Caminhos para pensar fotografia

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O curador Mariano Klautau Filho no lançamento do III Prêmio e do catálogo 2011. Foto: Irene Almeida.

Desde a primeira edição, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia concilia três vias de atuação no âmbito das artes: o incentivo à produção artística, o estímulo à reflexão sobre a imagem e, um importante resultado de suas atividades, a contribuição para a formação de acervos.

Ontem, os três pontos foram contemplados em evento no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, que marcou o lançamento oficial da terceira edição do projeto, o lançamento do catálogo de 2011 e a doação da obra Symbiosis, de Roberta Carvalho, Prêmio Diário do Pará do ano passado, ao Museu da UFPA.

Durante o evento, a diretora da Casa das Onze Janelas, Marisa Mokarzel, e a diretora do MUFPA, Jussara Derenji, frisaram a importância da parceria destas instituições com o Prêmio – em 2012, a Casa das Onze Janelas sediará a mostra principal do projeto, enquanto o MUFPA abrigará a mostra do artista convidado, Miguel Chikaoka. As duas diretoras destacaram o aspecto educativo do Prêmio, que contribui para a formação de público, e o valor que a doação de obras para acervos tem para a população.

Em sua participação, o curador Mariano Klautau Filho destacou a união de esforços de instituições públicas e privadas em prol do desenvolvimento de um projeto que visa a colaborar para o conhecimento e a difusão da fotografia. Ele ressaltou, ainda, a receptividade que o projeto tem tido nacionalmente. Segundo ele, o projeto tem reunido jovens artistas promissores, mas também artistas reconhecidos, que demonstram acreditar na proposta do Prêmio.

Karen Mota, gerente de comunicação da Vale, patrocinadora do projeto, afirmou que é um orgulho para a empresa a possibilidade de apoiar uma iniciativa como esta, que valoriza a cultura no Pará.

Camilo Centeno, diretor da RBA, empresa realizadora do Prêmio, destacou o crescimento do projeto, que surgiu com a ideia de ser um espaço de projeção da arte local e acabou ganhando proporções nacionais, levando o nome do estado para todo o país.

Por fim, o diretor presidente do Diário do Pará, Jader Filho, que ao lado de Roberta Carvalho fez a doação simbólica da obra Symbiosis ao MUFPA, afirmou que um dos grandes fatores para o sucesso do Prêmio é a credibilidade da fotografia paraense, que contribuiu para que em pouco tempo o projeto se tornasse uma realidade nacional.

Oportunidade para o público

O diretor-presidente do Diário do Pará, Jader Filho, faz a entrega simbólica da obra de Roberta Carvalho (dir.) à diretora do MUFPA, Jussara Derenji. Foto: Irene Almeida.

Para Marisa Mokarzel, “a proposta de doar obras dos premiados e dos homenageados aos museus parceiros é como estabelecer um prêmio mais amplo que envolve não somente os museus, mas também a população em geral, uma vez que a obra ao integrar um acervo público poderá ser disponibilizada como objeto de pesquisa, ser exibida inúmeras vezes e em tempos diferentes, de forma distinta, podendo propor os mais variados conceitos conforme as tessituras criadas com obras provenientes de outras coleções. Agrega-se o valor da difusão da arte contemporânea ao de identidade do museu, pois o acervo determina o seu perfil, a sua tipologia”.

Comentando a doação de Symbiosis, Jussara Derenji salientou que a obra foi escolhida por sua afinidade com a concepção de museu contemporâneo do MUFPA, que está trabalhando para a atualização de seu acervo. Segundo ela, “houve de imediato uma identificação com o MUFPA em cujo entorno a obra foi exposta em perfeita integração. A entrega da mesma ao Museu permitirá periódicas mostras, permitindo que o público usufrua das múltiplas leituras que o trabalho enseja”.

A diretora do MUFPA explica que “a formação de acervos em instituições públicas obedece a regras burocráticas que originam longos e difíceis processos que, não raro, acabam impedindo as compras e até mesmo as doações. A maioria dos museus necessita recorrer, então, ao mecanismo incerto de editais lançados por empresas publicas ou privadas, para aumentar e atualizar seus acervos”. Por todos estes fatores, ela ressalta o valor da “iniciativa de empresas ou produtores de eventos que se disponham a contribuir, com doações de qualidade, à formação de acervos institucionais”.

A obra de Roberta Carvalho se une aos trabalhos premiados do fotógrafo Octávio Cardoso, doados ao MUFPA na primeira edição do Prêmio. Nesta terceira edição do projeto, o Museu receberá obras do fotógrafo Miguel Chikaoka.

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