Diário Contemporâneo realiza palestra sobre colecionismo

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O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia realiza nesta semana a palestra “Quanto impacta o colecionismo, o mercado, as galerias de arte e as políticas de Estado na carreira de artistas?”, que será apresentada por Nei Vargas da Rosa, fruto da sua pesquisa de doutorado em Artes Visuais no PPGAV/UFRGS. O encontro com o público será no dia 14, quarta-feira, às 19h, no Museu da UFPA, com entrada franca.

Segundo Nei, “o sistema da arte tem sofrido inúmeras alterações em sua lógica interna de desenvolvimento nas últimas décadas, apresentando atores antigos que renovam suas formas de atuação e práticas obsoletas são substituídas por novas estratégias que reorientam a produção, a circulação, a legitimação e o consumo da produção das artes visuais. O Estado, com suas políticas públicas, reorganiza e interfere no funcionamento e nas especificidades do mercado de arte”.

Amazônia, de Rodrigo Correia, premiado nesta edição.

O pesquisador irá analisar como que ficam os artistas dentro deste cenário marcado por um ambiente de hierarquias, interesses e disputas nem sempre artísticas. Além de observar questões como políticas públicas, mercado da arte e colecionismo.

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COLEÇÃO DIÁRIO CONTEMPORÂNEO DE FOTOGRAFIA

O Diário Contemporâneo formalizou, em 2016, a coleção de fotografias que vinha reunindo desde a sua primeira edição. São trabalhos em fotografia, vídeo, instalação e outras linguagens; aproximadamente 160 obras de mais de 40 artistas. Belém recebeu, através da ação do projeto, uma coleção de fotografia contemporânea que está sob a guarda das duas instituições públicas parceiras: o Espaço Cultural Casa das Onze Janelas e o Museu da UFPA.

A ação do Diário Contemporâneo, no sentido da formação de acervo, vai ao encontro das questões que serão debatidas a partir de pesquisas conduzidas por Nei. São elas: “Institucionalização de coleções privadas de arte contemporânea no Brasil”, na qual ele analisa a passagem do contexto privado para o público/privado de coleções de arte contemporânea; e “Perspectivas do Colecionismo de Arte Contemporânea”, inédita em âmbito nacional, onde ele faz uma imersão no procedimento colecionista de arte contemporânea, incluindo entrevistas com colecionadores de 17 estados do país.

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NEI VARGAS DA ROSA

Doutorando em Artes Visuais no PPGAV/UFRGS, com pesquisa sobre a institucionalização de coleções privadas de arte contemporânea. Em paralelo, conduz a pesquisa Perspectivas do Colecionismo de Arte Contemporânea no Brasil, com Bolsa Pesquisador do Instituto de Cultura Contemporânea. Curador do ciclo de debates Dinâmicas do Colecionismo de Arte Contemporânea, na A Casa do Parque/SP. Organizou o dossiê Sistema da Arte no Brasil da Revista Ouvirouver/UFU. Compõe a Comissão Organizadora do Simpósio Internacional de Relações Sistêmicas da Arte. É associado ao The Internacional Art Market Association, pelo subcomitê Mercado de Arte e Colecionismo: Portugal, Espanha e Brasil.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale.

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SERVIÇO: Diário Contemporâneo realiza palestra com Nei Vargas da Rosa. Data: 14 de agosto, às 19h. Local: Museu da UFPA. Endereço: Av. Governador José Malcher – esquina com Generalíssimo Deodoro. Entrada franca. Informações: Rua Gaspar Viana, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2400; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br

Conversa com Rosely Nakagawa iniciou a programação de abertura do 9º Diário Contemporâneo

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Antes das aberturas oficiais das mostras, a programação da nona edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia já estava ocorrendo a todo o vapor. A curadora independente e pesquisadora, Rosely Nakagawa, que integrou a comissão de seleção deste ano, participou de um encontro com o público de Belém. “Trajetória da curadoria de fotografia brasileira – uma conversa com Rosely Nakagawa” foi realizada no último dia 15, no Museu do Estado do Pará com mediação de Mariano Klautau Filho, curador do projeto.

Conversa com Rosely Nakagawa

Rosely contou que seu encontro com a fotografia se deu na faculdade de arquitetura, a partir de onde teve contato com nomes como Maureen Bisilliat e Cristiano Mascaro. Entre os momentos importantes do seu trabalho, foi ressaltado o convite da Funarte para participar da Semana Nacional de Fotografia, em Belém (1985). Naquela época a fotografia ainda estava muito ligada ao jornalismo, uma aliada ao texto que sofria censura. Exposições e leituras de portfólio eram novidades, inclusive para os fotógrafos. Assim, a curadora esperava encontrar na capital paraense fotógrafos carentes de informação sobre isso. “Organizar portfólio era uma coisa nova. Quando eu vim aqui para Belém, achava que seria uma coisa básica, mas, na verdade, foi uma inversão de expectativas. Belém já era muito articulada, então eu achava que ia ensinar, mas aprendi muito aqui”, lembrou.

Quando questionada sobre sua trajetória, disse “eu nunca parei para pensar no que eu fazia. Eu fazia exposições e ajudava os fotógrafos. Eu ainda não me considero uma curadora, me considero muito mais uma representante de alguns fotógrafos”. Rosely se coloca como uma intermediadora, alguém que traz à tona um trabalho que não é conhecido. “É um trabalho muito delicado, porque você não pode induzir o artista ou direcionar ele num caminho. Por isso que eu me chamo de comissária, porque o meu trabalho é conduzir o artista em um caminho que não é o meu”, refletiu a pesquisadora que acrescentou, “a visão do outro em relação ao trabalho é muito determinante e eu tomo muito cuidado para que essa visão não seja a minha e sim, a do fotógrafo”.

Ela conversou com o público sobre a diferença entre estruturação do trabalho e visibilidade da fotografia, destacando que uma visibilidade rápida nem sempre significa uma perenidade ou manutenção da relevância daquela imagem. Foi questionado até que ponto a fotografia deve servir às grandes agendas e sobre isso Rosely destacou que “o trabalho do artista deve sempre trazer uma questão histórica de uma maneira atemporal e não literal”, para que continue relevante mesmo após a pauta já ter dado espaço para outros debates.

“Realidades da Imagem, Histórias da Representação” é a temática desta nona edição do Diário Contemporâneo. A pesquisadora comentou que ele “é um projeto interessante, porque é uma construção e não somente uma seleção. O projeto dá condições, inclusive, do artista se estruturar”. Ela interrogou Mariano sobre a sua trajetória até chegar ao lugar de curador deste projeto de destaque nacional. Segundo ele, “o meu eu artista tem ficado em segundo plano em função do meu interesse pelo trabalho do outro e isso levou à minha função de pesquisador. Os meus trabalhos curatoriais vêm pelo meu interesse pela pesquisa”. O curador afirmou que “a posição paraense é trazer essa discussão para cá”, proporcionando à fotografia e aos artistas uma mudança de eixo e de percepção.

VISITAÇÃO

A exposição “Realidades da Imagem, Histórias da Representação” exibe os trabalhos premiados, selecionados e participações especiais da 9ª edição do Diário Contemporâneo. As obras ficam no Museu do Estado do Pará – MEP. Além disso, o Museu da UFPA recebe a mostra individual “Lapso”, com trabalhos de Flavya Mutran, artista convidada e a mostra de videoarte “Audiovisual Sem Destino”, projeto de Elaine Tedesco. A visitação segue até dia 15 de julho.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu da UFPA, Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e colaboração da Sol Informática.