X Diário Contemporâneo inaugura exposições em agosto

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O mês de agosto inicia com a abertura da 10ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. O vernissage será no dia 06, às 19h, no Museu do Estado do Pará e no dia seguinte (07), às 19h, no Museu da UFPA, será aberta ao público a segunda parte das exposições. A visitação da mostra Interseções, 2010/2019 segue até 29 de setembro.

O projeto se tornou um dos grandes editais de competição do país, além de consolidar o Pará como um espaço de criação e reflexão em artes.

Bruxos e Curandeiros_ A Magia Bantu entre África, Cuba e Maranhão. Foto: Marcio Vasconcelos

A décima edição é um encontro renovado das experiências curatoriais dos anos de 2010 e 2014. Na edição de estreia o mote foi Brasil, Brasis e o projeto fez o convite para pensar o país e as identidades contemporâneas que o constituem. Já em 2014 a temática livre trouxe a maior diversidade de trabalhos e propostas artísticas.

Heldilene Reale, Octavio Cardoso e Isabel Gouvêa foram os integrantes da comissão de seleção deste ano e juntos viram 585 dossiês com trabalhos de diferentes partes do país.

NO MEP

A mostra do Museu do Estado Pará exibirá os trabalhos premiados de Daniele Cavalcante (CE), Júlia Milward (RJ) e Rodrigo José (PA). Além dos selecionados André Parente (PA), Bruno Zorzal (ES), Ceci Bandeira (PA), Claudia Tavares (RJ), Coletivo Amapoa (SP), Daniela de Moraes (RS), Felipe Fittipaldi (RJ), Francine Lasevitch (RS), Gui Christ (RJ), João Paulo Guimarães (PA), Márcio Vasconcelos (MA), Maria Baigur (BA), Maria Vaz (MG), Paulo Coqueiro (BA), Pedro David (MG), Priscilla Buhr (PE), Rodrigo Pinheiro e Ton Zaranza (RJ).

A convite da curadoria do projeto, os artistas Ana Mokarzel, Danielle Fonseca, Fernanda Grigolin, Flávio Araújo, José Diniz, Keyla Sobral, Letícia Lampert, Marise Maués, Mateus Sá, Paula Sampaio, Renan TelesTiago Coelho e Tuca Vieira também exibirão seus trabalhos no espaço.

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NO MUFPA

No ano em que comemora uma década de atuação, o Diário Contemporâneo traz para uma exposição todos que foram artistas que foram os convidados das edições anteriores.

Cláudia Leão, Dirceu Maués, Miguel Chikaoka, Luiz Braga, Walda Marques, Janduari Simões, Jorane Castro, Geraldo Ramos e Flavya Mutran retornam em uma coletiva que não se apresenta como retrospectiva, mas como uma outra leitura das suas visualidades.

PROGRAMAÇÃO

Os artistas premiados nesta edição Danielle Cavalcante, Julia Milward e Rodrigo José participarão de uma conversa com o público no dia 08 de agosto, às 19h, no MEP. Já no dia seguinte (09), o encontro será com os selecionados Bruno Zorzal e Claudia Tavares, no mesmo horário e local.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo abre exposições em agosto. Datas: 06/08, às 19h, no Museu do Estado do Pará e 07/08, às 19h, no Museu da UFPA. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale. Informações: (91) 3184-9310; 98367-2400; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

RETROSPECTIVA – 2016: A Coleção de Fotografias

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A edição de 2016 do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia teve como destaque a constituição oficial da Coleção de Fotografias do projeto. Não houve edital de seleção e toda a atenção foi especialmente dedicada à Coleção que veio sendo formada desde 2010.

Desde o início da sua atuação, o Diário Contemporâneo sempre buscou ser mais que um prêmio. Assim, Belém recebeu por meio da ação do projeto, uma coleção de fotografia contemporânea que está sob a guarda das duas instituições públicas parceiras: o Espaço Cultural Casa das 11 Janelas e o Museu da UFPA.

Arquitetura do Esquecimento, de Daniela de Moraes

Integram o acervo trabalhos em fotografia, vídeo, instalação e outras linguagens produzidos por 44 artistas de todas as regiões do país. São eles: Carlos Dadoorian (SP), Luiz Braga (PA), Coletivo Garapa (SP), Ilana Lichtenstein (SP), Lívia Aquino (SP), Lucas Gouvêa (PA), Daniela Alves e Rafael Adorjan (DF e RJ), Emídio Contente (PA), Wagner Almeida (PA), Marcio Marques (SP), Renan Teles (SP), Ricardo Hantzschel (SP), Alex Oliveira (BA), Diego Bresani (DF), Yukie Hori (SP), Francilins Castilho Leal (MG), Ivan Padovani (SP), Ionaldo Rodrigues (PA), Rafael D’Alò (RJ), Randolpho Lamonier (MG), Pedro Clash (SP), Daniela de Moraes (SP), Dirceu Maués (PA), Felipe Ferreira (RJ), Guy Veloso (PA), Júlia Milward (RJ), Marco A. F. (RS), Marise Maués (PA), Marcílio Costa (PA), Pedro Cunha (CE), Tom Lisboa (PR), Tuca Vieira (SP), Véronique Isabelle (Canadá), Alberto Bitar (PA), Ana Mokarzel (PA), Janduari Simões (BA), Jorane Castro (PA), Miguel Chikaoka (SP), Octavio Cardoso (PA), Roberta Carvalho (PA), Walda Marques (PA), José Diniz (RJ), Mateus Sá (PE) e Péricles Mendes (BA).

MOSTRA ESPECIAL

A mostra especial “Belém: Ressaca, Heranças” teve a cidade e seu espaço urbano como objeto de reflexão em um momento histórico, pois 2016 foi o ano em que Belém completou seus 400 anos. A proposta da curadoria aos artistas participantes foi pensar a cidade criticamente tendo como referência a estrutura física e simbólica de alguns de seus patrimônios arquitetônicos em processo de transformação. Trabalhos de Alexandre Sequeira, Ana Mokarzel, Coletivo CêsBixo, Luiz Braga, Martin Perez, Paula Sampaio, Walda Marques e Wagner Almeida integraram a exposição.

Belém, Pará, Brasil. Cidade. Palacete Faciola, Martín Pérez, UY e Cecilia Moreno, RN. Artista convidado da 7ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. 10/03/2016. Foto: Martín Pérez.
Palacete Faciola. Foto: Martín Pérez.

BIBLIOTECA

A parceria entre o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, o Museu da UFPA e Tenda de Livros, projeto da artista Fernanda Grigolin resultou no lançamento da biblioteca da Coleção Diário Contemporâneo de Fotografia.

Constituída por 50 livros de quase 40 autores, ela tem como algumas das características a diversidade de produções e origens, equidade entre os gêneros, publicações independentes, livros de fotógrafos iniciantes e consagrados, além de resultados de pesquisas dentro das universidades.

Fernanda teve a oportunidade de realizar um bate-papo com o público de Belém sobre isso, na ocasião também houve o lançamento do livro Recôncavo e a distribuição do Jornal de Borda.

A artista curitibana que vive entre Campinas e São Paulo também realizou a oficina “A fotografia no livro em três ações: produzir, editar e circular”, de acompanhamento de projetos de livros com ênfase em fotografia.

DIÁRIO CONTEMPORÂNEO NAS ESCOLAS

A oficina “Experiência do Olhar”, realizada por Irene Almeida com assistência de Rodrigo José, foi realizada nas escolas da rede pública. Os alunos conheceram a Coleção Diário Contemporâneo de Fotografia e a proposta da edição, compartilharam suas ideias a partir do que viram e construíram câmera obscuras em ações que trabalharam a fotografia como fator de descoberta. As ações formativas foram realizadas na Escola Municipal Rotary, Escola E. de E. Fundamental e Médio Professor José Alves Maia e na Unidade Pedagógica São José, localizada na Ilha Grande, na parte insular do Município de Belém.

Belem, Pará, Brasil. Belém. Pincel de Luz, oficina sobre fundamentos da fotografia para crianças do ensino fundamental na Escola Rotary Foto: Janduari Simões/Diario do Pará. 14.03.2016
Foto: Janduari Simões

AÇÕES

Cinthya Marques, coordenou a ação educativa da 7ª edição. Ela realizou o minicurso “Trajetórias educativas: por um olhar em expansão” no qual norteou questões essenciais para a formação do debate sobre o tema, além da proposição de percursos educativos para as visitas em prol da sensibilização do olhar a partir das obras do acervo.

“Horizonte Reverso” foi a oficina realizada por Dirceu Maués. Nela, os integrantes tiveram acesso ao processo de criação do fotógrafo, discutindo a relação com os dispositivos tecnológicos e participando da construção das câmaras obscuras.

Um convite para investigar a si mesmo. Assim foi o workshop “Na direção do Medo”, com o artista mineiro Gui Mohallem que instigou os participantes a darem um mergulho interior em busca de suas dificuldades e medos e, por meio de uma produção imagética, se aprofundarem em direção às suas questões mais internas. Os trabalhos mais recentes de Gui também foram tema de uma conversa informal do artista com o público.

Shenyang, China. Foto: Eugênio Sávio

Na era da imagem digital, a oficina “Fotojornalismo em tempos de transformação”, com o fotógrafo mineiro Eugênio Sávio, veio debater os novos dilemas da profissão. Além disso, Eugênio realizou um bate-papo no qual falou sobre seu trabalho como fotojornalista, produtor cultural do projeto Foto em Pauta e curador do Festival de Fotografia de Tiradentes.

A última oficina ficou a cargo da fotógrafa paraense Walda Marques. “Self-me” trabalhou o autorretrato como forma de autoconhecimento e construção de narrativas sobre si.

Palestras sobre os museus e rodas de conversas com Guy Veloso, Janduari Simões, Jorane Castro, Miguel Chikaoka, Alexandre Sequeira, Veronique Isabelle, Ana Mokarzel, Walda Marques, Octavio Cardoso, Pedro Cunha, Rosangela Britto, Marisa Mokarzel, Mariano Klautau Filho, Ionaldo Rodrigues, Wagner Almeida, Jorge Eiró e Geraldo Teixeira encerraram a edição. O lançamento da publicação “Fotografia Contemporânea Amazônica – Seminário 3×3”, de Sávio Stoco, artista e pesquisador de Manaus e a palestra “Velho ou antigo?”, de Jussara Derenji, diretora do Museu da UFPA, foram destaques da programação.

O PROJETO

Em 2019, o Diário Contemporâneo comemora uma década de atuação. Ele se tornou um dos grandes editais de competição do país, além de consolidar o Pará como um espaço de criação e reflexão em artes.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale.

Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia divulga premiados e selecionados da 10ª edição

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No ano em que comemora uma década de atuação, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia teve um recorde de inscrições, recebendo 585 dossiês. Este também o primeiro ano em que todo o processo de inscrição foi realizado online. O grande volume de trabalhos submetidos ao edital demandou mais um dia de avaliação.

Octavio Cardoso, Isabel Gouvêa e Heldilene Reale durante a avaliação dos dossiês. Foto: Irene Almeida.

O júri ficou reunido desde a terça-feira, passando pelo feriado e encerrando somente na sexta a noite. Um trabalho intenso e atento foi realizado por Heldilene Reale, Octavio Cardoso e Isabel Gouvêa, integrantes da comissão de seleção deste ano.

Confira a lista:

X PRÊMIO DIÁRIO CONTEMPORÂNEO DE FOTOGRAFIA

SELECIONADOS E PREMIADOS

  • Daniele Cavalcante (CE) – Prêmio Diário de Fotografia
  • Júlia Milward (RJ) – Prêmio X Diário Contemporâneo
  • Rodrigo José (PA) – Prêmio Diário do Pará
  • André Parente (PA)
  • Bruno Zorzal (ES)
  • Ceci Bandeira (PA)
  • Claudia Tavares (RJ)
  • Coletivo Amapoa (SP)
  • Daniela de Moraes (RS)
  • Felipe Fittipaldi (RJ)
  • Francine Lasevitch (RS)
  • Gui Christ (RJ)
  • João Paulo Guimarães (PA)
  • Márcio Vasconcelos (MA)
  • Maria Baigur (BA)
  • Maria Vaz (MG)
  • Paulo Coqueiro (BA)
  • Pedro David (MG)
  • Priscilla Buhr (PE)
  • Rodrigo Pinheiro e Ton Zaranza (RJ)

O PROJETO

Há uma década o Diário Contemporâneo vem lançando proposições e chamando os artistas para o debate, consolidando o Pará como um espaço de criação e reflexão em artes.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale.

Octavio Cardoso na comissão do 10º Diário Contemporâneo

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O fotógrafo paraense Dirceu Maués teve um imprevisto de agenda e não poderá mais fazer parte da comissão de seleção e premiação do 10º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, sendo substituído pelo também fotógrafo, Octavio Cardoso.

Da série Lugares Imaginários, de Octavio Cardoso.

BIOGRAFIA

Nascido em Belém e graduado em Engenharia Civil pela UFPA, Octavio Cardoso começou a fotografar em 1984, na Fotoativa, onde sempre esteve ligado, tendo sido seu presidente de 2000 a 2007. Sua trajetória profissional passou tanto pela publicidade quanto pelo jornalismo. Aspecto que se reflete na sua obra, que vai do preto e branco ao colorido manipulado, além da documentação da paisagem e do vaqueiro marajoara. Trabalhou no Jornal O Liberal, Estúdio Luiz Braga, Kamara Kó Fotografia, WO Fotografia e atualmente é editor do Jornal Diário do Pará.

Sua relação com o Diário Contemporâneo vem desde a estreia do projeto, pois na primeira edição teve premiada a sua série “Lugares Imaginários”. Em 2011, foi um dos curadores da mostra “Diários da Cidade”, que exibiu trabalhos de fotojornalistas e esteve no bate-papo sobre este tema. Em 2012, realizou a oficina “Ensaio – Resumindo uma Ideia”, que abordou temas como a narrativa e a edição fotográfica. Em 2016, seus trabalhos que integram a Coleção de Fotografias do projeto foram expostos e ele, assim como outros artistas, participou das rodas de conversa com o público.

RETROSPECTIVA – 2012: A fotografia da memória

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Em 2012, o Prêmio Contemporâneo de Fotografia realizava sua terceira edição e se mostrava cada vez mais consolidado como um edital de grande competição do país, além de produzir impacto na formação e produção de conhecimento em Artes Visuais e no intercâmbio artístico. “Memórias da Imagem” foi o tema escolhido para propor uma reflexão sobre o caráter atemporal da imagem fotográfica.

A memória acontece a todo momento e na fotografia ela é constantemente reinventada a cada leitura que a imagem recebe, a cada olhar e interpretação crítica. Ela não é só o registro de algo que ocorreu diante da câmera mas sim, um diálogo com aquele que vê a imagem no tempo presente e futuro.

Da série “Uma e outra erupção”, de Ilana Lichtenstein, premiada em 2012.

O JURI

Buscando ter um olhar cada vez mais plural, a comissão de seleção do terceiro Prêmio Contemporâneo de Fotografia foi composta por um fotógrafo, uma pesquisadora e um professor.

Nascido em Registro, São Paulo, Miguel Chikaoka é formado em engenharia pela Universidade de Campinas e é idealizador da Associação Fotoativa, onde atua como arte-educador com metodologia própria em ações que estimulam o pensamento crítico e criativo sobre o fazer fotográfico. Miguel foi o artista convidado de 2012 e também realizou o bate-papo “Trajetórias do Fotográfico”, tendo a mediação de Mariano Klautau Filho, curador do projeto.

Pós-doutora junto ao Programa de Pós-graduação em Estética e História da Arte do MAC-USP, Heloisa Espada atua nas áreas de curadoria, pesquisa e crítica de arte e é curadora de Artes Visuais do Instituto Moreira Salles desde 2008. Além de integrar a comissão de seleção, ela abriu a programação de palestras do projeto com a apresentação “Sombras e arte: Brasília ‘onírica’ e ‘barroca’ – A fotografia de Marcel Gautherot”. A palestra trouxe o tema de um dos seus livros e de sua tese de doutorado, explorando a fotografia na arte moderna.

Jorge Eiró foi o terceiro integrante do júri da terceira edição. É arquiteto, escritor e artista plástico. Além de ser doutor e mestre em Educação pela UFPA, é professor nesta universidade e na UNAMA. Também é membro do conselho curador do CCBEU, tendo executado diversos trabalhos de curadoria em exposições de Artes Visuais em Belém.

ARTISTA CONVIDADO

No Museu da UFPA, Miguel Chikaoka exibiu “Para ter de onde se ir”. O título da mostra foi uma referência ao poema “A Cabana”, do paraense Max Martins. Chikaoka escolheu Belém como sua casa e ajudou a consolidar o cenário da fotografia do Pará que conhecemos hoje com ações em arte e educação que estimulam o olhar e o pensamento crítico.

Na exposição, foi priorizada a exibição de trabalhos ainda inéditos mas sem a obrigação de realizar uma retrospectiva da carreira do fotógrafo. Foram para a parede as errâncias e os caminhos tomados pelo artista, refletindo seus movimentos de vida a partir das imagens em técnicas e apresentações diversas como digital, analógico e pinhole. Coloridos e em preto e branco, foram compartilhados os percursos que o artista topou na sua trajetória poética de experimentações.

Da série “Pretéritos Imperfeitos”, de Gordana Manic, selecionada em 2012.

PREMIADOS E SELECIONADOS

A comissão escolheu, entre os 304 inscritos, os trabalhos do Coletivo Garapa (SP), Ilana Lichtenstein (SP) e Lucas Gouvêa (PA) como premiados.

Paulo Fehlauer, Leo Caobelli e Rodrigo Marcondes, integrantes do Garapa, levaram o Prêmio Memórias da Imagem com a obra “Morar”. O ensaio retratou a desaparição de edifícios emblemáticos demolidos em São Paulo e refletiu sobre memória, paisagem, progresso e a dinâmica ansiosa das grandes metrópoles.

Mas o relógio correu em outro ritmo nas imagens de “Uma e outra erupção”, da artista Ilana Lichtenstein, vencedora do Prêmio Diário Contemporâneo. Eram fotografias do imaginário, como que saídas de um sonho e que nos convidavam a observar as pessoas, paisagens e animais atravessados pelo tempo não de maneira cruel, mas silenciosa e simultaneamente.

Qual a duração da imagem? Talvez ela necessite do movimento e ficar fixa somente na fotografia não é mais o suficiente, assim “Spinario”, vídeo de Lucas Gouvêa, vencedor do Prêmio Diário do Pará, mostra é que é preciso abrir todas as possibilidades poéticas. Vídeo, fotografia e performance estão conectadas nas imagens do artista que retira os espinhos do pé e os usa para “furar os olhos” do espectador. A pinhole digital captou uma nova narrativa simultânea à medida que cada buraco foi aberto em uma reflexão sobre a imagem e a luz.

Foram selecionados também os trabalhos de Alberto Bitar (PA), Ana Emília Jung (PR), Coletivo Cêsbixo (PA), Érico Toscano Cavallete (SP), Fábio Messias Martins de Souza (SP), Fabio Okamoto (SP), Fernando Schmitt (SP), Gabriela Lissa Sakajiri (SP), Gordana Manic (SP), Isabel Santana Terron (SP), Lívia Aquino (SP), Marian Wolff Starosta (RJ), Patrícia Gouvêa e Isabel Löfgren (RJ), Pedro Augusto Machado Hurpia (SP), Renato Chalu Pacheco Huhn (PA), Roberta Dabdab (SP), Romy Pocztaruk (RS), Tuca Vieira (SP), Vanja von Sek (PA) e Wagner Okasaki (PA).

AÇÕES

Além das palestras e encontros com Heloisa Espada e Miguel Chikaoka, o projeto também realizou o bate-papo “Imagem, Realidade e Fabulação a reinvenção da memória na vila de lapinha da serra”, com Alexandre Sequeira. Esta foi a oportunidade na qual o artista, que integrou o júri da segunda edição, pôde conversar sobre a pesquisa realizada entre 2008 e 2010 e que foi o objeto da sua dissertação de mestrado, defendida na UFMG. Para Alexandre, a fotografia é o pretexto do encontro e do início das relações afetivas, seus trabalhos de caráter relacional são documentos e memórias construídas à muitas mãos.

As ações formativas também incluíram oficinas. “Retratos Híbridos”, com Valério Silveira, instigou os participantes a intervir sobre as imagens. Feitos com a dupla exposição direto na câmera ou com a aplicação de desenhos, texturas e padrões em softwares de edição, os resultados foram retratos compostos de uma combinação de significados.

O minicurso “Uma introdução à história do livro fotográfico”, foi realizado por Joaquim Marçal, pesquisador da Biblioteca Nacional e curador, pela BN, do portal Brasiliana Fotográfica, além de professor agregado da PUC-Rio. Nele, Joaquim abordou com os participantes as origens do livro fotográfico e temas como a utilização de originais fotográficos, “cópias fiéis” e reprodução fotomecânica.

Premiado na primeira edição do projeto, Octávio Cardoso realizou a oficina “Ensaio – Resumindo uma Ideia”, que abordou temas como a narrativa e a edição fotográfica. A partir de exemplos como a extinta revista Life Magazine, pioneira no uso de ensaios como forma de comunicação, o fotojornalista propôs aos participantes a realização de dois ensaios e o desenvolvimento da melhor escolha de como apresenta-los. Técnica, prática, teoria e poética puderam ser vistas juntas no resultado do curso.

O PROJETO

Há uma década o Diário Contemporâneo vem lançando proposições e chamando os artistas para o debate, consolidando o Pará como um espaço de criação e reflexão em artes.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale.

RETA FINAL DAS INSCRIÇÕES 

O prazo para a inscrição no 10ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia está acabando. Os interessados têm somente até o dia 13 de junho (quinta-feira) para submeter seus trabalhos ao edital da edição especial de aniversário. Serão oferecidos três prêmios no valor de R$10.000,00 cada e as inscrições são realizadas somente pelo site www.diariocontemporaneo.com.br

RETROSPECTIVA – 2011: A dinâmica do urbano

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A edição de número dois do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia ocorreu em 2011 com a temática de “Crônicas Urbanas” e, após refletir sobre as identidades brasileiras no ano anterior, o projeto trouxe o questionamento acerca da cidade como lugar de ação da cultura.

Da série “Ainda queria falar de flores”, de Anita Lima, selecionada em 2011.

Com o desenvolvimento da imagem fotográfica, o registro das cidades, pessoas e seus modos de vida foi crescendo junto. O cotidiano, seus desafios e representações foram, então, colocados como lugares de provocação para os artistas. Questões urbanas, ambientais, sociais e artísticas se sobrepõem nas cidades do século XXI e o contemporâneo é um tempo desafiador e crítico.

A cidade foi elemento fundamental para as narrativas fotográficas apresentadas. O tema de 2011 colocou o artista como parte importante do espaço urbano. Nele, o fotógrafo não é mero espectador atento para capturar o que salta ao seu olhar, mas sim um ator que vive suas próprias representações e expressões de identidade.

COMISSÃO DE SELEÇÃO

Os trabalhos foram julgados por uma comissão formada por Alexandre Sequeira, artista plástico e fotógrafo, mestre em Arte e Tecnologia pela UFMG, doutorando em Arte pela mesma instituição, professor do ICA/UFPA e que desenvolve trabalhos que estabelecem relações entre fotografia e alteridade social; Tadeu Chiarelli, curador e crítico de arte, professor titular no curso de Artes Visuais da USP, ex-diretor da Pinacoteca de São Paulo e do Museu de Arte Contemporânea da USP e que já atuou como curador-chefe do Museu de Arte Moderna de São Paulo; e Marisa Mokarzel, doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará e mestre em História da Arte pela UFRJ, professora e pesquisadora do Mestrado em Comunicação, Linguagens e Cultura e professora de História da Arte do curso de Artes Visuais e Tecnologia da Imagem, ambos da UNAMA.

Os três membros do júri também tiveram a oportunidade de encontrar e conversar com o público de Belém. Tadeu Chiarelli realizou o bate-papo “A Fotografia e o Museu Contemporâneo: curadoria e pesquisa” no qual debateu assuntos como a inserção cada vez mais forte da fotografia na arte contemporânea e o papel cultural que exerce o museu de arte hoje. Na ocasião, o crítico apresentou obras que fazem parte do acervo do MAC-USP e analisou como este acervo estava sendo repensado.

Marisa Mokarzel ministrou a palestra “Imagens e Afetos” na qual refletiu sobre o acumulo de imagens e a falta de afeto tendo como apoio “A arte da desaparição”, de Jean Baudrillard. Ela discutiu a arte no mundo contemporâneo observando os trabalhos de Luiz Braga, artista convidado da edição.

Já Alexandre Sequeira realizou a oficina “Diálogos Fotográficos”, na qual proporcionou diálogos entre as duplas formadas por participantes. Autores como Nelson Brissac Peixoto, filósofo e professor da PUC/SP e Ítalo Calvino, escritor italiano foram debatidos. As duplas também puderam sair para fotografar e pensar juntas, construindo narrativas através do diálogo e da poética do encontro.

Sabonete de bolinha, 1998. Foto: Luiz Braga

ARTISTA CONVIDADO

Luiz Braga foi o artista convidado da segunda edição. A mostra “Solitude”, apresentava fotografias coloridas e em preto e branco que indicavam a memória daquele que não está. O artista, que registrou boa parte das recentes transformações da cidade de Belém, sempre teve como marca forte a figura humana, mas nessas imagens somente o seu rastro está presente. Por meio das lembranças que se misturam, o público pôde passear por diversas casas, desde uma residência sua antiga até a do escritor paraense Bruno de Menezes, na Cidade Velha.

O convite para adentrar no ambiente do lar também pôde ser visto no vídeo “Do outro lado da rua” formado por cerca de 70 fotografias de uma novena feita na casa de Dona Zuleide, vizinha que morava em uma casa em frente ao seu estúdio fotográfico. Entre os cantos e ladainhas, a fé e a acolhida estão evidentes em uma pequena memória de quem foi aquela mulher e de como foi esta cidade.

Luiz Braga também realizou um bate-papo com o público. A ideia era aproximá-lo de sua trajetória e das motivações criativas que levaram o artista a produzir trabalhos que vão desde a fotografia clássica até a narrativa fragmentada em vídeo, como os que foram apresentados na edição de 2011 do projeto.

PREMIADOS E SELECIONADOS

A comissão analisou 287 obras e premiou os trabalhos de Silas José de Paula (CE), Leonardo Sette (PE) e Roberta Carvalho (PA).

Silas foi o vencedor na categoria “Crônicas Urbanas” com a série “Gente no Centro” na qual suas imagens quadradas registram um pouco da agitação urbana e de suas pessoas. Onde muitos enxergam caos e desordem, Silas viu o multicolorido das barracas e daquelas figuras humanas sem rosto que se misturam apressadas à paisagem da cidade.

Já Leonardo Sette, vencedor na categoria “Diário Contemporâneo” com sua instalação “As Luzes Inimigas”, apresentou sua técnica impecável alinhada com uma narrativa multimídia. As fotografias em preto e branco registram de um jeito documental clássico protestos de cunho político ocorridos na França. Já o vídeo com imagens registradas em um trem mostra seus passageiros transportados com pressa até seu destino, ao mesmo tempo em que leem com tranquilidade o jornal. Agitação e naturalidade na Cidade-Luz sob o olhar crítico do artista.

Sarkozy-Le Pen, Paris, 2007. Foto: Leonardo Sette

No Diário Contemporâneo a fotografia é o ponto de partida para as reflexões e isso pôde ser confirmado com a premiação de Roberta Carvalho na categoria “Diário do Pará” com o trabalho “Symbiosis”. Nele as árvores interagem com a cidade, pulsam e olham aqueles que passam pela rua. Projetadas nas copas das arvores, as imagens de rostos humanos tornam mais efetiva a relação entre homem e natureza. Experimentação e expressividade que falam daquilo que é orgânico e que liga todos os seres vivos.

Além disso, foram selecionados os trabalhos de 18 artistas, são eles Anita Lima (SP), Carlos Dadoorian (RJ), Coletivo Cia De Foto (SP), Everaldo Nascimento (PA), Fabio Okamoto (SP), Felipe Baenninger (SP), Fernanda Antoun (RJ), Fernanda Grigolin (PR), Francilins (MG), Haroldo Saboia (CE), Ionaldo Rodrigues (PA), José Diniz (RJ), Keyla Sobral (PA), Marina Borck (BA), Pedro David (MG), Péricles Mendes (BA), Ricardo Macêdo (PA) e Viviane Gueller (RS).

FOTOJORNALISMO NO MUSEU

Dentre as novidades da segunda edição estava “Diários da Cidade”, uma mostra especial com trabalhos de 18 fotógrafos do Jornal Diário do Pará. Adauto Rodrigues, Alex Ribeiro, Amaury Silveira, Anderson Coelho, Antônio Melo, Celso Rodrigues, Cezar Magalhães, Everaldo Nascimento, Keylon Feio, Marcelo Lelis, Marcos Santos, Mário Quadros, Mauro Ângelo, Ney Marcondes, Rogério Uchôa, Tarso Sarraf, Thiago Araújo e Wagner Almeida integraram a coletiva. A curadoria desta mostra foi de Mariano Klautau Filho, Alberto Bitar e Octávio Cardoso.

Os fotojornalistas são profissionais que vivenciam diretamente a dinâmica das cidades. Os trabalhos dos fotógrafos do Jornal Diário do Pará saíram, então, do acervo do jornal para as paredes do museu. Além disso, um bate-papo foi realizado com os fotojornalistas e o público. O encontro também contou com a presença de Octávio Cardoso, editor de fotografia do Diário do Pará e a mediação da jornalista Dominik Giusti.

AÇÕES

Além da ação formativa com Alexandre Sequeira, foram oferecidas mais duas oficinas. “Processos da Cianotipia”, com Eduardo Kalif, deu a oportunidade dos participantes se debruçarem sobre um dos primeiros processos de impressão fotográfica em papel.

Já em “Fotografia Documental”, Guy Veloso usou a sua pesquisa para o projeto “Penitentes” como ponto de partida para compartilhar com os participantes como elaborar um projeto de pesquisa e realização de um ensaio documental. Planejamento, mapeamento, técnicas de abordagem, exibição, redes de contatos e informações foram alguns dos temas abordados.

Ernani Chaves realizou o bate-papo “Fotografia, cidade e o retorno do flâneur”, no qual, a partir de Walter Benjamin e Franz Hessel, mostrou a possibilidade do flâneur na fotografia, esta como uma leitura da cidade e o fotografo como um narrador. O encontro teve a mediação de Ionaldo Rodrigues.

E Mariano Klautau Filho, curador do projeto, na palestra “Mutações do Fotográfico” analisou ideias como deslocamento, poética, narrativa e ação nas temáticas e trabalhos das duas edições então realizadas do Diário Contemporâneo.

O PROJETO

O Diário Contemporâneo contribuiu para a descentralização das questões sobre arte no país, pois há uma década vem lançando proposições e chamando os artistas para o debate, consolidando o Pará como um espaço de criação e reflexão em artes.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale.

INSCRIÇÕES ABERTAS

Em 2019 o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia comemora 10 anos de atuação. As inscrições da edição especial de aniversário já estão abertas e seguem até dia 13 de junho sendo realizadas somente pelo site www.diariocontemporaneo.com.br

RETROSPECTIVA – 2010: O nascimento do Diário Contemporâneo

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No ano de 2010 Belém conheceu o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, projeto abrigado no Museu da UFPA e que nascia com o objetivo de trazer reflexões culturais, sociais, estéticas e politicas através da imagem fotográfica. A fotografia paraense já havia alcançado, décadas antes, um reconhecimento nacional, mas ainda não existia um projeto permanente para esta linguagem artística que continuamente estivesse formando, apresentando e analisando a arte contemporânea com um olhar mais descentralizado.

Seleção de trabalhos 2010. Foto: Irene Almeida

TEMÁTICA

O tema Brasil Brasis cabia muito bem à ideia de se pensar as múltiplas faces do país. Não há uma identidade e sim, várias. Uma cultura móvel que se monta, desmonta e se remonta de maneira dinâmica e imprevisível. O Diário Contemporâneo convidou os artistas a pensarem esses Brasis e compartilharem através das imagens suas ideias, questionamentos e ações sobre este país tão curioso. Ao mesmo tempo que já nasceu abrangente; pois mesmo sendo um prêmio de fotografia o projeto aceita propostas em vídeo, instalações, projeções e trabalhos que misturam suportes; o Prêmio, ao olhar o país em sua pluralidade de significados, apresentou a experiência intima do que é o Brasil.

COMISSÃO DE SELEÇÃO

O júri da edição de estreia foi formado por Cláudia Leão, fotógrafa, pesquisadora, professora em Artes e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP; Eder Chiodetto, mestre em Comunicação e Artes pela USP, jornalista, autor, fotógrafo e curador independente especializado em fotografia; além de Mariano Klautau Filho, curador geral do projeto, fotógrafo, pesquisador, professor da UNAMA e, recentemente, doutor em Artes Visuais pela ECA/USP.

O trio premiou entre 282 inscritos os trabalhos de Octávio Cardoso (PA), Paulo Wagner (PA) e Coletivo Parêntesis (SP), além de selecionarem 22 outros artistas. O número de trabalhos submetidos ao edital já mostrava que o projeto tinha sido acolhido pela comunidade artística e estava com sua história apenas começando.

Cada um ainda teve a oportunidade de conversar com o público durante a programação do projeto. A palestras “Fotojornalismo Contemporâneo – Crise e Reinvenção”, com Eder Chiodetto; “Das Imagens e dos Esquecimentos”, com Cláudia Leão e “Territórios da Fotografia Contemporânea”, com Mariano Klautau Filho foram algumas das ações realizadas na 1ª edição.

ARTISTAS CONVIDADOS

Além de integrante do júri, Cláudia Leão também apresentou suas obras como artista convidada ao lado de Dirceu Maués. O artista, que recentemente conquistou seu doutorando em Artes na UFMG, é mestre em Artes Visuais pela Universidade de Brasília e desenvolve trabalho autoral nas áreas da fotografia, cinema e vídeo, tendo como base de pesquisa a desconstrução do dispositivo fotográfico. Ele apresentou os vídeos “Um Lugar Qualquer – Praia do Outeiro” e “Somewhere Alexanderplatz – Berlim”. Dirceu também teve a oportunidade de falar sobre o seu processo e pesquisa durante a palestra “De Outeiro a Berlim”, além de realizar a oficina “Fotografia para brincar de fotografia”.

Já Cláudia é uma das fundadoras do Caixa de Pandora, grupo com trabalhos de registro do patrimônio histórico de Belém e investigações semióticas. A artista apresentou trabalhos que misturavam retratos e fotografias de família através imagens presas em janelas e vidros. São obras construídas por meio da manipulação em laboratório fotográfico de memórias revisitadas em suportes como espelhos oxidados e vidros pontilhados.

Sem título, da série Lugares Imaginários, de Octavio Cardoso

PREMIADOS E SELECIONADOS

Os premiados na edição de estreia foram o Coletivo Parênteses (SP) que levou o Prêmio Diário Contemporâneo; Paulo Wagner (PA), vencedor do Prêmio Diário do Pará; e Octávio Cardoso (PA) que venceu o Prêmio Brasil Brasis.

O Coletivo Parênteses foi constituído por Paloma Klein, Rodrigo Antonio e Vicente Martos com o objetivo de trabalhar questões da atualidade através de múltiplas plataformas. As imagens de “Confluências”, série vencedora, apresentavam o espaço intimo doméstico com um item sempre ao centro, a televisão. Emoldurada por objetos afetivos e pela vida cotidiana, a tela apresenta diariamente a todos nós os outros Brasis.

“Preto Olympia”, “Azul Praça”, “Verde Barraca”, “Azul Amazônia”, “Cinza Avenida”. Os títulos dos trabalhos premiados de Paulo Wagner já denotam a sua relação anterior com a pintura. Imagens de cenários urbanos desfocadas e intervistas com formas geométricas apresentaram a cidade como uma paleta de cores.

A cor também foi destaque em na premiada série “Lugares Imaginários”, de Octávio Cardoso. O azul das imagens é hipnotizante e trouxe a sensação de sonho atrelado à memória. O fotojornalista usou o azul quase infinito para dar um tom mais subjetivo e menos documental às imagens que trazem um pouco da relação com as águas da Amazônia.

Além dos premiados e artistas convidados foram exibidos trabalhos de mais outros 18 artistas selecionados: Grupo UMCERTOOLHAR (SP), Flávio Damm (RS), Kenji Arimura (SP), Eurico Alencar (MA), Yukie Hori (SP), Pedro Motta (MG), Flavya Mutran (PA), José Diniz (RJ), Rodrigo Torres (RJ), Celso Oliveira (RJ), João Menna Barreto (RS), Haroldo Sabóia (CE), Felipe Pereira Barros (AL), Eliezer Carvalho (PA), Alberto Bitar (PA), Mateus Sá (PE), Sofia Dellatorre Borges (SP), Carlos Dadoorian (RJ).

A edição de estreia também concedeu menções honrosas à Walda Marques (PA), Gina Dinucci (SP), Felipe Pamplona (PA) e Flávio Araújo (PA).

Reflexões II, de Mateus Sá, selecionado em 2010

 AÇÕES

A programação do projeto contou ainda com a palestra “O mundo como fisionomia. Retrato ou paisagem?”, de Patrick Pardini que apresentou as diversas fisionomias (urbanas, arquitetônicas, minerais, animais, vegetais) obtidas através do formato do retrato, indicando uma relação muito mais intima com o que foi fotografado, mesmo que não seja a figura humana.

Miguel Chikaoka ministrou a oficina “De olhos vendados” com uma reflexão sobre a materialidade e o simbolismo da luz no fazer fotográfico. Miguel voltou à luz, gênese da fotografia, e convidou os participantes a desviciarem um pouco o olhar para além do visível, imediato e superficial.

Outro destaque da programação foi a oficina “Margem da Cor”, ministrada por Luiz Braga, com atividades e debates centrados na fotografia em cor como forma de expressão artística. O trabalho de Luiz tem o uso da cor como parte essencial da sua mensagem e o artista apresentou diversos efeitos que se obtém através do conhecimento da luz, suas diferentes fontes e intensidades.

O PROJETO

O Diário Contemporâneo contribuiu para a descentralização das questões sobre arte no país, pois há uma década vem lançando proposições e chamando os artistas para o debate, consolidando o Pará como um espaço de criação e reflexão em artes.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale.

INSCRIÇÕES ABERTAS

Em 2019 o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia comemora 10 anos de atuação. As inscrições da edição especial de aniversário já estão abertas e seguem até dia 13 de junho sendo realizadas somente pelo site www.diariocontemporaneo.com.br

Sábado de intensa programação em “Poéticas, fotografia e museus”

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Por: Debb Cabral

O sábado (11) foi marcado por uma intensa agenda de encontros promovidos por “Poéticas, fotografia e museus”, do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. O Espaço Cultural Casa das Onze Janelas recebeu a programação.

A manhã começou com o encontro com Miguel Chikaoka, Pedro Cunha, Octávio Cardoso e Walda Marques para falarem sobre suas obras que integram a Coleção de Fotografias do projeto e suas trajetórias artísticas.

Miguel Chikaoka trabalha a fotografia através do seu percurso, do seu processo. “Eu percebo que o trabalho do Miguel nunca termina, ele está sempre emendando um com outro e dentro do percurso contemporâneo, o trabalho dele é o processo”, comentou a curadora Marisa Mokarzel.

Walda Marques lembrou o tempo em que ela e Octavio Cardoso eram parceiros de estúdio. “Ali também era um laboratório para a gente, foi um aprendizado de tudo”, contou. Luz, maquiagem, figurino, uma espécie de teatro de brincadeira. O lúdico era constante. Já Octávio comentou a série “Lugares imaginários”, que foi premiada na 1ª edição do projeto e integra a Coleção. “Eu preciso de algumas provocações”, explicou ao falar das imagens que remetem a um lado onírico da Amazônia com suas paisagens azuis.

Pedro Cunha falou sobre o seu processo e a sua fotografia de viagem. “Eu foco em paisagens urbanas que passariam despercebidas e a cidade é, para mim, um cenário maravilhoso”, comentou. As fotografias da série “…continua na minha memória” são brancas e suas cores bem suaves criam narrativas para os personagens urbanos.

AS ONZE JANELAS

Mariza Mokarzel e Rosangela Britto se reuniram com o público para falar sobre o momento inaugural do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. Elas contaram que a ideia era dar uma finalidade museológica reorganizando-o para que Belém pudesse expor obras de arte e históricas. Isso deu certo, e hoje a Casa é reconhecida nacional e internacionalmente como o museu de arte contemporânea de Belém.

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Fotos: Irene Almeida

A mostra inaugural “Traços e Transições” foi além da exposição da Coleção Funarte, ela se relacionou com a produção local. “Nós queríamos que houvesse uma espécie de diálogo e que não ficasse limitada às salas expositivas, dialogando com a cidade e com o público no espaço aberto”, lembrou Mariza.

O museu está localizado bem no Centro Histórico de Belém, ele tem seu próprio discurso mas dialoga com os outros espaços e ainda com o patrimônio ambiental.

Elas também falaram sobre a criação do Sistema Integrado de Museus – SIM com sua diretoria e divisões. “O SIM visa estimular a articulação entre os museus do estado através de um eixo de sentido patrimonial e que relaciona a herança cultural com a produção contemporânea”, disse Rosangela.

Fotografia Contemporânea Paraense – Panorama 80/90 foi um projeto que veio em seguida e só fez fortalecer os objetivos em relação ao espaço. Já quando questionada sobre a retirada do museu da Casa, Rosangela respondeu, “alterar um equipamento museológico gera uma perda de sentido do eixo patrimonial que foi criado”.

LANÇAMENTO

Sávio Stoco falou sobre a publicação “Fotografia Contemporânea Amazônica – Seminário 3×3”, premiada na 11ª edição do Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais, que ele veio lançar em Belém.

O deslocamento de artistas entre as cidades de Belém, Manaus e Boa Vista é o grande destaque do projeto. “Esses cenários têm dinâmicas particulares e nós queríamos aproveitar isso”, contou.

É o retrato de que estados vizinhos muitas vezes se isolam. “Pela primeira vez eu vi um projeto de arte que estava propondo o encontro entre três cidades da Amazônia. Isso nos reaproximou e nos fortaleceu”, observou Mariano Klautau Filho que integra o livro com um relato sobre o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.

O projeto adentrou nas particularidades de cada local e viu o que poderia ser compartilhado, desde apresentações de processos pessoais até projetos como foi o caso do Diário Contemporâneo.

O lançamento contou com a distribuição gratuita do livro entre o público presente.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional da Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, Sol Informática e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA).

Bate-papo “Diários da Cidade” será nesta quinta

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> Imagem do fotógrafo Mauro Ângelo, que integra a mostra “Diários da Cidade”

Os fotógrafos que participam da mostra “Diários da Cidade” são convidados a um debate com o público sobre a sua condição de cronistas visuais e as possíveis mudanças existentes na transposição de suas imagens para o espaço da galeria. O bate-papo homônimo, que contará com a participação do fotógrafo Octávio Cardoso, editor de fotografia do Diário do Pará, com mediação da jornalista Dominik Giusti, acontece na próxima quinta-feira (31), às 19h, na Sala Gratuliano Bibas, no Museu Casa das Onze Janelas.

Ao transpor o trabalho das páginas de um jornal para uma galeria de arte, certas intenções e práticas mais factuais abrem espaço para uma leitura mais plástica da ação de registro, livre das legendas e das informações objetivas. Sem perder o embalo do calor das ruas podemos observar, em um tempo mais longo, o trabalho destes fotógrafos e perceber outros tempos superpostos em suas imagens.

PARTICIPE

Bate-papo “Diários da Cidade”, com Octávio Cardoso e fotógrafos do Diário do Pará. Nesta quinta-feira (31), na Sala Gratuliano Bibas, no Museu Casa das Onze Janelas. Informações: 3224-0871 / 3242–8340 / contato@diariocontemporaneo.com.br