto social, fazendo que a alguns seja dado o poder de terem rosto e de terem fala, enquanto a outros são negados o direito à própria imagem e o de narrar suas histórias. E é diante desse entendimento amplo do que é representação e de como a arte potencialmente atua para questionar uma dada configuração hegemônica do que pode ou não pode ser figurado em um dado lugar e momento, que se pode pensar a ideia de uma arte que resiste. De uma arte que recusa a naturalização da invisibilidade social de determinadas questões, grupos sociais e entendimentos sobre o mundo. De uma arte que resiste à ideia de que as representações dominantes não podem ser questionadas e alteradas. Resistência que é entendida, assim, não como gesto passivo frente a uma força que acua, mas, paradoxalmente, como postura ativa de transformação”.
A fotografia é, então, o recorte de uma realidade complexa. Ainda assim, o olhar do artista traz um destaque, um realce daquilo que ele busca uma correspondência com a vida individual daquele que observa a sua imagem. Cada um responderá ao seu modo aos questionamentos trazidos pela temática da 9ª edição. “A fotografia é uma possibilidade de resistência assim como a arte. Aqui estamos falando também da imagem como modo de representação e posicionamento diante da história aqui e agora. O aqui e agora também inclui o fotógrafo em seu fazer artístico”, finalizou Mariano.
O PRÊMIO
Além da fotografia Diário Contemporâneo abre espaço para propostas em vídeo, instalações, projeções e trabalhos que misturam suportes. Serão concedidos três prêmios no valor de R$10.000,00 cada, sendo dois deles na forma de bolsa para residência artística nas cidades de São Paulo e Belém. O artista poderá inscrever-se livremente e concorrer a qualquer um dos prêmios de acordo com a sua linha de trabalho. Serão selecionados no máximo vinte artistas, incluindo os três premiados.
O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto nacional realizado pelo jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu do Estado do Pará – MEP, do Sistema Integrado de Museus/Secult-PA e do Museu da UFPA.
SERVIÇO: O IX Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia inscreve até 13 de março. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.
O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia realiza em 2018 a sua 9ª edição. “Realidades da Imagem, Histórias da Representação”, temática escolhida, tem como objetivo selecionar e premiar obras que proponham uma reflexão ampla sobre a prática social por meio da arte e o fazer artístico como expressão histórica. As inscrições estão abertas e seguem até 13 de março de 2018. O edital com a ficha de inscrição está disponível no site www.diariocontemporaneo.com.br.
Toda produção artística está ligada ao seu tempo e aos seus autores, sendo assim uma expressão histórica desde já. Por mais que a fotografia tenha alcançado o patamar de arte, abraçando a ficção, ela nunca deixou de ter relação com o mundo real. O que mudou foi a forma de se relacionar. O que antes tinha a obrigação de ser a cópia fiel da realidade, hoje se apresenta como um recorte dela, um olhar, uma possibilidade sensível que convida para ao diálogo.
Mariano Klautau Filho, curador do projeto, propõe vários questionamentos acerca do tema, “quais os mecanismos da arte diante do contexto social? Quais os papéis que desempenham as imagens fotográficas na arte em face de realidades tão concretas? Quais reflexões podemos construir sobre a prática social por meio da arte e o fazer artístico como expressão social? Qual o lugar do artista nas representações históricas e nas histórias da representação? A fotografia oferece, desde seu surgimento, vários desafios. É o que o IX Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia propõe para o ano de 2018”.
Que obras representariam esta nossa realidade tão complexa? A crise de representação atual tem a ver com a falta de reconhecimento político, questões de raça, classe social, gênero e sexualidade.
Os artistas narram o mundo em que vivem. Ao acolher as diversas ideias, grupos e debates o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia reforça a potência da arte em resistir e de se fazer presente no que estar por vir.
O PRÊMIO
Serão concedidos três prêmios no valor de R$10.000,00 cada, sendo dois deles na forma de bolsa para residência artística nas cidades de São Paulo e Belém. Os selecionados e premiados participarão da 9ª Mostra Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, no Museu do Estado do Pará – MEP, que ocorrerá no período de 08 de maio a 09 de julho de 2018.
O Diário Contemporâneo abre espaço também para propostas em vídeo, instalações, projeções e trabalhos que misturam suportes. O artista poderá inscrever-se livremente e concorrer a qualquer um dos prêmios de acordo com a sua linha de trabalho. Serão selecionados no máximo vinte artistas, incluindo os três premiados.
Aberto a todos os artistas brasileiros ou residentes no país, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia trata-se de um projeto nacional, que em seus anos de atuação contribuiu para a consolidação do Pará como lugar de reflexão e criação em artes, além de proporcionar o diálogo entre a produção local e nacional. É uma realização do jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu do Estado do Pará – MEP, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA e do Museu da UFPA.
SERVIÇO: IX Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia já está com inscrições abertas. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.
A 8º edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia chegou ao fim com um balanço muito positivo. Um público de quase nove mil pessoas visitou as exposições, além disso, palestras, encontros com artistas e oficinas ampliaram a percepção da arte e fomentaram a relação entre o público e as obras. O júri composto por Camila Fialho, Isabel Amado e Alexandre Sequeira avaliou 390 dossiês de todas as regiões do país. Foram 3 artistas premiados, 23 selecionados e 5 participações especiais. Artista convidado desta edição, o fotojornalista Geraldo Ramos, apresentou seu olhar pela Amazônia e mostrou que a fronteira entre o documental e arte é cada vez mais fina.
A programação da oitava edição começou com a palestra “Fotografia e o Circuito da Arte: entre o museu e a galeria”, da curadora e especialista em conservação, Isabel Amado, que ressaltou a importância do colecionismo e da formação de um mercado para as artes.
Para formar a equipe que atuou na ação educativa do projeto, os coordenadores Cinthya Marques e Rodrigo Correia realizaram a oficina “Olhar e ser visto: práticas educativas na poética do retrato”, que capacitou os participantes. A sensibilização do olhar pôde ser trabalhada não só na visitação diária, mas também em ações direcionadas como a com as crianças do Projeto Aparelho e com o público do Projeto Circular Campina – Cidade-Velha.
A semana da abertura das mostras foi marcada por uma intensa programação. Lívia Aquino realizou a oficina “Fotografar a Fotografia”; o premiado João Urban, a conversa “A presença do retrato na fotografia documentária”; os premiados com residência artística Hirosuke Kitamura e Guido Couceiro Elias e seus respectivos tutores, Alexandre Sequeira e Lívia Aquino, conversaram com o público sobre essa experiência; o artista selecionado Filipe Barrocas aproveitou sua vinda a Belém para lançar seu livro “O corpo neutro”; e o também selecionado, Alex Oliveira, realizou “Fora do lugar – Oficina de fotografia contemporânea”, que teve as imagens produzidas durante a ação, devolvidas a cidade no formato lambe lambe próximo aos locais de sua produção.
Outra oficina realizada foi “O Retrato e o Tempo”, ministrada pelo fotógrafo e professor, Valério Silveira, com uma metodologia que trouxe desde a história da fotografia até a sua técnica, sempre explorando o retrato, foco da 8ª edição.
O Museu da UFPA, que acolhe anualmente a mostra do artista convidado, recebeu Geraldo Ramos e o público para uma conversa, na qual o fotógrafo falou sobre a sua trajetória artística e relação com a Amazônia.
Já a palestra de encerramento foi “Diálogos sobre Artes Visuais e Amazônia(s)”, do professor e pesquisador John Fletcher, na qual, em conversa com o público e com a curadora e pesquisadora Marisa Mokarzel, ele debateu a visualidade amazônica e a necessidade de questionamento constante por parte do próprio artista. “Nós devemos a todo instante problematizar a arte e seus lugares”, frisou John.
INSPIRAÇÃO
O grande destaque de todos os anos é sempre o trabalho realizado junto às escolas. Quase seis mil alunos tiveram a experiência de poder se envolver com as obras desta edição. Os estudantes do 1º ano da E.F.M. Profº Cornélio de Barros, do bairro da Marambaia, que visitaram as mostras do projeto pelo quarto ano consecutivo, ficaram inspirados e realizaram suas próprias imagens, retratos em preto e branco de familiares e amigos que resultaram na ” I Mostra Fotográfica”.
Segundo José Carlos Silveira, professor responsável, “eles usaram o recurso que está sempre a mão deles, que é o celular, em uma sensibilidade em mostrar rostos, cada qual com a sua história”. A aproximação com o outro e tornar o contato com a arte um hábito foram alguns dos objetivos do trabalho, que mostrou que cada retratado tem uma história que merece ser compartilhada.
Foto: Rodrigo Correia
Foto: Rodrigo Correia
Foto: Rodrigo Correia
Foto: Rodrigo Correia
Foto: Rodrigo Correia
Foto: Rodrigo Correia
Foto: Rodrigo Correia
Foto: Rodrigo Correia
Foto: Rodrigo Correia
Foto: Rodrigo Correia
Foto: Rodrigo Correia
Foto: Rodrigo Correia
Foto: Rodrigo Correia
Foto: Rodrigo Correia
O celular, tido por muitos como um vilão, tornou-se um instrumento pedagógico. As fotografias produzidas foram expostas em uma sala destinada somente as artes, decorada pelos próprios alunos e que funciona também como um cinema.
Giovanna Lyssa, de 16 anos, contou que “foi muito interessante ver as fotografias e vídeos que mostravam a arte contemporânea. Quando saímos do museu e voltamos para a escola, o professor teve a ideia de fazer um trabalho conosco, nessa hora nem se pensava na exposição dos alunos, só no trabalho mesmo. Eu percebi que podemos fazer arte com coisas tão simples, isso mostra mesmo o talento das pessoas e hoje tem amigos meus que querem ser fotógrafos. Esse trabalho deu um gás na autoestima, pois nós pesquisamos além do que o professor passou em sala. Ver a exposição e o resultado me deixa muito orgulhosa”, finalizou.
Criado em 2010, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia trata-se de um projeto nacional, que em seus anos de atuação contribuiu para a consolidação do Pará como lugar de reflexão e criação em artes, além de proporcionar o diálogo entre a produção local e nacional.
SERVIÇO: O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional do Museu da Universidade Federal do Pará, Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e apoio da Sol Informática. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com ewww.diariocontemporaneo.com.br.
A visitação das mostras da 8ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia teve seu encerramento no último domingo (02), mas antes disso o projeto realizou a última ação da sua agenda de convidados, com a palestra “Diálogos sobre Artes Visuais e Amazônia(s)”, do professor e pesquisador John Fletcher. A programação que foi realizada no dia 30 de junho, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, contou com a mediação de Marisa Mokarzel.
John fez um panorama da história artística de Belém, apresentando espaços expositivos que contribuíram para o fortalecimento do circuito artístico local, além de eventos marcantes como o 1º Seminário sobre as Artes Visuais na Amazônia, organizado pelo Instituto Nacional de Artes Plásticas (INAP), sob a direção de Paulo Herkenhoff.
Nomes como Valdir Sarubi, Claudia Leão, Luiz Braga, Octavio Cardoso, Miguel Chikaoka, Mariano Klautau Filho, Luciana Magno, entre outros, foram citados por ele ao traçar os contornos da cena paraense que estava de fortalecendo.
Apresentando tudo isso, John questionou, “como a arte pode comunicar ou atingir melhor os sujeitos para promover uma transformação política nos dias de hoje? ”. A arte comunica questões que fazem parte do cotidiano amazônico, mas o que seria a visualidade amazônica e como ela permanece hoje? “Nós devemos a todo instante problematizar a arte e seus lugares”, acrescentou.
Os anos 70 e 80 foram marcantes para a arte paraense e atualmente, no contexto de crise política e econômica, o processo criativo e critico encontra-se cada mais necessário para manifestar uma resposta a isso e a uma espécie de modus operandi artístico que é refém do mercado.
“Os artistas têm que estar abertos a perceber os furos nas suas próprias metodologias. Se não estamos questionando a produção artística, então o que estamos fazendo? ”, finalizou John.
SERVIÇO: O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional do Museu da Universidade Federal do Pará, Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e apoio da Sol Informática. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.
O professor e pesquisador franco-português, Samuel de Jesus, esteve em Belém para realizar a última ação formativa da 8ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. O curso “O corpo ao limite. Fotografia, cinema e práticas extremas contemporâneas” ocorreu nos dias 29 e 30 de junho, no auditório do Museu de Arte Sacra e compartilhou diversas referências artísticas com os participantes.
Samuel abordou a questão da fisiognomia, que busca uma leitura do indivíduo através da sua face, ele ainda apresentou artistas que hoje reagem produzindo obras que desmistificam esse padrão, usado principalmente em situações como a da fotografia publicitaria, com o culto do “adequado” e do “belo”.
“As características externas do rosto não têm nada a ver com o funcionamento da psique”, explicou. Ainda assim, a fisiognomia, tida como método cientifico, inoculou-se na fotografia. Regras, proporções, sistematização, tudo em nome de uma legitimidade. “Apesar de criticada, a fiosiognomia invade o campo da fotografia, sobretudo na médica e na policial”, acrescentou. Nadar, por exemplo, passa a receber encomendas de fotografias destinadas aos dicionários médicos. Na investigação policial, a tentativa de leitura do rosto servia como forma de identificação e controle.
Porém, o instrumento de controle, tornou-se também um instrumento de fuga. A portabilidade das câmeras mudou a forma como o indivíduo se relaciona com a fotografia, agora usando-a mais intensamente como uma crítica à sistematização. A fotografia vai para a rua e deixa de privilegiar apenas as altas camadas da sociedade. Ela passa a dar visibilidade aos invisíveis.
“Muitos artistas vão levar o corpo ao limite, como uma superfície de investigação”, disse Samuel. A estranheza, o incomodo, a sombra da morte, a ambiguidade. Ao apresentar referências como Ticiano, Marc Ferrez, Leon Busy, Eugène Arget, Fox Talbot, August Sander, Alfred Hitchcock, Dorotea Lange, Otto Dix, Jeff Wall, Gina Pane, Gui Mohallen, David Nebreda, entre outros, o professor trouxe questões como “o que é uma imagem esgotada?”, “como definir o conotado da imagem?” e “o que se deseja falar?”.
Além disso, as duas tardes do curso foram dedicadas às leituras de portfólio, nas quais os participantes apresentaram séries e projetos em andamento, enquanto conversavam com Samuel e os outros sobre narrativas, suportes, curadoria e edição. “O portfólio serve para que o leitor tenha uma ideia mais nítida sobre a sua história”, finalizou.
SERVIÇO: O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional do Museu da Universidade Federal do Pará, Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e apoio da Sol Informática. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.
“O corpo ao limite. Fotografia, cinema e práticas extremas contemporâneas”, com Samuel de Jesus, é uma ação do 8º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia que tem como objetivo incentivar e fomentar a educação e a pesquisa no campo da fotografia e das artes contemporâneas.