A realidade e a representação no minicurso que formou a equipe da Ação Educativa

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O último final de semana foi dedicado à formação da formação da equipe de mediadores culturais do 9º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Intitulada “Tempo para duvidar: por uma formação de espíritos livres”, a ação educativa, com coordenação de Rodrigo Correia, convidou a fotógrafa e pesquisadora Cinthya Marques para realizar a curadoria educativa do projeto.

Minicurso de formação de de mediadores. Fotos: Irene Almeida

Rodrigo iniciou o encontro apresentando a trajetória do Prêmio, a temática escolhida para esta edição e destacando questões relevantes para os participantes, como estarem sempre atentos às iniciativas trazidas pelos artistas e às possibilidades de diálogo que surgem durante o processo de mediação cultural.

A ação educativa é uma conversa entre a obra, o público, o artista e o mediador.  “Deve-se sempre ter em mente que o mediador não está lá para entregar o conhecimento, mas sim para mediar esse conhecimento, essa relação do público com as obras”, ressaltou Cinthya.

Realidade e representação. Verdade universal e verdade construída. Foi adotado como tessitura entre os trabalhos a formação de espíritos livres, adaptação do conceito de Friedrich Nietzsche em sua obra “Humano, demasiado humano” (1878), onde ele afirma que “… não existem fatos eternos, assim como não existem verdades absolutas”.

Foi proposta uma dinâmica de apresentação na qual cada participante desenhou uma outra versão de si, revelando um pouco de sua realidade a partir dessa representação.

As obras que integram as mostras da 9ª edição foram apresentadas aos participantes, bem como as atividades que compõem o tabloide anual do projeto. Diversos pontos de vista e sensibilizações a partir dos trabalhos foram trazidos, já adiantando um pouco do que será a experiência da mediação, na qual se entra em contato com o olhar do outro. “Cada um de nós é um ser cheio de sonhos, de complexidades”, lembrou Cinthya. Assim, cada um os participantes, com o seu conhecimento especifico da área de estudos e vivência individual, pôde acrescentar algo no debate.

O grupo discutiu conceitos como liberdade, acesso, impacto, livre arbítrio, motivação, expressão, empatia, tolerância e intenção. Tudo isso para um trabalho de mediação guiado pelo viés da dúvida, do questionamento, do pensamento crítico e nunca do de uma verdade absoluta.

Mauricio Igor, que participa da exposição deste ano como artista selecionado, foi da equipe da ação educativa no ano passado. Ele compareceu ao segundo dia de formação e conversou com os participantes sobre o seu projeto escolhido, pesquisas atuais, além da vivência que teve como mediador na edição anterior.

A equipe formada está apta para receber os mais diversos públicos nos espaços dos museus. Professores e educadores que queiram levar suas turmas já podem, inclusive, agendar sua visita no site do projeto.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu da UFPA, Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e colaboração da Sol Informática.