Encontro com Heloisa Espada

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Pra ter de onde se ir

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A edição fotográfica como resumo de uma ideia

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Life Magazine, pioneira na publicação de ensaios fotográficos

Já estão abertas as inscrições para a oficina “Ensaio – Resumindo Uma Ideia”, com o fotógrafo Octavio Cardoso, que acontecerá de 14 a 24 de maio, no Instituto de Artes do Pará. Os interessados devem baixar a ficha de inscrição que se encontra aqui mesmo no site do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, preenchê-la e levá-la assinada ao escritório do prêmio (Av. Gaspar  Viana 773). Os pré-requisitos são que o candidato tenha câmera digital e leve anexado à ficha de inscrição, um portfólio de 6 fotografias, de qualquer tamanho. As aulas presenciais acontecerão nos dias 14, 17, 21 e 24 de maio, das 19h às 21h, no Instituto de Artes do Pará e as saídas fotográficas serão de 15 a 23 de maio, de forma livre. O período de inscrição vai até 10 de maio.

Ensaio – Quais imagens escolher? Coloca-las em página inteira ou pela metade, abri-las ou não, muitas fotos pequenas ou poucas e grandes? Estas questões sempre surgem na hora de se editar um ensaio fotográfico numa página de jornal. Mas o que é isso um ensaio fotográfico? È basicamente uma história contada através de imagens, muitas vezes acompanhadas de legendas de texto, publicadas em revistas, jornais, on-line, e às vezes em formato de livro.

Existem dois tipos de ensaios fotográficos, a forma narrativa, que conta uma história através de uma seqüência de imagens, que podem ser planejadas com antecedência, ou geradas enquanto documentava um evento. O segundo é o de temática, que reúne essencialmente uma coleção de imagens em torno de um tema central. De qualquer forma, conta-se uma história.

No caso, a oficina ministrada por Octavio Cardoso trabalhará com temas, que serão escolhidos e discutidos para que os participantes desenvolvam dois ensaios fotográficos, tendo como objetivo editá-los numa página de jornal.  Para isso serão oferecidos exemplos e informações técnicas que, junto a um designer gráfico, serão assimiladas a fim de resumir os assuntos, limitando-os ao espaço de apenas uma página de jornal.

“A ideia geral é aprofundar os conceitos de ensaio fotográfico, dando exemplos, mas a oficina será essencialmente prática. Vamos montar dois grupos e eleger um tema para ser desenvolvido por cada um e teremos várias saídas de campo em busca de captar as imagens dos temas relacionados na oficina”, explica Octavio Cardoso.

“Vamos discutir como é que se resolve um assunto, se fotos grandes são melhores de se usar, do que selecionar várias pequenas, dependendo do tema. A partir daí, vamos buscar soluções aos problemas que forem surgindo. Esta é uma demanda que acompanha o editor de fotografia constantemente, tanto em revistas quanto em jornais. Mas todo fotógrafo gosta desse exercício”, complementa.

Para preparar os participantes, a oficina também trabalhará a teoria, utilizando vários exemplos de como se usar bem um ensaio fotográfico e mostrará alguns deles, por exemplo, realizados pela extinta revista Life Magazine.  “Esta revista foi a primeira a usar ensaios fotográficos em suas páginas, portanto é referência. Selecionar imagens entre as opções de fotos trazidas do trabalho de campo e como definir aquelas que melhor vão contar a história escolhida, será nossa tarefa”, finaliza.

O MINISTRANTE – Octávio Cardoso começou a fotografar em 1984, na Associação Fotoativa. Ganhou em 1986 juntamente com Ana Márcia Souza o Prêmio Esso de Jornalismo Regional Norte. Em 1990, fundou juntamente com Miguel Chikaoka, Patrick Pardini e Ana Catarina Brito a Kamara – Kó Fotografias, onde ficou até 1994. De 1990 a 1995 trabalhou como cinegrafista e diretor de fotografia na DCampos Produções e no projeto Academia Amazônia da UFPA. Em1995 criou com Walda Marques a WO Fotografia. Desde 1988 desenvolve trabalhos de documentação, arquitetura e publicidade. Atualmente é editor de fotografia do Jornal Diário do Pará.

MOSTRA E AÇÕES – O III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia continua com as Mostras “Memórias da Imagem” e “Pra Ter de Onde se Ir”, de Miguel Chikaoka, abertas até dia 27 de maio, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas e no Museu da UFPA, respectivamente e com entrada franca. Informações sobre o agendamento de turmas escolares para visitação na Casa das Onze Janelas podem ser obtidas pelo telefone 91 4009.8855 e, para o Museu da Ufpa, pelo Tel: 91 3224 – 0871.

Em maio, além da oficina de Octavio Cardoso, também será realizada a palestra Imagem, Realidade e Fabulação – A Reinvenção da Memória na Vila de Lapinha da Serra, com o fotógrafo e pesquisador Alexandre Sequeira. Ele fará um relato de uma ação artística desenvolvida por ele no pequeno vilarejo de Lapinha da Serra, no interior de Minas Gerais, com objetivo de refletir sobre a relação do homem com a imagem fotográfica, enquanto importante elemento de elaboração de um sentido de memória. Esta ação acontecerá no dia 17 de maio, às 19h, no Instituto de Artes do Pará, também com entrada franca.

A realização do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é do Jornal Diário do Pará. Patrocínio da Vale e Governo do Estado. Apoio Espaço Cultural Casa das Onze Janelas – SIM /Secult-PA, Museu da UFPA, Sol Informática e Instituto de Artes do Pará. Informações: (91) 3184-9327 / (91) 8128-7527. www.diariocontemporaneo.com.br / imprensa@diarioconteporaneo.com.br / Twitter: @premiodiario

Memórias da Imagem

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Selecionada no Prêmio, Patrícia Gouvêa lança livro

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Imagem de Patrícia Gouvêa e Isabel Löfgren, da série Rotas de Fuga, selecionada no III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.

Fundadora do Ateliê da Imagem Espaço Cultural, no bairro da Urca, no Rio de Janeiro, Patrícia Gouvêa está em Belém, participando do III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, para o qual foi selecionada. Aproveitando sua passagem pela cidade, ela lança, nesta sexta-feira, 30,no primeiro Café Fotográfico do ano, evento promovido pela Associação Fotoativa, o livro “Membranas deLuz”, a partir das 18h, no Instituto de Artes do Pará.

“Membranas de Luz: os tempos na imagem contemporânea” é fruto da pesquisa de mestradoem Comunicação e Cultura pela ECO/UFRJ da fotógrafa, com orientação de Katia Maciel,artista, professora da UFRJ e pesquisadora do CNPq.

“O livro saiu ano passado no Rio pela Azougue Editorial, editora dirigida por Sergio Cohn,que vem fazendo um excelente trabalho de pesquisa e publicações na área de cultura epensamento. O conceito de TEMPO e seus múltiplos desdobramentos e experiências constituium eixo na minha pesquisa com fotografia e outros suportes”, explica.

O bate papo com a autora será norteado por este conceito que, de acordo com a resenhaescrita por Eurípedes G. da Cruz Junior, pesquisador do IBRAM, que trabalha no MuseuNacional de Belas Artes, a autora desconstrói a noção de tempo congelado, morte do fluxo, derivados do instantâneo ou da pose, senhores absolutos dos domínios da linguagemfotográfica, existente de forma conceitual nas pessoas.

“Em Membranas de Luz, a artista Patrícia Gouvêa desconstrói essas noções como pretexto e ponto de partida para levar o leitor além da superficialidade, instiga-lo a refletir, junto com ela, sobre transcendências – sair da mera reação às imagens para a experiência das mesmas, em especial aquelas que “nascem sob o signo da necessidade, as imagens apresentadas pela arte,que estimulam a inteligência poética e a reflexão crítica e filosófica sobre o mundo”, afirma Eurípedes.

O encontro fotográfico também vai ser uma boa oportunidade para conversar com Patrícia sobre as obras que estão expostas na Mostra “Memórias da Imagem”, principal exposição do III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, aberta na última quarta-feira, na Casa das Onze Janelas.

Diário Contemporâneo – “Eu e Isabel Löfgren fomos selecionadas juntas com 2 obras de nossasérie e projeto em andamento Banco de Tempo, que gerou a exposição homônima em cartaz desde janeiro na Galeria do Lago/Museu da República (RJ). A exposição segue até 29 de abril e foi concebida para a “Série Duplas” da Galeria do Lago”, explica.

De acordo com ela, a série é formada de vídeo-instalações, fotografias e uma intervençãode texto nos bancos do Jardim da República, “fruto de uma imersão no local ao longo demais um ano, onde o desafio foi criar uma obra que fizesse o link entre o jardim e a galeria,e entre o Museu da República, ex-sede das residências dos presidentes da República, e acontemporaneidade”. No Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, as obras “Rotas de Fuga” e “LéctureSur L’herbe” são, respectivamente, um vídeo realizado em 3 canais e uma instalação comvídeo e fotografia.

“Estamos muito felizes com a seleção para o Prêmio e acho incrível que uma iniciativa como esta floresça fora do ‘eixão’ e que proponha uma visão sobre a fotografia que vá além da questão do suporte fotográfico, o que comprova que o Pará sempre esteve à frente nopensamento sobre a fotografia. Isso é comprovado pelas seleções anteriores da Keyla Sobral eda Roberta Carvalho, por exemplo. A curadoria do Prêmio está de parabéns!”, exalta.

Relação com Belém – Mas não é de hoje que o fluxo entre Patrícia e Belém do Pará vem transcorrendo. Miguel Chikaoka que a recebe nesta sexta-feira, pela Fotoativa, por exemplo, a conhece desde os anos 1990, quanto ela esteve em Belém fotografando o Círio de Nazaré e de quando fundou, em 1999, o Ateliê da Imagem.

“Hoje, o Ateliê é uma das principais referências brasileiras no ensino, produção e pensamentosobre a fotografia e a imagem. Nos últimos anos vem se destacando como produtora cultural”,diz Chikaoka. É lá que está em exposição, desde o início de março, a mostra “Symbiosis”, daartista visual Roberta Carvalho, à convite e com curadoria de Patrícia.

“Sempre organizamos exposições, mas neste segundo espaço pudemos ter umaGaleria permanente, um espaço que é um desafio, porque é um corredor, mas por issomesmo estimulante, porque não é um espaço sacralizado da arte como uma galeria dotipo ‘cubo branco’. Conheci o trabalho da Roberta no Festival Paraty em Foco ano passado e amei! Aí voltando de lá, ela passou no Ateliê para conhecer e a gente conversou, fiz o convite”, comenta a fotógrafa que já conhece mais da fotografia paraense.

Patrícia reconhece o forte movimento de fotografia do Pará, segundo ela, muito conhecido e citado no Rio e no Brasil todo. “Já estive em Belém fotografando o Círio e tive o prazer de conhecer o Chikaoka, Paula Sampaio (que me acolheu em sua casa), a Walda Marques, entre outros. Depois conheci o Guy Veloso, que se tornou um grande amigo, o Dirceu Maués, e recentemente a Roberta Carvalho, minha mais nova velha amiga”, finaliza.

Participe!

O Café Fotográfico com participação de Patrícia Gouveia, autora do livro: “Membranas daLuz – Os tempos na imagem contemporânea” é hoje, 30/03, no auditório do IAP, a partir das 18h. Visite também as mostras do III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia: “Memórias da Imagem”, na Casa das Onze Janelas, até dia 28 de maio, e “Para terde onde se ir”, do artista convidado Miguel Chikaoka, no Museu da UFPA. Tudo com entrada franca.

Para ter de onde se ir

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Fotografia de Miguel Chikaoka que integra a exposição Para ter de onde se ir.

Idealizador da Associação Fotoativa, Miguel Chikaoka estuda e experimenta metodologias na arte-educação direcionada para a atividade fotográfica, em ações que repercutem para além do estado do Pará.  O fotógrafo abre mostra especial dentro da programação do III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, como artista convidado, hoje, 29 de março, a partir das 19h, no Museu da UFPA, onde ficará aberta ao público até 27 de maio.

“Recortes” e “Pontuações”.  Miguel Chikaoka define assim o resultado de tudo foi discutido para se chegar à montagem da “Para ter de onde se ir”.

A exposição começou a ser idealizada bem antes, ainda em dezembro de 2011, através de longas conversas entre Mariano Klautau Filho, que coordena o Prêmio, e Miguel Chikaoka,  ora por e-mail, ora pessoalmente em horários extra comerciais, devido aos demais compromissos de ambos.

Depois de percorrer inúmeras ideias para a montagem, uma vez que a obra de Miguel é tão vasta quanto diversa, chegou-se à ideia de realizar uma série que representasse todas as facetas do fotógrafo e que ao mesmo tempo fosse um trabalho representativo de seus vários traços, aproveitando material que ainda não tivesse sido mostrado ao público, mas sem que isso se tornasse uma retrospectiva de sua carreira.

“A mostra não se obriga a uma retrospectiva de toda minha carreira. Vamos concentrar na leitura de recortes e pontuações, apontando algumas ‘pegadas’. Afinal, continuo vivo e caminhando…”, disse Miguel à Mariano, em uma das trocas de e-mail que os dois mantiveram.

Para isso foi preciso encontrar, em fotos de diferentes épocas e lugares, um fio condutor que apresente sua característica de fotografia de rua, mas também pensar num conjunto de trabalhos experimentais em pinhole ou similares, feitos ao longo dos processos das oficinas.

Fotografia em cor, imagens noturnas de cidade do interior, além de uma série inédita e recente, além dos “clássicos” em P&B. Pensou-se em tudo isso. O resultado da curadoria acabou trazendo também o nome da exposição, inspirado no poema  “A Cabana”, de Max Martins.

É preciso dizer-lhe que tua casa é segura/ Que há força interior nas vigas do telhado/ E que atravessarás o pântano penetrante e etéreo/ E que tens uma esteira/ E que tua casa não é lugar de ficar/ mas de ter de onde se ir.

“Pensei que as imagens do poema falam de algum modo na errância, nos pontos fixos e móveis da existência. A errância, como poética, acho que dialoga com o recorte que fizemos do teu trabalho e com os teus movimentos em Belém, na fotografia e nas imagens”, comentou Mariano com Miguel, que na hora, topou.

No dia 05 de abril, Miguel bate papo com o público, com mediação de Mariano Klautau Filho e de Joaquim Marçal (RJ).  “Vai ser uma conversa a partir de um breve relato de experiência e do que orienta o meu envolvimento atual com a fotografia”, explica o artista convidado do Prêmio.

Fundador da agência Kamara Kó, na qual desenvolve foto-reportagens e trabalhos de documentação sobre questões sociais e ambientais da Amazônia, atualmente Miguel está empenhado em projetos do Centro Cultural SESC Boulevard e do Núcleo de Formação e Experimentação da Fotoativa, além de continuar participando ativamente das articulações da Rede de Produtores Culturais da Fotografia no Brasil (REDE) e na Amazônia (REDEAMAZONIA).

Em entrevista, ele comenta um pouco mais sobre a sua participação na programação do III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia e outros aspectos da carreira.

O que é a exposição, depois de todo o planejamento, conversas e definições com o Mariano?

Miguel Chikaoka: É um recorte sobre minha produção autoral ao longo da minha carreira, com a curadoria do Mariano. Nem retrospectiva tampouco uma panorâmica, mas pontuações pinçadas.

O que você pretende encaminhar no bate papo com o público?

Miguel Chikaoka: Vai ser uma conversa a partir de um breve relato de experiência e do que orienta o meu envolvimento atual com a fotografia.

A Fotoativa está próxima de completar 30 anos de fundação. É um sonho teu que continua fluindo e dando bons frutos, desencadeando e evoluindo com o movimento da fotografia paraense. Como você avalia tudo isso?

Miguel Chikaoka: Uma semente precisa de condições favoráveis para germinar e terra fértil para crescer, florescer, dar frutos. Isso que tu chamaste de sonho é uma semente que veio de outras terras, de outras vivências, de construção coletiva pautada no favorecimento ao crescimento individual.

Então, a Fotoativa pode ser vista como algo semelhante, que aqui encontrou ambiente favorável e terra fértil para crescer. Historicamente vejo como herdeira de experiências coletivas anteriores, como o Fotoclube do Pará dos anos 50 e do Fototificina e Fotopará, na primeira metade dos anos 1980.

Apesar do reconhecimento alcançado, acho que há muito o que fazer pela e com a fotografia na região, sobretudo no campo da educação, voltada para formação cidadã e pelo crescimento de uma consciência crítica.

O que caracteriza a fotografia contemporânea? O contemporâneo é definível?

Miguel Chikaoka: Não me preocupo muito com as classificações, mas é certo que estamos vivendo um momento de fluidez, de incertezas. Já faz algum tempo que a fotografia saiu do congelamento para diálogo e fusão com outras linguagens para constituir uma zona híbrida.

Hoje a fotografia deixou de ser uma escrita operada tão e somente com a matéria luz. A fotografia. ao operar com outras fontes luminosas, saiu do estático, da luz fixada, para ganhar novos contornos e movimentos. Acho que ela incorporou a transitóriedade.

Prestigie!

Abertura da mostra “Para Ter de Onde Se Ir”, de Miguel Chikaoka, artista convidado do III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, hoje, 29 de março, às 19h, no Museu da UFPA. Visitação até 27 de maio.

Artistas selecionados participam da abertura

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Montagem da exposição na Casa das Onze Janelas. Foto: Irene Almeida.

Foram quase 300 inscrições vindas de 18 estados e de mais de 40 cidades do país. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, lançado em 2010, chega à sua terceira edição consolidando-se como um grande painel da nova fotografia brasileira. A abertura da mostra, reunindo obras de três artistas premiados e mais vinte selecionados é hoje, 28 de março, a partir das 19h, na Casa das Onze Janelas.

O Prêmio Memórias da Imagem, tema do projeto este ano, ficou com o Coletivo Garapa, de São Paulo. A fotógrafa paulista Ilana Lichtenstein foi contemplada com o Prêmio Diário Contemporâneo e o paraense Lucas Gouvêa, arrebatou o Prêmio Diário do Pará. Eles estarão presentes na cerimônia de abertura, quando receberão prêmios no valor de R$10.000,00, cada.

O Coletivo Garapa apresenta o projeto “Morar”, ensaio visual sobre dois prédios emblemáticos da capital paulista que reflete sobre o tempo da metrópole; Ilana Lichtenstein traz a série “Uma e outra erupção”, que sugere ao observador um percurso de busca íntima; e Lucas Gouvêa exibe o vídeo-fotografia “Spinario”, uma reflexão dialética lançando mão da fotografia e da performance (leia mais sobre os trabalhos vencedores aqui no site).

Artistas participam da abertura – Além dos premiados, estão em Belém fotógrafos e artistas visuais que tiveram obras selecionadas para a exposição. Patrícia Gouvêa e Isabel Löfgren, por exemplo apresentam duas obras, “Rotas de Fuga” e “Lécture sur L’herbe”. A segunda é formada por uma instalação com vídeo e uma fotografia e Rotas é um vídeo em 3 canais.

“Nestes dois trabalhos, realizamos ações efêmeras que reconfiguram o uso do Jardim da República, no Rio de Janeiro, como local de passagem ou de repouso pelos freqüentadores. Ora carregamos e trocamos de mãos uma mala antiga pelas aléias dos jardins, ora permutamos livros retirados desta mesma mala sobre o gramado. A mala é outro elemento importante neste projeto, um receptáculo de memórias, desejos e referências”, explica Patrícia, que está em Belém.

Formada em produção editorial pela ECO-RJ, especialista em fotografia pela UCAM/RJ ela é Mestre em Tecnologias da Imagem e Estética da Imagem, e fundadora-diretora do Ateliê de Imagens Espaço Cultural (RJ), onde está em cartaz a exposição Symbioses, da artista visual paraense Roberta Carvalho, premiada no ano passado pelo salão.

Pedro Hurpia, que também estará na abertura, é Bacharel em Artes Visuais pela Unicamp e com diversos prêmios recebidos em mostras e salões paulistas. “Esta instalação que estou apresentando no Diário Contemporâneo, consiste num resultado de um projeto desenvolvido no programa de residência artística do SÌM – Samband Íslenskra Myndlistarmanna – em Reykjavík, Islândia”.

O artista realizou, durante um mês, um conjunto de imagens na região portuária da capital islandesa e para esta montagem selecionou doze fotografias e sete pinturas que fazem parte desta instalação. “A especificidade da memória embutida no suporte pictórico, em contraponto com a da imagem fotográfica, foi o ponto de partida para este projeto intitulado Harbour View”, diz.

Mais – Outra artista que chegou a Belém para participar da abertura da mostra é Roberta Dabdab, que iniciou a carreira como assistente de fotografia, trabalhando para os principais fotógrafos de moda e publicidade atuantes na época, passando depois para fotojornalista (O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde e Folha de S. Paulo). Foi onde, segundo ela, encontrou um terreno extremamente propício para o desenvolvimento e aprimoramento da linguagem fotográfica.

“Primeiramente, quero elogiar e agradecer os responsáveis pelo Prêmio Diário de Fotografia pela iniciativa singular de proporcionar aos artistas e pensadores a possibilidade de apresentar suas ideias para um público novo, numa experiência, portanto, instigante”, elogia.

A série S/T apresentada pela artista reflete sobre um paradigma novo para a fotografia, o momento em que ela se funde com a imagem digital e mergulha no caldeirão de produção de imagens geradas nesta contemporaneidade.

“Trata-se de uma instalação que busca um entendimento sobre a memória visual adquirida na relação do espectador através das associações entre sua síntese, as fotografias esvaziadas de cenas fotografadas e os textos que narram estas cenas”.

De acordo com ela, a ideia é desautomatizar os olhares e criar uma linguagem capaz de desenvolver uma memória cognitiva a partir das referências de cor e forma. “Isso parte do pressuposto de que com um mundo ‘hiper imagético cheio de informações’ precisamos aprender a reduzir, a buscar sínteses e a nos permitir voltar a exercitar a imaginação. O trabalho opera numa espécie de jogo com imagem e texto”, conclui Roberta.

O paulista Fábio Messias Martins de Souza e Marian Starosta também vieram. Ela, que vem trabalhando com fotografia desde 1982 e com vídeo desde 1985, já foi coordenadora de Artes Visuais na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, e já organizou eventos e exposições de arte.

Os demais trabalhos da exposição têm assinaturas de Alberto Bitar (PA), Milla Jung (PR), Coletivo Cêsbixo (PA), Érico Toscano Cavallete (SP), Fabio Okamoto (SP), Fernando Bohrer Schmitt (SP), Gabriela Lissa Sakajiri (SP), Gordana Manic (SP), Isabel Maria Sobreira de Santana Terron (SP), Lívia Afonso de Aquino (SP), Marian Wolff Starosta (RJ), Renato Chalu Pacheco Huhn (PA), Romy Pocztaruk (RS), Tuca Vieira (SP), Vanja von Sek (PA) e Wagner Yoshihiko Okasaki (PA).

Prestigie!

Abertura da mostra Memórias da Imagem, com selecionados e premiados do III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, hoje, 28 de março, às 19h, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. Entrada franca.

Experimentação dialética em Spinario

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Quadros do vídeo Spinario, de Lucas Gouvea, Prêmio Diário do Pará de 2012.

Lucas Gouvêa, ganhador do Prêmio Diário do Pará em 2012, é formado em design pelo CEFET, estuda Artes Visuais na UFPA e já teve alguns trabalhos expostos em galerias da cidade de Belém (CCBEU, SESC, Salão da Vida), porém, é fora de todas essas instituições que constrói o trabalho artístico de qual se orgulha em ser autor.

Junto com os outros integrantes do qUALQUER qUOLETIVO vem, desde 2010, executando trabalhos de performance e intervenção em espaços públicos de Belém de forma rizomática, horizontal e descentralizada e também engendrando-se dentro dessas instituições (universidade, galerias) com intuito de desestigmatizá-las enquanto espaço religioso da arte e de pura contemplação, transformando-as em um espaço livre, onde qualquer um pode fazer arte.

“É a primeira vez que me inscrevo no Prêmio Diário e é a primeira vez que ganho um prêmio desta importância”, diz ele, contemplado à premiação dedicada ás produções paraenses.

“Spinario” traz o escuro e a luz. A emoção e a razão. A dor e a felicidade. A fotografia e o vídeo. De acordo com o artista, Spinario é um vídeo-fotografia referencial que se apropria de uma escultura helenística do século I A.C.. Um menino remove espinhos do seu pé, para a construção de um processo audiovisual de depuração da imagem da luz.

“Minha obra cursa uma dialética precisa. É o Analógico e Tecnológico. O fotógrafo e o performer. Da sola dos pés aos mil olhos de Osíris”, diz.

Em sua opinião, nada define a fotografia contemporânea. Por isso resolveu se inscrever no salão de fotografia mesmo não sendo um fotógrafo. “A fotografia hoje em dia define o mais plural significado da reprodutibilidade, se encontra em todos os lugares, nos celulares, nos outdoors, nos documentos, na televisão, nos rituais humanos. E a contemporaneidade está fatalmente ligada ao tempo, todo artista é contemporâneo, ao seu tempo, a sua existência. Talvez o primeiro fotógrafo contemporâneo, tenha sido Platão quando escreveu sua alegoria da caverna”.

Além da universidade da qual faz parte, e de sua produção marginal, se tratando de fotografia e do ensino da mesma, ele diz que já conhece e se relaciona com a cena tradicional da fotografia paraense há alguns anos.

“Editei o vídeo ‘Planeta Pinhole’ em parceria com artistas parceiros e a Fotoativa, para ser lançado no Pinhole Day, onde se encontra um panorama mundial da produção artesanal de fotografia”, exemplifica o artista que no ano passado também editou o catálogo de acervo da galeria KamaraKó, única no norte especializada em fotografia.

“Dentre outros trabalhos, sempre de forma marginal e não fotográfica, sou um apaixonado por fotografia, porém tento enxergá-la muito além do processo químico comum do qual estamos acostumados a lidar, e me vejo dentro dessa cena, como um dos agentes desestabilizadores dessa hegemonia artística tradicional e historicista”, afirma. Para Lucas, que tem trabalhado há anos, rompendo totalmente com essa ideia de seleção e curadoria, o Prêmio Diário veio em boa hora.

“Financeiramente e teoricamente. Dentro do meu processo artístico acadêmico não há momento mais importante do que essa oportunidade pra repensar meu fazer artístico, e minha consciência critica. Boa parte de todo esse processo fará parte do trabalho de conclusão de curso de artes visuais do qual eu me formo esse ano”, encerra.

Para visitar paisagens interiores

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Sem Título #09, imagem da série "Uma e outra erupção", de Ilana Lichtenstein, Prêmio Diário Contemporâneo.
Sem Título #09, imagem da série "Uma e outra erupção", de Ilana Lichtenstein, Prêmio Diário Contemporâneo.

A série “Uma e outra erupção”, da artista Ilana Lichtenstein, Prêmio Diário Contemporâneo em 2012, formou a exposição Casualmente Fotografia, sua e do artista Levan Tsulukidze, na Paradigmas Arte Contemporâneo, em Barcelona – galeria que representa seu trabalho na Espanha, ao lado da Galeria Virgilio no Brasil.

Montada na parede em formato pequeno, com imagens distantes e outras próximas umas das outras, propõe uma aproximação lenta. Nas cenas, paisagens, pessoas e bichos circulam de forma esparsa, como numa densidade de sonho, sem saber ao certo onde estão.

“Da mesma forma, no percurso devagar que é sugerido, a ideia não é que a pessoa descubra os mistérios das fotografias ali presentes – mas sim que tenha acesso às suas paisagens interiores, quer dizer, ao seu próprio acervo de sensações sobre o silêncio, o estranhamento, e assim por diante. Na ordem que lhe for mais propícia”, explica a artista, que nasceu (1986) e vive em São Paulo e estudou na Escola de Comunicações e Artes da USP e na Universidade Paris-Sorbonne, onde desenvolveu uma investigação sobre imagem e memória, sob a orientação de Michel Puech.

Como introduz Ilana, a proposta de “Uma e outra erupção” é convidar a uma aproximação lenta, silenciosa, que tenha a chance de abrir no espectador um espaço para visitar suas “paisagens interiores” – termo presente na obra de Caio Fernando Abreu.

No texto “A memória como coexistência virtual”, Henri Bergson reitera sua tese de que – em tradução livre – “jamais o passado se constituiria se ele não se constituísse primeiro, ao mesmo tempo que ele é presente. (…), se ele não coexistisse com o presente do qual ele é o passado”.

A partir desta ideia, a artista comenta: “Acredito que a fotografia tem um papel na lucidez disto. Quando realizei essas fotografias, tinha em mente as pessoas que não conhecia e iam vê-las: de uma maneira, gerei esse passado coletivo simultaneamente a estar vivendo o tal presente que tanto se diz abrigado no fotograma”.

Ilana, que participa pela primeira vez do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, acredita que a definição de contemporaneidade está justamente no cerne dessa fotografia contemporânea.

“Isso porque ela indica poder ser tudo que o artista considerar como tal para o seu uso e não só diferentes suportes de movimento, volume e etc., como também o próprio conteúdo gerado pela fotografia ‘moderna’ ou ‘clássica’, que pode ser absorvido e vivificado mais uma vez. São camadas que se misturam, somam, não esmagam uma à outra”.

Para ela, o artista pode fazer um trabalho que esteja em sintonia ou semelhança com algo feito cinquenta, cem ou mesmo quinhentos anos atrás. “E ele pode sentir ter uma sensibilidade, uma índole similar, à de certos humanos que viveram em diferentes épocas; e sentir-se conectado à história da arte de forma mais transversal do que linear”, considera.

Iniciativa importante – Para a artista, iniciativas como a do Prêmio Diário dão ao artista um fôlego maior para dar segmento a suas pesquisas. “Algumas vezes os trabalhos ganham arremate final e corpo de reflexão no momento de serem inscritos para o edital, é uma hora em que o artista pára organizar aquele material e torná-lo um envelope, um dossiê. Só isso, já acrescenta bastante à noção sobre o próprio percurso, um instrumento que ajuda a caminhar”.

A fotógrafa acredita que, sendo contemplado, o material tem a chance de ser visto no suporte idealizado por quem o criou – seja em impresso e com molduras, em uma sala de vídeo, etc.

“O que, no caso da fotografia é bem diferente de vê-lo em uma tela de computador ou em uma revista, livro, etc. Cada lugar é um, e esse lugar da Casa das Onze Janelas, ao que parece, é um dos bons. Chegar à outra cidade e espectadores, imprevistos também, pois como eu disse lá no comecinho, se a ideia é propor o acesso a paisagens interiores, as paisagens de cada universo sempre serão diferentes, ainda que a foto vista seja supostamente igual”.

Fotografia paraense – Ilana já conhece o cenário da fotografia paraense e cita o trabalho de Mariano Klautau Filho, curador do Prêmio. “Acho que quando ele conversa com Edward Hopper, William Turner, por exemplo, ilustra muito dessa impressão que mencionei sobre a fotografia contemporânea. Não sinto que Hopper e Turner ficam, em seus trabalhos, à frente ou atrás do tempo, mas todos em um tempo sincrônico, trazidos à tona para uma densidade de semelhantes”. E também elogia a série “Efêmera Paisagem”, de Alberto Bitar, que viu exposta em São Paulo, em uma sala do Centro Universitário Maria Antônia. Mas em outro exemplo de contemporaneidade ela fala de um artista plástico.

“O Osmar Pinheiro, artista muito importante que fundou a Galeria Virgilio, com a qual trabalho, estritamente não foi um fotógrafo, mas nas suas pinturas se vê a fotografia de maneira clara, forte e pulsante. Eu me identifico muito, e é uma obra que, numa visão contemporânea, também poderia estar presente em uma exposição fotográfica com grande ganho para a linguagem”, diz.

Ilana lembra ainda as projeções sobre árvores, de Roberta Carvalho, que ela presenciou no último Paraty em Foco. “Fiquei feliz de conhecer um trabalho que caminha na conjunção entre fotografia e plantas, algo que me interessa bastante”, finaliza.

Tempo implacável, memória viva

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Imagem do projeto Morar, do Coletivo Garapa, Prêmio Memórias da Imagem.

O Coletivo Garapa é um espaço de criação que tem como objetivo pensar e produzir narrativas audiovisuais, integrando diversos formatos e linguagens. Atua em parceria com clientes comerciais além de desenvolver um trabalho de pesquisa autoral, sempre explorando as potencialidades de cada projeto, tanto na construção da narrativa quanto nos modelos de distribuição.

Formado por Paulo Fehlauer, Leo Caobelli e Rodrigo Marcondes, o grupo participa do III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia com a obra Morar (Prêmio Memórias da Imagem), projeto que busca criar um arco de memória entre a existência e a desaparição dos edifícios São Vito e Mercúrio, emblemáticas construções demolidas recentemente na cidade de São Paulo. Trata-se de um ensaio visual sobre os prédios, objeto de pesquisa desenvolvido pelo Coletivo desde meados de 2008.

Desde então, acompanhamos o desenrolar das suas histórias, da desocupação à demolição. Para o Prêmio Diário, trouxemos uma obra que, de certa forma, resume a dinâmica da metrópole, que, na ânsia do progresso, se reescreve a cada instante. Em oito quadros, vamos da presença ao desaparecimento dos edifícios, percorrendo dois anos de uma história que se apaga apenas da paisagem, mas nunca da memória”, explica Paulo Fehlauer, que está em Belém para a abertura da mostra Memórias da Imagem, que acontecerá na Casa das Onze Janelas, no dia 28 de março.

De acordo com ele, tais memórias ora se encaixam em harmonia, ora se chocam produzindo uma infinitude de interpretações. “O políptico que apresentamos aqui, busca sintetizar um universo bem maior de imagens. Acreditamos que o desaparecimento do prédio seja a memória viva da cidade que se transforma e passa por cima de histórias privadas em nome da transformação e do progresso.”

Na década de 1960, a expectativa de vida de um paulistano era, ao nascer, de aproximadamente 65 anos. Nem o São Vito, nem o Mercúrio corresponderam a essa estatística. “Na ansiedade do progresso, a metrópole busca se reconstruir o tempo todo, transformando a cidade em um imenso palimpsesto, ‘memória viva de um passado já morto’. Apagados os edifícios, a paisagem, testemunha das tensões humanas, se ressignifica. O tempo da metrópole é implacável; resta a memória”, explica.

Para Paulo Fehlauer, a característica mais marcante da fotografia contemporânea passa um pouco pela própria dificuldade de nominá-la ou restringi-la a campos específicos. Por isso ele diz que nos projetos do coletivo, busca-se sempre trabalhar o diálogo da fotografia com outras linguagens, como o vídeo e a literatura. “Estamos interessados nesse hibridismo que expande o campo fotográfico”, reforça.

Grupo que desenvolve projetos para ambientes distintos – da fotografia estática à interação multiplataforma, do vídeo à instalação site specific; produz e dirige filmes documentários e publicitários; desenvolve plataformas multimídia, ensaios fotográficos e exposições, o Coletivo Garapa já possui uma relação próxima com o Pará, onde já teve oportunidade de realizar atividades como a oficina Experiência Multimídia, em 2010, e de participar do projeto Curta em Circuito, em 2011.

“Antes disso, já conhecíamos e admirávamos alguns dos grandes nomes da fotografia paraense, como Luiz Braga, Alexandre Sequeira e Miguel Chikaoka, mas esse universo se expandiu muito a partir do contato direto com os fotógrafos e artistas locais. Hoje, mais do que contatos, temos muitos amigos no Pará”.

De acordo com ele, prêmios como o Diário Contemporâneo são importantes na carreira de qualquer criador por representar o reconhecimento de pesquisas estéticas e temáticas de cada participante. “Além disso, são ótimas oportunidades para se acompanhar a produção do país”, finaliza.