Obras que causam provocações, viscerais, intensas e pulsantes. A mostra “Pulsões”, que faz parte da 12°edição do Diário Contemporâneo de Fotografia, fica em cartaz até este domingo (28), no Museu da UFPA. Com uma proposta de estabelecer diálogos poéticos entre obras, a exposição reúne trabalhos de sete artistas do acervo da Coleção DCF e de 10 artistas convidados. A curadoria é de Mariano Klautau Filho – também coordenador geral do Diário Contemporâneo de Fotografia, e deriva do diálogo com a exposição “Desejos pessoais, pulsões coletivas: quando as imagens tomam posição”, que esteve em cartaz na Casa das Onze Janelas e continuará disponível em formato virtual.
Pulsão é um conceito oriundo da Psicanálise para se referir a estímulos psíquicos que estão na fronteira entre a mente e o corpo e que na mostra está relacionada às sensações despertadas pela arte. Em cada compartimento do Museu da UFPA, é possível se deparar com novas pulsões, geradas pelo contato com as obras. Sejam elas em fotos, vídeos, instalações sonoras, as artes estabelecem um diálogo: “De um modo geral e guardando as diferenças de tom e energia, as obras dialogam entre si por um sentimento que reage a uma ordem normativa. Algumas mais pulsantes, outras mais líricas, outras mais irreverentes”, explica o curador Mariano Klautau Filho.
Sobre as obras
Da coleção do Prêmio, compõem a mostra, as obras de Ana Mokarzel (PA), Coletivo Garapa (SP), Flavya Mutran (PA/RS), Hirosuke Kitamura (JP/BA), Jorane Castro (PA), Renan Teles (SP) e Tom Lisboa (PR). Dos artistas convidados, integram a mostra Denise Gadelha (PA/SP); Betania B (PA); Duda Santana (PA); Victor Galvão (RJ), Laiza Ferreira (PA/RN), Melissa Barbery (PA), Patrícia Teles (RJ), Paulo Mendel (RJ/SP) & Vi Grunvald (PA/RS), Randolpho Lamonier (MG) e Waléria Américo (CE).
Aspectos que expressam energias urbanas são representados nas obras de Denise Gadelha, Ana Morkazel, Victor Galvão e Garapa. Em destaque, a reflexão crítica sobre as origens do mundo e a metáfora das cidades feridas e em mutação. Poéticas que se desdobram na literatura escrita nos muros da cidade com os “lambes” de Melissa Barbery; os espectros fantasmáticos de Flavya Mutran e na instalação sonora de Waléria Américo, construída a partir de sons da violência cotidiana.
Há também pulsões com energia sexual e que rompem com a normatividade. Estão presentes nos trabalhos de Jorane Castro, Hirosuke Kitamura e Renan Teles, nos Palimpsestos de Tom Lisboa que refletem a urgência das ruas, e se complementam no filme Domingo, de Paulo Mendel e Vi Grunvald, uma obra em defesa das diferenças, das liberdades afetivas e das políticas encarnadas pelo corpo. Energias captadas também nas performances de Duda Santana e Patrícia Teles, nas colagens de Laiza Ferreira e nos retratos noturnos dos marajoaras produzidos por Betania B.
Também compõem a mostra as correspondências em vídeo entre Victor Galvão e Randolpho Lamonier em tempos de isolamento social e pandemia. As narrativas visuais e os textos, ao passo que revelam certo desamparo diante do futuro, assumem a força poética do acolhimento mútuo entre amigos.
O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.
Serviço
Mostra Pulsões
Curadoria de Mariano Klautau Filho
Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA) – Av. Gov. José Malcher, 1192 – Nazaré (entrada pela Av. Generalíssimo Deodoro)
Visitação até 28/11/2021, das 9h às 13h
Entrada gratuita