“Diálogos DCF”: em pauta a arte e o território 

Share This:

“Visagens”, de Betania B

 

Em mais uma rodada de bate-papo, o Diálogos DCF #7 desta quarta-feira (24) reúne os artistas Betania B (PA), Ramon Reis (PA) Nilmar Lage (MG), a partir das 20h, no canal do YouTube do Diário Contemporâneo de Fotografia, com mediação de Heldilene Reale e Mariano Klautau Filho. A iniciativa é uma forma de aproximar o público das obras expostas nas mostras deste ano e também para estimular a discussão sobre processos artísticos. 

A proposta da atividade é formulada pelo comitê científico do DCF, formado por Heldilene Reale, Savio Stoco e Ceci Bandeira. Na obra “Visagens” (2013), a artista convidada Betania B apresenta a Ilha do Marajó a partir de seus moradores e suas casas, em imagens noturnas que mostram a atmosfera onírica do lugar, reforçada pelas lendas e causos da região.  Nos rostos que aparecem nas imagens, delineados com lanternas, o trabalho documental se torna permeado por mistérios. 

Frame do vídeo “Circunstâncias”, de Ramon Reis

Ramon Reis vai falar sobre o trabalho “Circunstâncias” (2020), vídeo em que aborda relações entre imagem e poder, a partir de técnicas e materiais diversificados, para refletir sobre o fenômeno da desumanização na contemporaneidade. “A criação do trabalho se deu a partir do meu contato com as fotografias produzidas pelo português Felipe Augusto Fidanza, no século XIX, no Pará. As imagens de pessoas negras criadas por ele representam um dos raros registros do contexto da escravidão na Amazônia”, explica o artista. 

E Nilmar Lage, por meio do trabalho “Retirada Violenta/O Esbulho Possessório” (2017-2021), aborda por meio de imagens a vida de pessoas retiradas de seus imóveis pelos rompimentos das barragens de Fundão e Córrego do Feijão em Minas Gerais e das comunidades indígenas do Paraná retiradas de suas terras para a construção da Usina de Itaipu. “São comunidades tradicionais quilombolas que lutam pelo reconhecimento de suas terras, acampamentos e assentamentos rurais e urbanos assistidos por movimentos sociais como o MST e o Brigadas Populares, além das famílias do semiárido mineiro, que por condições climáticas e má vontade dos políticos, não têm acesso à água”, comenta o artista. 

“Retirada Violenta/O Esbulho Possessório”, de Nilmar Lage

Diário Contemporâneo de Fotografia 2021
A edição deste ano apresenta mais de 50 artistas, entre integrantes da Coleção DCF, instituída em 2016, e convidados do país inteiro, com obras que dialogam sobre temas sociais e de luta por direitos. A mostra “Pulsões”, no Museu da UFPA continua aberta para visita no Museu da UFPA até 28/11.

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.

 

Serviço

Diálogos DCF – Diário Contemporâneo de Fotografia
Nesta quarta-feira (22), às 20h, no canal do YouTube do projeto
Saiba mais em www.diariocontemporaneo.com.br 

Agende-se

22/11 (quarta-feira)
Diálogos DCF #7
Betania B (PA), Ramon Reis (PA) NIlmar Lage (MG)
Mediadores: Ceci Bandeira e Savio Stoco

29/11 (segunda-feira)
Rochelle Costi (RS/SP), Randolpho Lamonier (MG) e Waléria Américo (CE)
Mediadores: Alexandre Sequeira e Savio Stoco 

 

Visite

Mostra Pulsões
Curadoria de Mariano Klautau Filho
Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Av. Gov. José Malcher, 1192 – Nazaré (entrada pela Av. Generalíssimo Deodoro)
Visitação até 28/11/2021
de terça à sexta-feira, das 9h às 17h – finais de semana e feriados, das 9h às 13h
Entrada gratuita

Realidade e ficção no “Diálogos DCF”

Share This:

 

“Ruínas de Sustentação”, de Duda Santana. Artista convidada.

As artistas Duda Santana (PA), Patrícia Teles (RJ) e Jorane Castro (PA), que integram a exposição do Diário Contemporâneo de Fotografia, são as convidadas da próxima rodada de conversa Diálogos DCF, nesta segunda-feira (22), às 20h, no canal do YouTube do projeto. Com mediação de Ceci Bandeira e Heldilene Reale, a ideia é discutir questões relacionadas aos processos de criação de cada artista. 

Três mulheres, três tipos de lidar com a realidade e documentá-la. Em “Ruínas da Sustentação “ (2018), a artista convidada Duda Santana apresenta uma série de retratos performáticos que apresentam tensão e força, testando o corpo com elementos como barro, planta, cimento e plástico. Classificada como uma fotoperformance, a obra sugere uma relação direta com a escultura “ao enquadrar rigorosamente seus autorretratos em um corte que os transforma em uma coleção de bustos”, descreve Mariano Klautau Filho, curador e coordenador geral do DCF. 

A carioca Patrícia Teles, também artista convidada, apresenta “Corpo Machine” (2013), vídeo de 1 minuto em que realiza “experimentos com um corpo-máquina obsoleto”. O pequeno filme mostra a própria artista manipulando discos de vinil ao som frenético do hino nacional instrumental até o aúdio se tornar uma mistura de sons, ora mais acelerado, ora mais lento. Seu interesse é  trabalhar com performance, teatro, vídeo, autorretratos, GIFs e instalações participativas. 

 

Frame do vídeo “Corpo Machine”, de Patricia Teles

Já a paraense Jorane Castro, na obra “O Diabo no Corpo” (1988) – que compõe a coleção DFC e integra o acervo do Museu da UFPA,  apresenta um trabalho urbano e com características de ficção. Hoje cineasta premiada, quando começou a realizar a série fotográfica no início de sua carreira já tinha em sua produção a experiência narrativa do cine nas obra em que fotografou, combinando de distintas formas imagens de  cenas do filme homônimo, dirigido por Marco Bellocchio em 1986. 

 

O Diabo no Corpo
Jorane Castro (1988).
Coleção DCF – Acervo Museu da UFPA

Diálogos DCF

A programação se estenderá até dezembro com artistas das duas mostras da edição 2021 e curadores do Diário Contemporâneo de Fotografia. Os convidados são instigados a debater e interagir com o público sobre as obras, suas motivações e o processo criativo a partir de perguntas que são reveladas somente no momento da atividade. A programação é estruturada pelo comitê científico formado por Sávio Stoco, Ceci Bandeira e Heldilene Reale

Serviço

Diálogos DCF #6
22/11
Duda Santana (PA), Patrícia Teles (RJ) e Jorane Castro (PA)
Mediadores: Ceci Bandeira e Heldilene Reale

Diálogos DCF #7
24/11
Betania B. (PA), Ramon Reis (PA), Nilmar Lage (MG)
Mediadores: Heldilene Reale e Mariano Klautau Filho 

Diálogos DCF #8
29/11
Rochelle Costi (RS/SP), Randolpho Lamonier (MG) e Waléria Américo (CE)
Mediadores: Alexandre Sequeira e Savio Stoco 

Confira em www.diariocontemporaneo.com.br 

 

Visite

Mostra Pulsões

Curadoria de Mariano Klautau Filho
Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Av. Gov. José Malcher, 1192 – Nazaré (entrada pela Av. Generalíssimo Deodoro)
Visitação até 28/11/2021
de terça à sexta-feira, das 9h às 17h – finais de semana e feriados, das 9h às 13h
Entrada gratuita

 

A documentação e a arte em debate no “Diálogos DCF”

Share This:

A obra Cena, de Paulo D’Alessandro

A programação do “Diálogos DCF” continua nesta quarta-feira (17), às 20h, no canal do YouTube. O projeto que traz discussões sobre as obras apresentadas nas duas mostras da edição 2021 do Diário Contemporâneo de Fotografia, reúne desta vez os artistas Paulo D’Alessandro (SP), Julia Milward (DF) e  Marcílio Costa (PA). As obras refletem sobre o limiar entre realidade e ficção a partir da interferência do olhar do artista na documentação da realidade, com mediação de Ceci Bandeira e Savio Stoco, do comitê científico do projeto.

O artista Paulo D’Alessandro (SP) apresenta três obras nesta edição da mostra, “A bigger splash”, “Close Up” e “Cena”. Os trabalhos partem de um grande acervo resultante do trabalho de Paulo como documentarista de eventos sociais e culturais na cidade de São Paulo. Nas obras, ficção e realidade se misturam, ao inserir uma poética cinematográfica em cenas documentais. Ao captar os gestos expansivos das festas e encontros, o artista se torna um diretor de cena, um organizador dos personagens dentro do quadro, imprimindo caráter de teatralidade às performances corporais documentadas.

O  retrato de mulheres em colunas sociais dos anos 1950 e 1960 é o pano de fundo do trabalho de Julia Milward (DF). A obra “Renomes” traz interferências às imagens documentadas pela elite do período, nas quais as mulheres eram identificadas pelo sobrenome dos maridos. Milward se apropria dessas imagens, aumenta suas dimensões e interfere na materialidade do suporte do papel escondendo os rostos dessas mulheres. “Ao apoderar-se de documentos naturalizados pela elite, a arte os transforma plasticamente em um contra-discurso cujo alcance político é revelador da tradição das classes dominantes brasileiras”, reflete a artista.

A obra “Renomes”, de Julia Milward

“Empalamento” é o título da obra do paraense Marcílio Costa. O artista registra frontal e simetricamente a fachada de pequenas casas como uma espécie de catalogação de moradias modestas da classe média, revelando a dominação da especulação imobiliária nesta paisagem. “O artista consegue alinhar o ponto de vista e flagrar a violência com que os edifícios estreitos e altos surgem na horizontalidade das casas, rasgando-as por dentro, na experiência do ângulo e da composição”, destaca Mariano Klautau Filho, curador e coordenador geral do DCF. 

Empalamento
MARCÍLIO COSTA, PA.
Coleção DCF (Diário Contemporâneo de Fotografia) – Acervo Casa das Onze Janelas, Aquisição, 2015.

 

Diário Contemporâneo de Fotografia 2021
A edição deste ano apresenta mais de 50 artistas, entre integrantes da Coleção DCF, instituída em 2016, e convidados do país inteiro, com obras que dialogam sobre temas sociais e de luta por direitos. A mostra “Pulsões”, no Museu da UFPA continua aberta para visitação no Museu da UFPA.

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.

 

Serviço

Diálogos DCF
17/11 (quarta-feira)
Diálogos DCF #5
Paulo D’Alessandro (SP), Julia Milward (DF) e Marcílio Costa (PA)
Mediadores: Ceci Bandeira e Savio Stoco

 

Mostra Pulsões

Curadoria de Mariano Klautau Filho
Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Av. Gov. José Malcher, 1192 – Nazaré (entrada pela Av. Generalíssimo Deodoro)
Visitação até 28/11/2021
de terça à sexta-feira, das 9h às 17h – finais de semana e feriados, das 9h às 13h
Entrada gratuita

“Diálogos DCF” apresentam diferentes formas de interpretar a realidade

Share This:

A obra “Urgência das ruas”, de Sara Não Tem Nome

 

Com os artistas Sara não tem nome (MG), Roberto Bassul (RJ) e Erick Peres (RS), ocorre nesta segunda-feira (15), às 20h, o Diálogos DCF #4, que terá mediação de Alexandre Sequeira e Heldilene Reale. O bate-papo, parte da programação do Diário Contemporâneo de Fotografia, será no canal do YouTube do projeto e terá como fio condutor perguntas a serem feitas no momento do diálogo, que pretende esmiuçar detalhes dos artistas da coleção DCF e dos convidados. 

A proposta da atividade é formulada pelo comitê científico do DCF, formado por Heldilene Reale, Savio Stoco e Ceci Bandeira. Desta vez, o público é convidado a conhecer a obra “Memórias, afetos. Urgência das ruas” (2011/2021), de Sara não tem nome, que apresenta imagens com letreiros de rua que intensificam um “clima de tensão assola as cidades”. “Todos estão à espera. Não sabemos o que há por vir. As certezas se tornaram instáveis. O passo impensado é perigoso. Hora caminhamos sobre ovos, hora sobre pregos. As escolhas se comprimem, não há lugar para estagnação. Transitamos entre o desejo impetuoso e a apatia imóvel. O agora é fugaz. O tempo urge”, diz a artista.

José Roberto Bassul (RJ), também vai apresentar a série “O Sol só vem depois”, que é o refrão de “A ordem natural das coisas”, música de Emicida. Ele conta que a canção é uma abordagem sobre as dificuldades de quem vive nas periferias e sai para trabalhar ainda de madrugada. “Feitas durante a pandemia, o trabalho é evidência trágica de um colapso de prioridades e excessos, com resgates de arquivos antigos. As fotografias da série adotam um tom distópico, são imagens de elementos urbanos que evocam sonhos perdidos”, explica o artista.

Obra “O sol só vem depois”, de José Roberto Bassul

Em “Fim da cidade” (2021),  Erick Peres (RS) apresenta o realismo fantástico em imagens do dia a dia. Mas, apoiado em texto literário, refaz o discurso da imagem com apoio das palavras, no texto que é também um microconto. Ele escreve “Ao olhar para o horizonte, em direção à zona leste, ao fim da cidade, existe um lugar. Um lugar demarcado por diversas torres de ferro que podem ser vistas a distância, espalhadas por todo morro, invadindo o terreno das casas, torres envelhecidas e tomadas pela natureza com o atravessar do tempo. Dizem que ao fundo pode se ouvir e descobrir, em um grande alvoroço de pandeiros, tambores e cavaquinhos, um lugar de uma realidade tão desaforada, que beira o realismo fantástico”, escreve o artista.

 

Obra “Fim da cidade”, de Erick Peres

De acordo com Heldilene Reale, é no momento do encontro para esse tipo de diálogo que as obras se conectam de outras formas, para além do que se entende numa primeira leitura quando vistas nas mostras da edição deste no, que ocorreu na Casa das Onze Janelas e continua no Museu da UFPA. “São diálogos estabelecidos entre artistas e entre dois territórios, esses museus de grande importância na cidade. Perceber como um acervo se conecta com outro tempo estabelecendo novas imersões”, diz Heldilene.

 

Serviço
Diálogos DCF – Diário Contemporâneo de Fotografia
Nesta segunda-feira (15), às 20h, no canal do YouTube do projeto
Saiba mais em www.diariocontemporaneo.com.br 

 

15/11
Diálogos DCF #4
Sara não tem nome (MG), Roberto Bassul (RJ) e Erick Peres (RS)
Mediadores: Alexandre Sequeira e Heldilene Reale

17/11
Diálogos DCF #4
Paulo D’Alessandro (SP), Julia Milward (DF) e Marcílio Caldas (PA)
Mediadores: Ceci Bandeira e Savio Stoco

 

Visite
Mostra Pulsões
Curadoria de Mariano Klautau Filho
Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Av. Gov. José Malcher, 1192 – Nazaré (entrada pela Av. Generalíssimo Deodoro)
Visitação até 28/11/2021
de terça à sexta-feira, das 9h às 17h – finais de semana e feriados, das 9h às 13h
Entrada gratuita

 

Mostras provocam debates sobre questões atuais

Share This:

“Margens/Casa Ribeirinha”, de Rochelli Costa, em exibição na Casa das Onze Janelas

A mostra “Desejos Pessoais, Pulsões Coletivas”, fica em cartaz no Museu Casa das Onze Janelas até o próximo domingo (14/11). A mostra que faz parte do 12º Diário Contemporâneo de Fotografia traz um apanhado de obras que discutem temas sociais tão caros aos brasileiros, como uma forma de convocar a todos para que se discuta sobre a política em nosso país. A escolha por esse viés, de acordo com o curador convidado Alexandre Sequeira, foi uma forma de promover diálogos por meio da arte.

“É um convite para que o público se aproprie desse material e consiga também propor uma série de outras questões porque o que está posto não se esgota na mostra, é apenas um exercício e também uma escolha, uma eleição de alguns pontos de discussão, mas que se abrem. O simples fato de uma obra se encontrar com outra, ela já propõe uma nova interface e, assim, a mostra se desdobra em muitas possibilidades de interpretação, estudo e análise”, defende Sequeira.

Série “O Sol só vem depois”, de José Roberto Bassul, em cartaz na Casa das Onze Janelas.

Com trabalhos de artistas que integram a Coleção DCF – instituída em 2016 como forma de potencializar a fotografia contemporânea brasileira em Belém – e convidados, a exposição coloca questões que são suscitadas por uma equipe de mediadores que está disponível no espaço expositivo para sugerir caminhos na interpretação do diálogo das obras. Alexandre acredita também que a edição deste ano é um convite à pesquisa científica, para os mais diversos campos de estudo.

“A gente percebe que essa coleção poderia estar sendo estudada, analisada por muitos alunos, pelas universidades, pelos cursos de arte que nós temos aqui”, indica o curador convidado. Da Coleção DCF integram Ana Lira (PE), Daniela Alves e Rafael Andorjan (RJ), Diego Bresani (DF), Geraldo Ramos (PA), Julia Milward (RJ), Marcílio Costa (PA), Mateus Sá (PE), Paula Sampaio (MG/PA), Péricles Mendes (PA), Randolpho Lamonier (MG) e Rodrigo José (PA).

De artistas convidados a exposição apresenta Alex Oliveira (BA), Ana Mendes (RS/MA), Beatriz Paiva (PA), David de Jesus (MG), Erick Peres (RS), Gabriela Massote (RJ), João Roberto Ripper (RJ), Keyla Sobral (PA), Lau Baldo (RS), Marcela Bonfim (RO), Nilmar Lage (MG), Paulo D’Alessandro (SP) , Ramon Reis (PA), Roberto Bassul (RJ), Rochelle Costi (RS/SP), Sara não tem nome (MG), Ubiratan Suruí (MS/RO), Victor Galvão (MG/SP), Wilka Sales (PA/MA) e Yuri Juatama (CE).

MUSEU DA UFPA

Série “O Diabo no Corpo”, de Jorane Castro, no Museu da UFPA.

Para compor uma conexão com a mostra da Casa das Onze Janelas, também está aberta à visitação até 28/11 a mostra “Pulsões”, com curadoria de Mariano Klautau Filho – também coordenador geral do Diário Contemporâneo de Fotografia. São obras de sete artistas da Coleção DCF e de dez artistas convidados que remetem à ideia central proposta pelo curador convidado, com a consideração das conversas poéticas entre as obras.

“Como parte do mecanismo conceitual proposto por Sequeira para a edição, como curador geral do projeto, estendi ao Museu da UFPA a experiência do diálogo entre poéticas e apresentei a mostra “Pulsões”, ampliando assim o mote central e a discussão sobre museus, acervos e as representatividades que estão em jogo na produção e difusão dos artistas nos projetos de arte contemporânea no Brasil”, explica Mariano Klautau Filho.

Da coleção do Prêmio, compõem a mostra “Pulsões” obras de Ana Mokarzel (PA), Coletivo Garapa (SP), Flavya Mutran (PA/RS), Hirosuke Kitamura (JP/BA), Jorane Castro (PA), Renan Teles (SP) e Tom Lisboa (PR). Dos artistas convidados, estão trabalhos de Denise Gadelha (PA/SP); Betania B (PA); Duda Santana (PA); Victor Galvão (RJ), Laiza Ferreira (PA/RN), Melissa Barbery (PA), Patrícia Teles (RJ), Paulo Mendel (RJ/SP) & Vi Grunvald (PA/RS), Randolpho Lamonier (MG) e Waléria Américo (CE).

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.

Serviço

Mostra Desejos pessoais, pulsões coletivas – Quando as imagens tomam posição
Curadoria de Alexandre Sequeira
Museu Casa das 11 Janelas – R. Siqueira Mendes, s/n – Cidade Velha
Visitação até 14/11/2021
de terça-feira a domingo, das 9h às 17h
Entrada gratuita às terças-feiras e aos domingos 1kg de alimento não perecível por 4 ingressos. Demais dias: R$ 4, com gratuidade a estudantes, professores, pessoas portadoras de deficiência e crianças até 12 anos

Mostra Pulsões
Curadoria de Mariano Klautau Filho
Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Av. Gov. José Malcher, 1192 – Nazaré (entrada pela Av. Generalíssimo Deodoro)
Visitação até 28/11/2021
de terça à sexta-feira, das 9h às 17h – finais de semana e feriados, das 9h às 13h
Entrada gratuita

Artistas debatem sobre intimidade digital no “Diálogos DCF”

Share This:

O “Diálogos DCF” desta quarta-feira (10) discute questões relacionadas à arte e tecnologia reunindo os artistas Flavya Mutran (PA/RS), Renan Teles (SP) e Hirosuke Kitamura (JP/BA) com mediação de Alexandre Sequeira, o curador convidado; Mariano Klautau Filho, curador e coordenador geral; e Savio Stoco, do comitê científico do Diário Contemporâneo de Fotografia. O bate-papo será no YouTube do projeto, às 20h. 

 

A obra “Webcasting-LiveStreaming” (2013), de Renan Teles

Na obra “Webcasting/Live Streaming” (2013), de Renan Teles – do acervo da Casa das Onze Janelas –  são vistas imagens de relações sexuais em frente às webcâmeras, que apropriadas nas redes se tornam banais. “A brincadeira com as imagens incorpora o desejo e o sexo como expressão. Os aparelhos e os programas em rede funcionam como difusores de uma emancipação apoiada na autorreferência. O título é o nome do dispositivo que permite o uso de uma webcam para transmissão em tempo real”, explica Mariano Klautau Filho. 

Com a discussão sobre fotografia em ambiente virtual, Flavya Mutran vai falar sobre as obras da série “Egoshot” (2012/2018) – que integra o acervo do Museu da UFPA. A série foi construída a partir  de  diários  fotográficos  publicados  na  web,  durante  a  pesquisa  de  mestrado em Artes Visuais na UFRGS.  A artista propôs uma reflexão sobre relatos autobiográficos anônimos na era digital, abordando as conexões técnicas e históricas entre a palavra e a imagem como meios de auto expressão nas redes sociais. 

“Egoshot”, de
Flavya Mutran

E em “Doce Obsessão Vol. 2” (2018), obra em vídeo de Hirosuke Kitamura em parceria com Kalor Pacheco – do acervo da Casa das Onze Janelas – são apresentadas narrativas que “capturam lugares e pessoas que constroem um retrato erótico e marginal do Brasil por meio de uma sofisticação fotográfica do melhor cinema contemporâneo, além de criar uma partitura sonora que imprime tensão à sensualidade”, descreve Mariano. Sobre o trabalho, que retrata um personagem transexual, o artista diz que vê uma mistura entre “masculino e feminino, facilidade e dificuldade, doce e amargo, fogo e água, ordem e descontrole”.

 

“Doce Obsessão Vol. 2”, obra em vídeo de Hirosuke Kitamura em parceria com Kalor Pacheco

Mostras

Estão abertas às visitações as mostras “Desejos Pessoais, Pulsões Coletivas – Quando as imagens tomam posição”, na Casa das Onze Janelas, e “Pulsões”, no Museu da UFPA. A edição deste ano apresenta mais de 50 artistas, entre integrantes da Coleção DCF, instituída em 2016, e de convidados do país inteiro que dialogam sobre temas sociais e de luta por direitos. 

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.

 

Visite

Mostra Desejos pessoais, pulsões coletivas – Quando as imagens tomam posição
Curadoria de Alexandre Sequeira
Museu Casa das 11 Janelas – R. Siqueira Mendes, s/n – Cidade Velha
Visitação até 14/11/2021
de terça-feira a domingo, das 9h às 17h
Entrada gratuita às terças-feiras e aos domingos 1kg de alimento não perecível por 4 ingressos. Demais dias: R$ 4, com gratuidade a estudantes, professores, pessoas portadoras de deficiência e crianças até 12 anos

Mostra Pulsões
Curadoria de Mariano Klautau Filho
Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Av. Gov. José Malcher, 1192 – Nazaré (entrada pela Av. Generalíssimo Deodoro)
Visitação até 28/11/2021
de terça à sexta-feira, das 9h às 17h – finais de semana e feriados, das 9h às 13h
Entrada gratuita

 

Serviço
Diálogos DCF – Diário Contemporâneo de Fotografia
Nesta quarta-feira (10), às 20h, no canal do YouTube do projeto
Confira em www.diariocontemporaneo.com.br 

10/11
Diálogos DCF #3
Flavya Mutran (PA/RS), Renan Teles (SP) e Hirosuke Kitamura (JP/BA)
Mediadores: Alexandre Sequeira, Mariano Klautau Filho e Savio Stoco

15/11
Diálogos DCF #4
Sara não tem nome (MG), Roberto Bassul (RJ) e Erick Peres (RS)
Mediadores: Alexandre Sequeira e Heldilene Reale

17/11
Diálogos DCF #5
Paulo D’Alessandro (SP), Julia Milward (DF) e Marcílio Costa (PA)
Mediadores: Ceci Bandeira e Savio Stoco

 

Programação do “Diálogos DCF” continua de forma online

Share This:

Programação nesta segunda-feira (8), às 20h, no YouTube do projeto, terá os artistas Alex Oliveira (BA), Beatriz Paiva (PA) e Marcela Bonfim (RO), com mediação de Alexandre Sequeira e Ceci Bandeira

 

“Fotoperformance Popular”, de Alex Oliveira – artista convidado

Dando continuidade à programação do 12º Diário Contemporâneo de Fotografia, nesta segunda-feira (8), às 20h, no canal do YouTube do projeto, será realizado o Diálogos DFC #2 reunindo os artistas Alex Oliveira (BA), Beatriz Paiva (PA) e Marcela Bonfim (RO), com mediação de Alexandre Sequeira e Ceci Bandeira. A atividade, que foi estendida até dezembro em formato virtual, é uma forma de instigar o debate sobre arte e fotografia contemporânea em torno das obras reunidas na edição deste ano. 

As discussões serão realizadas a partir de uma pergunta apresentada no momento da conversa, que deve guiar os participantes da atividade. “São questões indutoras, que dispararmos o início de conversa e este espaço virtual se torne local de diálogo e interlocução, para fazer com que convidados entre em contato com o público”, explica Alexandre Sequeira – que é curador convidado. Os Diálogos DCF são compostos pelo comitê científico formado por Sávio Stoco, Ceci Bandeira e Heldilene Reale. 

Obras 

Em “Fotoperformance popular”, o artista baiano Alex Oliveira aprenseta projeto em que montou, em 2019, e agora em 2021, um estúdio fotográfico na rua de uma área central e com grande circulação de pessoas, nas cidades de Belo Horizonte e Uberlândia, em Minas Gerais, e em Senhor do Bonfim, na Bahia. Com a colaboração dos moradores das respectivas cidades e das artistas Alice Braz, Cleiton Custódio, Larissa Dardânia, Malu Teodoro e Mariana Guerron, ele convidou transeuntes e trabalhadores do entorno para a criação de fotoperformances, “potencializando pequenos gestos e objetos cotidianos, ideias, afetos, rotinas e instauram no espaço público uma performance coletiva com a força de uma intervenção urbana”, de acordo com o artista. 

“Para Além”, de Beatriz Paiva – artista convidada

Já Beatriz Paiva apresenta o rabalho intitulado como “Para Além”, que começou a ser realizado a partir de seu incômodo de um dia ter ouvido: “nem és tão negra assim” e “tu podes ser considerada parda”, pelo fato dela ser uma mulher negra de pele clara. “O trabalho discute sobre questões raciais e de gênero ao usar a imagem de pessoas negras e LGBTQIA+, em sua maioria mulheres em saturação avermelhada fazendo alusão ao vermelho ser uma das primeiras cores que desaparece com a luz do sol e fazendo referência às violências que nós sofremos diariamente, por sermos subjugadas e isentas de privilégios sociais”, reflete.

E Marcela Bomfim, em suas fotografias impressas em madeira, na obra chamada “(Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta”, desperta reflexões sobre a presença e o legado das populações negras na Amazônia e a escravização dos corpos africanos a partir da segunda metade do século 18, com o deslocamento em massa de populações de Vila Bela da Santíssima Trindade para o Vale do Guaporé – no período em que Rondônia ainda era território do Mato Grosso e do Amazonas. 

 

(Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta, de Marcela Bomfim

Mostras

Estão abertas às visitações as mostras “Desejos Pessoais, Pulsões Coletivas – Quando as imagens tomam posição”, na Casa das Onze Janelas, e “Pulsões”, no Museu da UFPA. A edição deste ano apresenta mais de 50 artistas, entre integrantes da Coleção DCF, instituída em 2016, e de convidados do país inteiro que dialogam sobre temas sociais e de luta por direitos. 

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.

Visite

Mostra Desejos pessoais, pulsões coletivas – Quando as imagens tomam posição
Curadoria de Alexandre Sequeira
Museu Casa das 11 Janelas – R. Siqueira Mendes, s/n – Cidade Velha
Visitação até 14/11/2021
de terça-feira a domingo, das 9h às 17h

Entrada gratuita às terças-feiras e aos domingos 1kg de alimento não perecível por 4 ingressos. Demais dias: R$ 4, com gratuidade a estudantes, professores, pessoas portadoras de deficiência e crianças até 12 anos

Mostra Pulsões
Curadoria de Mariano Klautau Filho
Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Av. Gov. José Malcher, 1192 – Nazaré (entrada pela Av. Generalíssimo Deodoro)
Visitação até 28/11/2021
de terça à sexta-feira, das 9h às 17h – finais de semana e feriados, das 9h às 13h
Entrada gratuita

Serviço

Diálogos DCF – Diário Contemporâneo de Fotografia
Nesta segunda-feira (8), às 20h, no canal do YouTube do projeto
Confira em www.diariocontemporaneo.com.br 

10/11

Diálogos DCF #3
Flavya Mutran (PA/RS), Renan Teles (SP) e Hirosuke Kitamura (JP/BA)
Mediadores: Mariano Klautau Filho e Sávio Stoco

15/11

Diálogos DCF #4
Sara não tem nome (MG), Roberto Bassul (RJ) e Erick Peres (RS)
Mediadores: Alexandre Sequeira e Heldilene Reale

17/11

Diálogos DCF #4
Paulo D’Alessandro (SP), Julia Milward (DF) e Marcílio Caldas (PA)
Mediadores: Ceci Bandeira e Savio Stoco

“Diálogos DCF” reúnem artistas das mostras 2021 para responderem perguntas instigantes e necessárias

Share This:

Encontros virtuais serão bate-papos realizados no YouTube do projeto. Confira programação abaixo.

 

Uma das imagens do tríptico de Gabriela Massote

Para discutir questões relacionadas às obras apresentadas nas duas mostras da edição 2021 do Diário Contemporâneo de Fotografia, será realizada a programação virtual “Diálogos DCF” com os artistas e curadores, em formato de bate-papo virtual por meio do YouTube do projeto, sempre às 20h. O primeiro encontro será nesta quarta-feira (3), com Gabriela Massote (RJ), Keyla Sobral (PA) e Lau Baldo (RS), e mediação de Alexandre Sequeira e Heldilene Reale.

A partir de perguntas indutoras, os participantes serão convidados a debater e interagir com o público. “É importante ouvir os artistas e suas motivações, o processo criativo”, destaca Alexandre Sequeira. A programação é estruturada pelo comitê científico formado por Sávio Stoco, Ceci Bandeira e Heldilene Reale. “Desde o ano passado temos o desafio de fazer a programação virtual, que é um formato que é possível fazer com mais segurança, e este ano optamos por pensar eixos de discussão a partir da proposta curatorial”, explica Ceci Bandeira.

A obra de Gabriela Massote é “Pontes” (2019), obra construída para “estabelecer comunicação entre dois pontos separados por um curso de água ou qualquer depressão do terreno” e  “qualquer estrutura que liga duas partes homólogas”, de acordo com a artista. “Sob o cenário da Golden Gate, dois estranhos se aproximam. Dois pontos antes separados agora têm a possibilidade de encontro. Uma forma de comunicação é inventada. Uma ponte entre eles é criada”, escreve.

Já Keyla Sobral apresenta cinco trabalhos em desenho no formato de gif da série “Desenho em Movimento (2020-2021)” e um led chamado “Isso são meus segundos que te dou” (2021), abordando narrativas autoficcionais, onde a palavra e o desenho estabelecem diálogos. “Um mundo particular numa fronteira entre realidade e ficção a qual o espectador é convidado a percorrer”, convida. 

 

Derby, da Série Desenho em Movimento, 2021 – Keyla Sobral.

Em “Transafetos”, Lau Baldo discute os corpes trans, travestis, não-binaries – “construídos símbolos de monstruosidades e abjeção”. “Sobre nós recai o preconceito, a violência; o ódio ao ‘diiferente’. Essas construções sociais tentam nos colocar no lugar de menos humano a partir de noções cis-hétero-normativas (a ideia de que só corpes cisgêneros e heterossexuais são válidos e humanos).”

Os bate-papos ficarão gravados e acessíveis no YouTube do Diário Contemporâneo de Fotografia como forma de tornar disponível o debate sobre arte no contexto do projeto. “É uma forma dinâmica de ativar diálogos entre os artistas, sendo eles integrantes da coleção DCF ou convidados. E isso ocorre para agregar novos discursos de acordo com a possibilidade de organização curatorial, para perceber como um acervo se conecta com o outro, estabelecendo novas imersões”, destaca Heldilene Reale. 

Uma das imagens de “TransAfetos”, 2021 – Lau Baldo.

Sávio Stoco destaca que os Diálogos DCF têm abrangência nacional e todas as regiões foram consideradas pelas suas poéticas. “É uma discussão em torno de uma produção bastante atual, de lugares distintos, e chamo atenção especial para os artistas do Norte, sobre como se expressam”, comenta. 

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.

Confira a programação:

03/11, 20h

Diálogos DCF #1
Gabriela Massote (RJ), Keyla Sobral (PA) e Lau Baldo (RS)
Mediadores: Alexandre Sequeira e Heldilene Reale

08/11, 20h

Diálogos DCF #2
Alex Oliveira (BA), Beatriz Paiva (PA) e Marcela Bonfim (RO)
Mediadores: Alexandre Sequeira e Ceci Bandeira

10/11, 20h

Diálogos DCF #3
Flavya Mutran (PA/RS), Renan Teles (SP) e Hirosuke Kitamura (JP/BA)
Mediadores: Mariano Klautau Filho e Sávio Stoco

15/11, 20h

Diálogos DCF #4
Sara não tem nome (MG), Roberto Bassul (RJ) e Erick Peres (RS)
Mediadores: Alexandre Sequeira e Heldilene Reale

17/11, 20h

Diálogos DCF #4
Paulo D’Alessandro (SP), Julia Milward (DF) e Marcílio Caldas (PA)
Mediadores: Ceci Bandeira e Sávio Stoco 

Serviço

Diálogos DCF – Diário Contemporâneo de Fotografia
Nesta quarta-feira (3), às 20h, no canal do YouTube do projeto
Confira em www.diariocontemporaneo.com.br 

Visite

Mostra Desejos pessoais, pulsões coletivas – Quando as imagens tomam posição
Museu Casa das 11 Janelas – R. Siqueira Mendes, s/n – Cidade Velha
Visitação até 14/11/2021
de terça-feira a domingo, das 9h às 17h
Entrada gratuita às terças-feiras e aos domingos 1kg de alimento não perecível por 4 ingressos. Demais dias: R$ 4, com gratuidade a estudantes, professores, pessoas portadoras de deficiência e crianças até 12 anos

Mostra Pulsões
Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Av. Gov. José Malcher, 1192 – Nazaré (entrada pela Av. Generalíssimo Deodoro)
Visitação até 28/11/2021
de terça à sexta-feira, das 9h às 17h – finais de semana e feriados, das 9h às 13h
Entrada gratuita

“É preciso considerar que toda curadoria é um exercício de reunir diferentes falas”, diz o curador convidado Alexandre Sequeira

Share This:

O curador convidado Alexandre Sequeira. Foto: Irene Almeida

Na mostra “Desejos Pessoais, pulsões coletivas – Quando as imagens tomam posição”, em exibição no Museu Casa das Onze Janelas como parte do 12º Diário Contemporâneo de Fotografia (DCF), as obras celebram o direito às diferenças e demarcam: é preciso agir frente às ameaças que se colocam aos direitos civis. O curador convidado Alexandre Sequeira destaca que se debruçou nos mais de 10 anos da iniciativa, para analisar a Coleção instituída em 2016 e que compõe um precioso acervo da produção artística nacional, e buscar novos nomes para dialogar com as imagens.

Nesta entrevista, ele conta como foi inspirado pelo filósofo francês Georges Didi-Huberman em sua publicação chamada “Quando as imagens tomam posição”, em que autor relata a experiência do dramaturgo alemão Bertold Brecht, no período se exílio entre 1933-1955, no contexto da Segunda Guerra Mundial – e como isso influenciou a mostra desta edição do DCF.

 

O tema das mostras deste ano tem claramente uma posição. É sobre gênero, raça, classe… temas oriundos das discussões sobre luta por direitos. Por que este ano se evidencia de forma tão contundente estas abordagens?

É preciso considerar que toda curadoria ela é um exercício, né? É um exercício de reunir diferentes falas, diferentes enunciados de natureza poética em torno de um eixo conceitual, em torno de uma ideia central. E a ideia central deste ano é olhar para a coleção do Diário Contemporâneo de Fotografia, construída ao longo dos 12 anos e quando a gente olha para uma obra, a gente tenta compreender a potência dessa obra de se ressignificar ao longo da história. E, claro, quando eu olhei para a coleção, identifiquei diversas possibilidades de discussão e considerei, por tudo que a gente está vivendo, inclusive de ameaças de garantias constitucionais, esse momento tão triste, que seria muito importante a gente ter uma coleção à serviço de algumas pautas que eu considero urgentes.

E como se deu essa seleção?

Então, foi nítido perceber questões ambientais, questões ligadas a etnias ou raças, questões sociais. Selecionamos alguns trabalhos da coleção que se colocassem como indutores dessas questões para a partir deles reunir convidados, levantar um número de artistas convidados que pudessem se aproximar dessas obras da coleção, criar zonas de interseção, mas nem sempre apaziguantes, ora como zonas de atrito, ora de convergência, mostrando também esse papel da arte que é um papel de, digamos, de um espaço de construção de ideia a partir de diferentes pontos de vista, do reconhecimento como o território do contraditório, então diferentes opiniões se colocando, se reunindo em torno de um grupo de imagens.

São mais de 10 anos do DCF e em 2016 foi instituída a Coleção. Como foi se debruçar nesse acervo para se ter esse fio condutor para dialogar com os convidados?

O desafio de olhar para uma coleção desse porte claro que é enorme, mas acho que tomei como base o nosso momento: como pensar essa coleção hoje? Nos dias de hoje, com as questões que se colocam, como compreender a arte como esse instrumento que constrói sentidos, que convoca as pessoas a refletirem sobre determinadas questões? Tomei como referência uma publicação de Didi Huberman [filósofo e historiador da arte francês] que o título é “Quando as imagens tomam posição”. E, nessa publicação, Huberman se debruça no trabalho desenvolvido por Bertolt Brecht [dramaturgo e poeta alemão] entre os anos 1932 até 1955, um pouco o período que antecede à ascensão do nazismo, e Bertolt Brecht enquanto dramaturgo, com o olhar bastante crítico em relação às questões sociais e judeu, se recua e para um pouco a sua produção no campo do teatro e pega uns cadernos e começa a trabalhar com colagens de imagens, em que ele colhe essas imagens de diferentes procedências – da imprensa, de um livro, de um recorte artístico… e ele coloca as imagens nos álbuns dele lado a lado justamente para criarem zonas de tensão, de reflexão. E eu lembrei logo do trabalho do Brecht e das reflexões do Didi Huberman para conduzir a curadoria.

De fato, está bem delimitado na mostra da Casa das Onze Janelas, “Desejos pessoais, pulsões coletivas: quando as imagens tomam posição”.

Sim, há uma intenção de se pensar também como esse trabalho é recebido e como ele reverbera no coletivo. Por isso, a seleção dos convidados se deu a partir de eixos temáticos, para dialogar com determinados trabalhos. E saí procurando pelo Brasil todo, a partir de prospecções que eu já havia feito ao longo dos meus anos de trabalho, diferentes falas. Eu achava importante, por exemplo, ter uma fala trans, ter uma fala negra, ter uma fala indígena… que por muito tempo se colocaram como sendo referidas por outro alguém. Na exposição [na Casa das Onze Janelas]  o público também pode se colocar em relação a isso, compreendendo que toda obra, todo enunciado, é parcial, ele parte de um determinado ponto de vista, a partir de um determinado recorte… Então, do mesmo modo, quem aprecia também traz todo seu repertório, suas questões para se encontrar com aquela imagem.

Por falar em público, qual a tua expectativa para a leitura dos visitantes?

A ideia é também convidar, de certa forma, estimular a população, não só paraense, a todos os visitantes, compreenderem realmente isso como um bem simbólico que merece ser apropriado criticamente. O simples fato de uma obra encontrar com outra, ela já propõe uma nova interface e, assim, a coisa vai se desdobrando em muitas possibilidades de interpretação, estudo, de análise.

A gente percebe claramente, Alexandre, que se fala de política nesta mostra, no sentido de ter uma posição política. Como essa postura se dá na arte?

Eu acho que viver é um ato político por si só. E, às vezes, a gente tem um entendimento muito redutivo da palavra e o ato de fazer política perpassa as questões mais cotidianas, né? Mas a política se estabelece no ambiente familiar, no ambiente de trabalho, na rua, no tecido social, em todas as relações. Viver é político. E eu acho que, de certa forma, a arte enquanto mapa afetivo e simbólico de uma sociedade traz em si, ela reflete, ela ilumina determinadas linhas de força que estão postas no nosso convívio social. A arte tem um caráter de desafio, de inovação, de lançar luzes sobre o que está um pouco mais a frente. Então, nessa mostra, estão questões que não partem da ideia de que o outro mereça ser silenciado ou aniquilado, mas simplesmente de que o direito às diferenças coexistam.

 

Serviço

Mostra Desejos pessoais, pulsões coletivas – Quando as imagens tomam posição
Museu Casa das 11 Janelas – R. Siqueira Mendes, s/n – Cidade Velha
Visitação até 14/11/2021
de terça-feira a domingo, das 9h às 17h
Entrada gratuita às terças-feiras e aos domingos 1kg de alimento não perecível por 4 ingressos. Demais dias: R$ 4, com gratuidade a estudantes, professores, pessoas portadoras de deficiência e crianças até 12 anos

Mostra Pulsões – Diálogos com a coleção DCF
Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Av. Gov. José Malcher, 1192 – Nazaré (entrada pela Av. Generalíssimo Deodoro)
Visitação até 28/11/2021
de terça à sexta-feira, das 9h às 17h – finais de semana e feriados, das 9h às 13h
Entrada gratuita

 

Mostra “Pulsões” é aberta no Museu da UFPA

Share This:

“Uroboro”, de Denise Gadelha, PA/SP, 2019. Vídeo 6’33 – Artista convidada

 

A intensidade passional ou a energia psíquica não dominada pela razão é o cerne da exposição “Pulsões”, eixo que compõe a programação do 12º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. A mostra abre para convidados nesta quarta-feira (6), no Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPa), e ao público na quinta-feira (7).

 Com curadoria de Mariano Klautau Filho, a mostra “Pulsões” deriva do diálogo com a exposição “Desejos pessoais, pulsões coletivas: quando as imagens tomam posição”, em cartaz na Casa das Onze Janelas, proposta por Alexandre Sequeira, curador convidado desta edição do DCF.

 No MUFPA, Klautau Filho reuniu obras de sete artistas da Coleção Diário Contemporâneo de Fotografia e de dez artistas convidados. “Com o mote trazido por Alexandre, tomo o pulsional nesta mostra para experimentar com o espectador, nas mais diversas frequências, o modo como o artista rebate à realidade circundante em sentido erótico, corpóreo, passional, afetivo mas nunca apaziguador. De preferência lúcido e capaz de não perder a sua potência imaginativa”, diz Mariano, curador geral do DCF.

 Da coleção do Prêmio, compõem o eixo “Pulsões” obras de Ana Mokarzel (PA), Coletivo Garapa (SP), Flavya Mutran (PA/RS), Hirosuke Kitamura (JP/BA), Jorane Castro (PA), Renan Teles (SP) e Tom Lisboa (PR). Dos artistas convidados, integram a mostra Denise Gadelha (PA/SP); Betania B (PA); Duda Santana (PA); Victor Galvão (RJ), Laiza Ferreira (PA/RN), Melissa Barbery (PA), Patrícia Teles (RJ), Paulo Mendel (RJ/SP) & Vi Grunvald (PA/RS), Randolpho Lamonier (MG) e Waléria Américo (CE).

Entre a cidade e o corpo

No recorte proposto por Mariano Klautau Filho, o elemento “pulsão” não distingue vida e morte, que se encontram numa mesma linha de tensão. O eixo traz, então, obras  como “Uroboro” de Denise Gadelha, um transe na ruína inventada do Bosque Rodrigues Alves, em Belém. “Essa ruína foi construída, ela é um simulacro de ruína. A obra trata da questão da origem do mundo, em uma câmera que gira, num movimento ritualístico e hipnótico. É uma metáfora das cidades feridas”, comenta o curador.

 Ainda no aspecto urbano, estão na exposição a literatura dos muros da cidade de Melissa Barbery; os retratos fantasmáticos de Flavya Mutran e a instalação sonora de Waléria Américo feita a partir de sons de tiros da violência cotidiana. A mostra traz ainda as performances de Duda Santana e Patrícia Teles; colagens de Laiza Ferreira, os retratos noturnos dos marajoaras produzidos por Betania B.

 Ganham destaque também os trabalhos de Jorane Castro, Hirosuke Kitamura e Renan Teles onde a energia sexual está muito presente. Os “Palimpsestos” de Tom Lisboa também refletem a urgência das ruas e se complementam no filme “Domingo” de Paulo Mendel e Vi Grunvald. “O filme da dupla mostra uma festa em uma comunidade LGBTQI+ de SP. São conversas, lazer, um hino à liberdade afetiva e ao mesmo tempo, uma atitude de resistência política. Um belo retrato de uma juventude brasileira”, diz Mariano.

Segundo o curador, a mostra busca abrir janelas de provocação, como um respiro e ao mesmo tempo reflexão sobre o país. “Ofereço como antídotos para todos nós, sobreviventes de um novo triste trópico que esperamos recuperar-se em breve, propõe Mariano em seu texto curatorial.

 O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.  

“Quaseilhas”, de Laiza Ferreira, PA/RN, 2018-2019 – Artista convidada

Serviço

Mostra “Desejos pessoais, pulsões coletivas – Quando as imagens tomam posição”
Museu Casa das 11 Janelas – R. Siqueira Mendes, s/n – Cidade Velha
Visitação até 14/11/2021
de terça-feira a domingo, das 9h às 17h
Entrada gratuita às terças-feiras e aos domingos 1kg de alimento não perecível por 4 ingressos. Demais dias: R$ 4, com gratuidade a estudantes, professores, pessoas portadoras de deficiência e crianças até 12 anos

Mostra “Pulsões – Diálogos com a coleção DCF”
Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Av. Gov. José Malcher, 1192 – Nazaré (entrada pela Av. Generalíssimo Deodoro)
Visitação até 28/11/2021
de terça à sexta-feira, das 9h às 17h – finais de semana e feriados, das 9h às 13h
Entrada gratuita