Diário Contemporâneo abre exposições em novo ciclo do projeto

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A 11ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia está pronta para receber o público a partir desta quarta-feira (21), no Museu do Estado do Pará. O visitante poderá conferir de perto a mostra coletiva Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos, com curadoria convidada de Rosely Nakagawa, e O Lago do Esquecimento, individual de Paula Sampaio, com curadoria de Mariano Klautau Filho. O agendamento é feito pelo site do projeto: www.diariocontemporaneo.com.br. Ontem (20), alguns dos artistas participantes desta edição e os realizadores se encontraram para uma abertura reservada. 

Rosely Nakagawa, Mariano Klautau Filho, Camilo Centeno, Armando Sobral e Nilton Lobato na abertura da 11ª edição. Foto: Irene Almeida

Insistir e não desistir. Na ocasião, Mariano Klautau Filho, curador geral do projeto, ressaltou a importância das exposições estarem acontecendo, mesmo com todas as dificuldades impostas pelo ano de 2020. “Eu acredito que esta 11ª edição só está acontecendo hoje devido ao Camilo Centeno, ele não desistiu e batalhou para que ela se realizasse ainda este ano. Hoje iniciamos o que eu chamo de a ‘segunda década do projeto’, onde estamos experimentando algumas novidades para que nós tenhamos um fôlego mais interessante. Pela primeira vez, nós temos uma curadora convidada para trabalhar o tema na mostra principal, a Rosely Nakagawa, uma pessoa que já colabora há muitos anos com a produção do Pará. Eu a escolhi para inaugurar essa curadoria e, a partir daqui, vamos imprimir no projeto uma série de discussões sobre curadoria compartilhada”, disse.

Karina Motoda, Henrique Montagne, Zé Barretta, Melvin Quaresma, Suely Nascimento e Anna Ortega são alguns dos artistas desta edição. Foto: Irene Almeida

Rosely coordenou o júri que fez a seleção dos trabalhos da mostra coletiva e, a partir do tema proposto para 2020, fez a curadoria das obras. Ela contou com a assistência e o projeto expográfico de Flávio Franzosi e com o desenho de luz de Lucia Chedieck. “Eu queria ressaltar algumas coisas, a primeira é a importância do Prêmio, que não é apenas um prêmio que seleciona os melhores trabalhos, mas ele tem a preocupação com a formação. Assim, o Prêmio da forma como ele se estrutura, não me surpreende que seja estabelecida, então, como a primeira ação realizada neste período desastroso que estamos vivendo. Nós estamos vivendo um período convalescente e se não fossem ações como a nossa, eu penso que a cultura não sobreviveria, já que ela está sendo constantemente ameaçada. A ação de abrir uma exposição dessa envergadura neste momento é da maior importância, é para ajudar que a nossa convalescença seja mais rápida e mais saudável”, refletiu.

Mariano Klautau Filho e Paula Sampaio apresentam ao grupo a mostra O Lago do Esquecimento. Foto: Irene Almeida

Camilo Centeno, diretor geral do Grupo RBA, ressaltou que o Diário Contemporâneo é um projeto que se desdobra pelo ano todo, não somente na época das exposições e que, com a pandemia, todo o planejamento feito para esta edição teve que ser reestruturado. Assim, soluções foram estudadas para realizar o Prêmio com segurança e qualidade. “Tivemos que repensar tudo, tudo foi diferente este ano. É a 11ª edição e, como o Mariano disse, este é o primeiro ano de uma nova década. Foram muitas reuniões, planejamentos e eu acredito que a cultura paraense e a arte da fotografia mereciam este esforço todo. Assim, foi algo totalmente novo e pela primeira vez nós estamos inaugurando a visitação virtual, nós vamos permitir que as pessoas, de onde elas estejam, acompanhem tudo o que foi montado aqui. Isso é maravilhoso e é um legado que este momento vai nos deixar”, finalizou.

Mariano Klautau Filho e Paula Sampaio observam a publicação da artista que saiu encartada no Jornal Diário do Pará. Foto: Irene Almeida

Mariano e Rosely fizeram pequenas visitas guiadas pelas exposições nas quais são curadores. Paula Sampaio, que teve uma publicação especial sobre o seu trabalho encartada no Jornal Diário do Pará, também conversou sobre suas obras com os presentes e Rosely ainda aproveitou para conversar com os mediadores do projeto.

Dairi Paixão e Flávio Franzosi acompanhados dos mediadores culturais desta edição. Foto: Irene Almeida

VISITAÇÃO

Até 20 de dezembro de 2020.

📌Terça a sexta: 10 às 16h

📌 Sábado e domingo: 09 às 14h

🗓 AGENDAMENTO

É necessário o agendamento prévio da visitação no site: www.diariocontemporaneo.com.br

😷 VISITA SEGURA

Para visitar as exposições com maior segurança, o visitante deverá cumprir com os procedimentos de prevenção ao contágio do novo coronavírus.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática e patrocínio da Alubar. Informações: (91) 98367-2468 e educativopremiodiario@gmail.com.

11º Diário Contemporâneo está com agendamento de visitas aberto

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A 11ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia traz diversas novidades ao público. Seja pelas soluções encontradas para a sua realização diante do atual contexto, seja pelos trabalhos que serão apresentados e/ou pelo recorte escolhido, 2020 ficará marcado na memória do projeto. O público poderá conferir de perto as mostras Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos e O Lago do Esquecimento a partir das 10h desta quarta-feira (21), no Museu do Estado do Pará. Como medida de prevenção e segurança, as visitas devem ser agendadas com antecedência no site www.diariocontemporaneo.com.br. A visitação seguirá aberta até 20 de dezembro, de terça a sexta, das 10 às 16h, sábado e domingo, das 09 às 14h.

A temática desta edição partiu do livro de Rubem Fonseca que dá nome a exposição coletiva. Rubem faleceu neste mesmo ano de 2020, enquanto o Brasil estava começando a vivenciar a intensidade do que é a pandemia do Coronavírus. Assim como o resto do mundo, o Diário Contemporâneo também foi impactado pelo que vem acontecendo. O calendário do projeto mudou, a realização da mostra foi transferida para este segundo semestre, a seleção dos trabalhos foi feita online e a formação dos mediadores culturais que irão atuar no museu também. Uma comissão cientifica foi formada e, de forma virtual, está estruturando a programação desta 11ª edição. “Apesar de toda a contracorrente que o ano de 2020 está nos impondo, creio que estamos reagindo bem em não só decidir produzir a 11ª edição, mas produzi-la com as transformações e experiências necessárias ao novo ciclo que o projeto inaugura, sua segunda década. Pela primeira vez iniciamos a experiência da curadoria convidada, Rosely Nakagawa, para a grande mostra e também instituímos um comitê científico para pensar a programação de encontros e palestras constituído por Heldilene Reale, Ceci Bandeira e Savio Stoco, convidados pela curadoria”, afirma o curador geral, Mariano Klautau Filho.

Currais das Almas, de Beto Skeff, selecionado em 2020.

As novas tecnologias foram incorporadas ao processo para que o projeto não deixasse de ocorrer. Com todo isso, até a primeira curadora convidada, Rosely Nakagawa, vem atuando a distância. Os encontros virtuais com a produção e a curadoria do projeto seguem ocorrendo. De São Paulo, Rosely preparou a expografia desta edição, tendo ao seu favor o fato de que é profunda conhecedora da fotografia paraense e dos espaços museais de Belém.

Virtualmente, as salas do Museu do Estado do Pará foram reproduzidas e até a iluminação já veio estudada. Blocos de concreto e ripas de madeira invadiram o museu e o que o público irá ver a partir do dia 21 será uma montagem distinta do tratamento tradicional que normalmente é dado ao MEP, propondo o museu como um espaço mais cênico em que a iluminação, a cargo de Lúcia Chediek, dialoga mais diretamente com as obras. A estética se aliou a necessidade de encontrar soluções para realizar a exposição de maneira adequada diante da atual realidade. “A minha preocupação foi a de colocar os trabalhos na exposição de um jeito que a pessoa que visita se sinta acolhida, se sinta bem-vinda”, disse Rosely.

A mostra Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos exibirá os trabalhos de Alline Nakamura (SP), Andreev Veiga (PA), Arthur Seabra (PA), Beto Skeff (CE), Cecília Urioste (PE), Élcio Miazaki (SP), Fernando Jorge (CE), Hans Georg (RJ), Henrique Montagne (PA), Iezu Kaeru (PE), José Diniz (RJ), Karina Motoda (SP), Lara Ovídio (RJ), Melvin Quaresma (PA), Miriam Chiara (MG), Tetsuya Maruyama (RJ), Vanessa Ramos Carvalho (BA) e Sérgio Carvalho (PI) e Zé Barretta (SP).

Anna Ortega (RS), premiada com a Residência Artística Belém, e Suely Nascimento (PA), premiada com a Residência Artística Recife, também participarão da mostra. As duas embarcam para as suas residências no início de 2021, assim como o grupo formado por Janaina Miranda (DF), Ícaro Moreno Ramos (MG) e Gabriela Sá (RN), Jessica Lemos (BA), Giovanna Picanço Consentini (PA) e Marcílio Caldas Costa (PA), vencedores da Residência Farol, que irão para a residência coletiva na Ilha de Mosqueiro sob a coordenação de Lívia Aquino.

O Lago do Esquecimento, de Paula Sampaio, artista convidada nesta edição.

ARTISTA CONVIDADA

A fotógrafa Paula Sampaio é a artista convidada desta edição. Seu trabalho tem forte cunho documental e se debruça sobre temas como ocupação, memória, migração e colonização na região amazônica.

Em 2013, ela lançou o livro O Lago do Esquecimento, fruto de sua pesquisa sobre o impacto do represamento das águas do rio Tocantins para a quarta maior hidrelétrica do mundo: Tucuruí.

Na paisagem transformada pela inundação, Paula encontrou restos de árvores, animais e de histórias afogadas nesse lago de esquecimentos. Também encontrou as pessoas que vivem em torno das águas represadas, antigos moradores que viram a sua vida transformada pela força das águas e da ação humana.

O Lago do Esquecimento nunca havia sido apresentado no formato de uma exposição individual e este foi o recorte escolhido por Mariano Klautau Filho na curadoria desta mostra. “Estou muito contente em poder contar com o trabalho da Paula Sampaio como convidada desta edição, uma artista cuja obra já acompanho desde o final dos anos 1980 e que venho estudando, mais especialmente desde o início dos anos 2000. E creio que a série O Lago do Esquecimento é um trabalho inquietante e bastante atual porque trata do desprezo pela natureza e pelas comunidades que vivem na Amazônia, além de nos provocar um impacto visual que está relacionado diretamente ao aspecto trágico do tema”, finalizou o curador da exposição.

>>> BAIXE AQUI O ENCARTE ESPECIAL DE PAULA SAMPAIO

SERVIÇO: 11º Diário Contemporâneo abre agendamento de visitas. Local: Museu do Estado do Pará. O agendamento de visitas é feito pelo site www.diariocontemporaneo.com.br. A visitação seguirá aberta até 20 de dezembro, de terça a sexta, das 10 às 16h, sábado e domingo, das 09 às 14h. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática e patrocínio da Alubar. Informações: (91) 98367-2468 e educativopremiodiario@gmail.com.

Ação educativa realiza ciclo de encontros

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A edição de 2020 do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia vem fazendo uso das tecnologias digitais para seguir com suas atividades de maneira segura dentro do atual contexto.

A inscrição dos trabalhos e a seleção deles foi feita de maneira digital. Com os dossiês escolhidos pelo júri, a coordenadora da ação educativa, Dairi Paixão, realizou um ciclo de encontros virtuais com os artistas. Tudo isso para conhecer melhor os trabalhos e as inquietações daqueles que os produziram. As conversas serviram de base para a composição das propostas educativas desta edição.

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Confira a entrevista:

Como que funcionaram esses encontros?

Foi um trabalho de escuta e reflexão para acessar novas informações e pensar como o educativo pode cada vez mais democratizar conhecimentos da arte para o público, tendo em vista a fala dos artistas como mais uma referência para o diálogo no espaço expositivo.

A conversa começou com Irene Almeida, da produção do Diário Contemporâneo, no diálogo sobre a ideias para o educativo deste ano, ela também acompanhou todos os encontros. Na sequência, conversei com Mariano Klautau Filho, curador geral do projeto, sobre o tema e as provocações do título da obra de Rubem Fonseca.

Segui também no diálogo com a curadora convidada da mostra, Rosely Nakagawa, para ouvir e compreender melhor o processo de seleção, a leitura das obras com o contexto que estamos vivenciando hoje, a conexão entre as obras selecionadas e a disposição das obras no espaço expositivo.

Depois do encontro com a Rosely, pensamos de promover esse ciclo de encontros com os artistas da mostra, a partir da localização dos artistas por sala. O ciclo de encontros durou uma semana onde, na prática, fomos adequando também com a disponibilidade de cada um. Mesmo assim, conseguimos promover encontros lindos, ricos de aprendizados, trocas e de fortalecimento com a arte.

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Como que foi essa troca?

Tivemos sete encontros de uma escuta muito preciosa para esses tempos que estamos vivendo. Cada um na sua casa e, mesmo distantes em diversos pontos do Brasil, nos conectamos por algumas horas. Nos encontramos e trocamos experiências e reflexões sobre as obras, a relação delas com os artistas das salas e o contexto contemporâneo do fazer de cada artista.

Foi possível conhecer um pouco do processo criativo de cada um e quais as sensações e significados que o trabalho tem na vida deles. Sinto que acessamos camadas mais profundas no conhecimento das obras, o que contribui na metodologia de como apresentar as obras para os mediadores durante o minicurso de formação.

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Qual a importância dessa aproximação, ainda que virtual?

Foi importante principalmente conhecer o processo criativo dos artistas. Por exemplo, ouvir do artista e arte-educador Iezu Kaeru (PE), sobre o projeto Kawa, qual o sentir dele com o rio, quais as cidades em que ele fez as fotos e como é o uso dele da fotografia digital e analógica. No bate-papo fizemos uma conexão de que o trabalho dele traz uma poética das águas. A conversa seguiu nas conexões que esse trabalho tem com o nosso território de Belém.

Para mim, tem sido um exercício pensar como construímos esse processo educativo e, principalmente, da mediação nesse território de Belém, na Amazônia.

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A conversa seguiu com o trabalho da artista Suely Nascimento (PA) e como nos conectamos com “A Casa de Marlene”. Quando Suely abre sua casa para que possamos sentir seu lar, também abrimos nossa casa interna e revivemos nossas memórias acompanhadas de um cafezinho da tarde.

Entendo também que a conversa entre os artistas se constitui numa potência educativa, de aprender com esse olhar do outro e que conta com muito afeto das subjetividades que constituem as obras. As conexões são múltiplas e a subjetividade de cada pessoa constrói novos signos.

No segundo dia, conhecemos os artistas Vanessa Ramos Carvalho (CE), Sérgio Carvalho (PI) e Beto Skeff (CE). Nesse encontro foi possível ouvir o afeto que Sérgio tem pela cidade de Barra Grande, no Piauí, e como o exercício da fotografia na obra “Um lugar lindo de morrer” atravessou um momento difícil de perda na vida do artista.

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Temas contemporâneos que muitas vezes nos sufocam nas notícias do dia a dia, como a morte, podem se tornar mais leves de lidar quando temos a arte mediando essa compreensão de sentimentos. O trabalho de Vanessa e Sérgio nos atravessou dessa forma.

Assim como no diálogo com Beto Skeff em que conhecemos a história dos campos de concentração no Ceará, além de quais as coincidências que ele percebe no fato de ter nascido numa cidade próxima a esses espaços.

No trabalho “Currais da Alma”, uma história que poderia se perder no esquecimento nos traz reflexões profundas sobre quantas histórias de opressões são apagadas no país e quais são ouvidas, debatidas, lembradas, além de como os relatos visuais são importantes para essa tomada de consciência da nossa história.

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Do mesmo modo, somos tocados pelo trabalho de Arthur Seabra (PA). No jogo de luz e sombra, que reflete um sentido espiritual diante das imagens de um ritual de Candomblé à luz de candeeiros, as fotografias nos levam para um tempo outro. Arthur compartilha dos significados da luz dourada referindo-se a realeza africana com muita beleza, cuidado e respeito. Ele nos aproxima da ritualidade sagrada de uma cerimônia de Candomblé.

Conhecemos mais sobre a paixão de José Diniz (RJ) por submarinos. Ele nos contou de seu fascínio desde a infância e sobre as diferentes experiências que viveu durante a pesquisa e criação das imagens do trabalho “O céu vem abaixo”.

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Como isso será refletido na ação educativa com os mediadores?

Cada encontro trouxe uma riqueza de detalhes do processo criativo, das obras, das escolhas e seleções de narrativa para a inscrição que nos aproximaram e nos trouxeram muitas compreensões, diálogos e debates sobre os trabalhos. Essa escuta fortalece a construção metodológica de apresentação dos trabalhos artísticos durante o curso de formação para mediadores e na construção do material didático presente no tabloide desta edição.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática e patrocínio da Alubar.

As possibilidades do livro em oficina com José Diniz

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Com informações de Andressa Munhoz

 

Selecionado nesta 10ª edição, o fotógrafo José Diniz ministrou a oficina Experiência: [foto] livro de artista, no Museu da UFPA.

O carioca compartilhou com a turma um pouco sobre suas produções de fotolivros. Seu processo de pesquisa envolve recortes de memórias familiares com momentos de passeios de canoa com o pai e momentos aonde este mesmo cenário, também servia como inspiração para as pinturas que o pai do artista produzia.

O avô paterno do fotógrafo o presenteou com uma pequena câmera e José passou a produzir experimentações na fotografia que incluíam a criação de narrativas  visuais com miniaturas de aviões, submarinos e navios de guerra, temas que até os dias atuais também estão presentes em seu trabalho.

Em termos técnicos, José Diniz aponta que a criação de um livro é como um processo vivo, constante e, até mesmo, diário. Envolve muita pesquisa e muita experimentação, é um processo de aprendizado. Fazer livro é aprender. “Muitas pessoas colocam o livro como uma tarefa. Para mim, não é isso. Para mim, ele é uma experimentação”, disse.

A LIBERDADE DO FAZER

Ele também comentou sobre como as pessoas, às vezes, se prendem ao significado da palavra “livro” e que isso, em determinadas situações, pode se tornar um empecilho para a criatividade. É limitante pensar em uma produção padrão quando, na idealização de fotolivro ou livro de artista, várias possibilidades são possíveis: a forma de encadernação, a organização das imagens, os papeis e texturas usados na impressão, entre outros detalhes.

Pontos para se pensar no processo de formação de um livro de artista:

  • Objeto, tirar partido da mecânica do livro
  • Bidimensionalidade x Tridimensionalidade
  • Cinética, Movimento
  • Agregar materialidade
  • Desafiar leis
  • Alma do artista

PROCESSO E IDENTIDADE

Os fotolivros e livros de artistas produzidos por José Diniz variam entre edições de tiragem única e várias cópias, edições em miniatura e tamanhos ampliados, livros em caixas ou livros em edições de brochura.

Dentro desses materiais, ele varia imagens feitas por diversos tipos de equipamentos, recortes de notas de jornais, cenas retiradas de filmes e imagens de miniaturas de aviões ou barcos em cenários que confundem o leitor em um primeiro olhar. Toda essa forma de organização se dá como uma forma de criar uma narrativa que transita entre memória, realidade e fantasia, os mesmos temas parecem se repetir, mas sempre trazem um novo olhar.

Colocar “a alma do artista” no livro é o que José aponta como o fato de que, mesmo se tratando de um livro com várias tiragens, ele acaba sendo uma produção que visualmente não se assemelha com tantos outros livros impressos por grandes editoras. Isso faz com que cada livro seja diferente, carregando si uma identidade.

“Eu estou aqui para incentivar as pessoas a colocarem o livro como parte do seu processo de trabalho”, finalizou.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale.

Diário Contemporâneo realiza Conversa com José Diniz

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Foto: José Diniz

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia realiza nesta sexta-feira (13) uma Conversa com José Diniz, seguida do lançamento do livro “O Céu Vem Abaixo”. O encontro com o público será às 19h, no Museu do Estado do Pará, com entrada franca.

Lançado pela Fotô Editorial, o trabalho articula a linguagem fotográfica a outras narrativas com o intuito de conectar histórias da Segunda Guerra Mundial ao fascínio das lendas marítimas e submarinos.

No livro há um entrecruzamento de fotografias, esculturas, performance e desenhos que constroem uma trama de alta complexidade poética em torno das relações entre uma memória afetiva, documentos históricos e fabulação.

Há múltiplas grafias e imagens que se mesclam no intuito de recriar a atmosfera de uma época traumática da guerra. Por exemplo, desenhos infantis do próprio artista, ou ainda imagens de filmes capturadas na TV, documentos históricos, fac-símiles, mapas, além de fotografias diretas e manipuladas.

Em “O Céu Vem Abaixo”, segundo os editores, “o artista Diniz filia-se a uma linha contemporânea de fotógrafos-narradores que, por meio de uma esmerada experimentação da linguagem, alcançam o estatuto fotográfico de um chamado documental imaginário”.

A obra conta com a edição de Eder Chiodetto, Fabiana Bruno e Walter Costa. O design editorial é de Fabio Messias e a coordenação editorial de Elaine Pessoa. 

O ARTISTA

Nascido em Niterói, José Diniz atualmente mora no Rio de Janeiro. Fez pós-graduação em Fotografia na Universidade Cândido Mendes. Em 2012, foi contemplado pelo prêmio Funarte – Marc Ferrez de fotografia, com o projeto Maresia e a Menção Honrosa no Concurso Fotolivro Iberoamericano – RM Editor Barcelona. Expôs pelo Diário Contemporâneo em 2010, 2011, 2018 e, agora, em 2019.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo realiza Conversa com José Diniz. Data: 13 de setembro, às 19h. Local: Museu do Estado do Pará. Endereço: Praça D. Pedro II, s/n. – Cidade Velha. Entrada franca. Informações: Rua Gaspar Viana, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2400; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br

[INSCRIÇÕES ENCERRADAS] Inscrições abertas para oficina com José Diniz

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O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia abriu inscrições para a oficina “Experiência: [foto] livro de artista” que será ministrada pelo fotógrafo José Diniz, no período de 12 a 14 de setembro, das 09 às 12h, no Museu da UFPA. As inscrições são gratuitas e serão feitas somente pelo site www.diaricontemporaneo.com.br.

O livro é um espaço onde o artista tem a possibilidade de expressar suas ideias, experimentações, reflexões e formas visuais baseadas no contexto dos seus projetos.

Foto: José Diniz

Segundo José, a oficina “tem como objetivo demonstrar práticas e caminhos para a produção do livro de artista tendo como base a sua própria experiência. Durante o curso também serão apresentados alguns conceitos e experiências de alguns artistas mundo afora”.

Na ação formativa alunos terão a oportunidade de ouvir sobre vários projetos desenvolvidos pelo artista e as respectivas soluções tendo o livro como produto final.

José Diniz integra a mostra “Interseções, 2010/2019” com “Travessia”, trabalho fruto de uma visita à região em que Guimarães Rosa descreve a desafiadora e difícil travessia do Liso do Sussuarão no seu livro Grande Sertão: Veredas. Um espaço físico e simbólico da travessia da vida. O ensaio é parte do projeto Sertão Cerrado.

O ARTISTA

Nascido em Niterói, José Diniz atualmente mora no Rio de Janeiro. Fez pós-graduação em Fotografia na Universidade Cândido Mendes. Em 2012, foi contemplado pelo prêmio Funarte – Marc Ferrez de fotografia, com o projeto Maresia e a Menção Honrosa no Concurso Fotolivro Iberoamericano – RM Editor Barcelona. Expôs pelo Diário Contemporâneo em 2010, 2011, 2018 e, agora, em 2019.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo inscreve para oficina com José Diniz. As inscrições são feitas pelo site www.diariocontemporaneo.com.br. Vagas limitadas. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale. Informações: (91) 3184-9310; 98367-2400; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

Diário Contemporâneo abre exposições de 10 anos

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Exposição no MEP. Foto: João Paulo Guimarães

Nos últimos dias 06 e 07, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia inaugurou as mostras da sua edição comemorativa de 10 anos. As exposições estão abrigadas no Museu do Estado do Pará e Museu da UFPA e seguem com visitação aberta ao público até 29 de setembro.

No MEP, o curador do projeto, Mariano Klautau Filho, fez um paralelo com a primeira edição do projeto. “Em 2010, vivíamos o livre exercício de ideias, comportamento, emancipação da liberdade política e artística”. Democracia, multiplicidade e liberdade deram o tom do discurso que falava de Brasis, um país no plural. “Então, vamos continuar a fazer o que estamos fazendo, tentando sempre pela via da liberdade de expressão e do lugar da arte, expandir as pluralidades das ideias e fortalecer nossas instituições democráticas. O projeto Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia permanece como resistência no campo da arte e da educação na preservação das liberdades”.

Jader Filho, diretor presidente do Diário do Pará, agradeceu à fotografa Walda Marques pela motivação e incentivo para criar o Prêmio. “Eu queria dizer da nossa alegria de hoje estar aqui e ver que este prêmio que, lá atrás, era para reconhecer os fotógrafos paraenses tem, hoje, como a gente viu, mais de três mil inscrições nestes dez anos, de vários estados da federação. Então, já saiu há muito tempo só daqui. Nós tivemos a oportunidade de reconhecer que a nossa fotografia é tão importante para o Brasil, que os fotógrafos de outros estados vêm para cá para participar.

Na ocasião foram entregues os prêmios aos fotógrafos vencedores desta edição: Daniele Cavalcante (CE), Júlia Milward (RJ) e Rodrigo José (PA).

 

Jussara Derenji. Foto: Marcelle Maruska

No dia seguinte, no MUFPA, a diretora Jussara Derenji destacou a felicidade que era receber mais uma vez a exposição do Diário Contemporâneo, projeto que nasceu naquele espaço e que depois se expandiu para outros museus. “Para nós, é uma grande satisfação ter um prêmio deste porte abrigado no museu por tanto tempo. E saber que este prêmio se mantém com qualidade sempre aumentando. As doações são muito importantes para nós, para a constituição dos nossos acervos”. Ela ainda ressaltou ainda a importância das ações de formação de acervo, como a coleção constituída pelo projeto e que tem parte das obras sob guarda do MUFPA.  “A constituição da coleção do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é muito importante para nós. Esperamos que ela seja aumentada e que continue, pois é muito gratificante para nós termos esta qualidade de obras no nosso acervo”, finalizou.

NO MEP

A mostra exibe, além dos trabalhos premiados, os selecionados André Parente (PA), Bruno Zorzal (ES), Ceci Bandeira (PA), Claudia Tavares (RJ), Coletivo Amapoa (SP), Daniela de Moraes (RS), Felipe Fittipaldi (RJ), Francine Lasevitch (RS), Gui Christ (RJ), João Paulo Guimarães (PA), Márcio Vasconcelos (MA), Maria Baigur (BA), Maria Vaz (MG), Paulo Coqueiro (BA), Pedro David (MG), Priscilla Buhr (PE), Rodrigo Pinheiro e Ton Zaranza (RJ).

Os artistas Ana Mokarzel, Danielle Fonseca, Fernanda Grigolin, Flávio Araújo, José Diniz, Keyla Sobral, Letícia Lampert, Marise Maués, Mateus Sá, Paula Sampaio, Renan Teles, Tiago Coelho e Tuca Vieira também exibem seus trabalhos no espaço como convites da curadoria.

Foto: Priscilla Buhr

NO MUFPA

No ano em que comemora uma década de atuação, o Diário Contemporâneo traz para uma exposição todos que foram artistas que foram os convidados das edições anteriores.

Cláudia Leão, Dirceu Maués, Miguel Chikaoka, Luiz Braga, Walda Marques, Janduari Simões, Jorane Castro, Geraldo Ramos e Flavya Mutran retornam em uma coletiva que não se apresenta como retrospectiva, mas como uma outra leitura das suas visualidades.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale.

X Diário Contemporâneo inaugura exposições em agosto

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O mês de agosto inicia com a abertura da 10ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. O vernissage será no dia 06, às 19h, no Museu do Estado do Pará e no dia seguinte (07), às 19h, no Museu da UFPA, será aberta ao público a segunda parte das exposições. A visitação da mostra Interseções, 2010/2019 segue até 29 de setembro.

O projeto se tornou um dos grandes editais de competição do país, além de consolidar o Pará como um espaço de criação e reflexão em artes.

Bruxos e Curandeiros_ A Magia Bantu entre África, Cuba e Maranhão. Foto: Marcio Vasconcelos

A décima edição é um encontro renovado das experiências curatoriais dos anos de 2010 e 2014. Na edição de estreia o mote foi Brasil, Brasis e o projeto fez o convite para pensar o país e as identidades contemporâneas que o constituem. Já em 2014 a temática livre trouxe a maior diversidade de trabalhos e propostas artísticas.

Heldilene Reale, Octavio Cardoso e Isabel Gouvêa foram os integrantes da comissão de seleção deste ano e juntos viram 585 dossiês com trabalhos de diferentes partes do país.

NO MEP

A mostra do Museu do Estado Pará exibirá os trabalhos premiados de Daniele Cavalcante (CE), Júlia Milward (RJ) e Rodrigo José (PA). Além dos selecionados André Parente (PA), Bruno Zorzal (ES), Ceci Bandeira (PA), Claudia Tavares (RJ), Coletivo Amapoa (SP), Daniela de Moraes (RS), Felipe Fittipaldi (RJ), Francine Lasevitch (RS), Gui Christ (RJ), João Paulo Guimarães (PA), Márcio Vasconcelos (MA), Maria Baigur (BA), Maria Vaz (MG), Paulo Coqueiro (BA), Pedro David (MG), Priscilla Buhr (PE), Rodrigo Pinheiro e Ton Zaranza (RJ).

A convite da curadoria do projeto, os artistas Ana Mokarzel, Danielle Fonseca, Fernanda Grigolin, Flávio Araújo, José Diniz, Keyla Sobral, Letícia Lampert, Marise Maués, Mateus Sá, Paula Sampaio, Renan TelesTiago Coelho e Tuca Vieira também exibirão seus trabalhos no espaço.

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NO MUFPA

No ano em que comemora uma década de atuação, o Diário Contemporâneo traz para uma exposição todos que foram artistas que foram os convidados das edições anteriores.

Cláudia Leão, Dirceu Maués, Miguel Chikaoka, Luiz Braga, Walda Marques, Janduari Simões, Jorane Castro, Geraldo Ramos e Flavya Mutran retornam em uma coletiva que não se apresenta como retrospectiva, mas como uma outra leitura das suas visualidades.

PROGRAMAÇÃO

Os artistas premiados nesta edição Danielle Cavalcante, Julia Milward e Rodrigo José participarão de uma conversa com o público no dia 08 de agosto, às 19h, no MEP. Já no dia seguinte (09), o encontro será com os selecionados Bruno Zorzal e Claudia Tavares, no mesmo horário e local.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo abre exposições em agosto. Datas: 06/08, às 19h, no Museu do Estado do Pará e 07/08, às 19h, no Museu da UFPA. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale. Informações: (91) 3184-9310; 98367-2400; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

RETROSPECTIVA – 2018: Realidades e representações

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O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia realizou em 2018 a sua 9ª edição. “Realidades da Imagem, Histórias da Representação”, temática escolhida, teve como objetivo selecionar e premiar obras que propusessem uma reflexão ampla sobre a prática social por meio da arte e o fazer artístico como expressão histórica.

Toda produção artística está ligada ao seu tempo e aos seus autores, sendo assim uma expressão histórica desde já. Por mais que a fotografia tenha alcançado o patamar de arte, abraçando a ficção, ela nunca deixou de ter relação com o mundo real. O que mudou foi a forma de se relacionar. O que antes tinha a obrigação de ser a cópia fiel da realidade, hoje se apresenta como um recorte dela, um olhar, uma possibilidade sensível que convida para ao diálogo.

Os artistas narram o mundo em que vivem. Ao acolher as diversas ideias, grupos e debates, o projeto reforçou a potência da arte em resistir e de se fazer presente no que estar por vir.

Terrane, de Ana Lira, artista selecionada

O JÚRI

Rosely Nakagawa, arquiteta pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP/SP, integrou a comissão de seleção. Ela tem especialização em Museologia (USP) e em Semiótica da Comunicação (PUC/SP), além de atuar como curadora independente. Rosely inaugurou a programação da 9ª edição do com a conversa “Trajetória da curadoria de fotografia brasileira”, na qual falou sobre seu trabalho com os artistas da fotografia e sobre a valorização da atividade curatorial como um campo de reflexão sobre arte.  Ela ainda realizou o workshop “O livro como território de criação”.

Walda Marques também fez a seleção dos trabalhos. Ela iniciou na fotografia em 1989, nas oficinas de Miguel Chikaoka, trabalhou com maquiagem para teatro e televisão e, em 1992, fundou o estúdio W.O. Fotografia, em parceria com Octavio Cardoso. Walda foi a artista convidada da 4ª edição do projeto.

A mestre e doutora em Artes Visuais pelo PPGAVI do Instituto de Artes da UFRGS, com pesquisas sobre arquivos fotográficos e compartilhamentos de imagens via web, Flavya Mutran, finalizou a banca.

ARTISTA CONVIDADA

Flavya Mutran, que atualmente é professora do Departamento de Design e Expressão Gráfica na Escola de Arquitetura da UFRGS, em Porto Alegre (RS), onde vive desde 2009, foi a artista convidada da 9ª edição.

Redes, tecnologia, globalização. A internet se tornou uma grande enciclopédia virtual e a artista mergulhou nela em pesquisas que tem como foco desde a figura humana até o “apagamento” desta. Flavya apresentou trabalhos conhecidos como EGOSHOT, BIOSHOT e DELETE.use reunidos na mostra “Lapso”.  Além disso, o público pôde conhecer mais sobre os seus processos em uma conversar realizada no Museu da UFPA.

Dá série DELETE.use. Foto: Flavya Mutran

PREMIADOS E SELECIONADOS

Pelo segundo ano consecutivo o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia apostou na residência artística. Dois dos seus três prêmios foram concedidos neste formato.

O paraense Ionaldo Rodrigues conquistou o Prêmio Residência Artística São Paulo com a sua pesquisa “C Nova Feira”. Ele propôs uma instalação com fotografias que registram uma feira na Cidade Nova fotografada por alguém a serviço da Companhia de Habitação do Estado (COHAB). Memória, patrimônio, esquecimento e política foram trabalhadas em suas poéticas.

O paulista Ricardo Ribeiro levou o Prêmio Residência Artística Belém. Seu trabalho vencedor, “Puxirum”, é um projeto iniciado em 2016 e tem lugar em São Pedro, uma comunidade de 120 famílias nas margens do rio Arapiuns, oeste do Pará. Suas imagens proporcionaram uma sensação de vida em suspensão, por acontecer. Uma exploração deste tempo e espaço tão frequentemente habitados pelo ribeirinho e tão fugaz para a maioria dos demais.

O artista plástico paulista Edu Marin Kessedjian teve a sua instalação áudio-fotográfica “Abrigo” contemplada com o Prêmio Diário Contemporâneo. O trabalho faz referência à vida que acontece nos hotéis de alta rotatividade do ‘centro novo’ de São Paulo. São espaços baratos, no geral ocupados apenas por algumas horas, pelos motivos mais variados.

Foram selecionados ainda Ana Lira (PE), André Penteado (SP), Camila Falcão (SP), Élcio Miazaki (SP), Emídio Contente (PA), Fernando Schmitt (RS), Fernando de Tacca (SP), Gabriela Lima (RJ), Ivan Padovani (SP), João Castilho (MG), João Paulo Racy (RJ), José Diniz (RJ), Marcelo Kalif (PA), Marcílio Caldas Costa (PA), Marco Antonio Filho (RS), Maurício Igor (PA), Natasha Ganme (SP), Paulo Baraldi (SP), Pedro Clash (SP), Roberto Setton (SP), Sérgio Carvalho (PI), Thiéle Elissa (RS) e Tiago Coelho (RS). A convite da curadoria do projeto os artistas Armando Sobral (PA), Brenda Brito (PA), Lívia Aquino (CE) e Renata Aguiar (AM) também exibiram seus trabalhos no museu.

Na abertura da exposição também foi lançado o catálogo da coleção de fotografias do projeto.

VIDEOARTE

A novidade da edição foi a mostra de videoarte “Audiovisual Sem Destino”, projeto da artista e professora Elaine Tedesco, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Dentro da exposição ainda houve a sessão “Ao lado dela, do lado de lá”, trazendo vídeos contemporâneos de mulheres artistas. A oportunidade de circulação trazida pelo Diário Contemporâneo permitiu a difusão das obras dos artistas e favoreceu o ambiente de reflexão sobre o vídeo.

Elaine também participou de uma conversa com o público de Belém. Em “Audiovisual Sem Destino – um projeto de vídeo no Brasil” ela falou sobre a estruturação do edital nacional que busca mapear o que se está pensando e produzindo em videoarte no país.

A saga do Herói (2016), de Lívia Pasqualli, que integra a mostra AVSD

 

AÇÕES

Intitulada “Tempo para duvidar: por uma formação de espíritos livres”, a ação educativa da 9ª edição teve a coordenação de Rodrigo Correia. Ele convidou a fotógrafa e pesquisadora, Cinthya Marques, para realizar a curadoria educativa do projeto e o minicurso de formação de mediadores.

Em parceria com a Associação Fotoativa e o Projeto Aparelho, o projeto realizou a oficina “Um convite para [o] olhar”, com as crianças do Porto. Pelas ruas do entorno elas foram fotografando o que mais gostavam no lugar onde vivem. Duas saídas fotográficas foram realizadas, além de uma exibição particular do que foi produzido. O resultado foi compartilhado com o público em uma exposição dentro do mercado integrando o Projeto Circular Campina Cidade-Velha

Os artistas premiados na edição com as residências artísticas, Ionaldo Rodrigues e Ricardo Ribeiro, além de Lívia Aquino e Marisa Mokarzel, suas respectivas tutoras, participaram de uma conversa com o público de Belém sobre todo o processo.

A fotógrafa e artista visual pernambucana, Ana Lira, foi uma das selecionadas e, a convite do projeto, ministrou uma oficina para o público de Belém. “Entre-frestas” promoveu uma reflexão sobre os circuitos de criação, pensando no cotidiano como espaço de construção permanente. Ana também realizou a roda de conversa “Narrativas em presentificação: um diálogo com o projeto Terrane”, na qual contou sobre seu trabalho e história de vida, situando o público em seus percursos artísticos e pessoais que são constantemente entrelaçados.

A fotografia é uma ferramenta para evidenciar situações sociais e trazer questionamentos sobre a complexidade do contexto vivido. Foi com esse pensamento que o projeto convidou o professor Leandro Lage para debater “Imagem, Política e a Sobrevivência do Desejo”.

INSPIRAÇÃO

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia inspirou pelo segundo ano consecutivo os estudantes da Escola de Ensino Médio e Fundamental Cornélio de Barros, do bairro da Marambaia, a contarem suas próprias histórias através da fotografia.

A 2ª Mostra Fotográfica “Retratos em Preto e Branco” contou com a participação de 70 estudantes do 1º ano do ensino médio e do 9º ano do ensino fundamental, dos quais 30 foram selecionados para expor no Teatro Estação Gasômetro. A iniciativa veio a partir de uma proposição do professor de artes José Carlos Silveira depois das visitas às exposições do Diário Contemporâneo.

O PROJETO

Em 2019, o Diário Contemporâneo comemora uma década de atuação. Ele se tornou um dos grandes editais de competição do país, além de consolidar o Pará como um espaço de criação e reflexão em artes.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale.

RETROSPECTIVA – 2016: A Coleção de Fotografias

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A edição de 2016 do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia teve como destaque a constituição oficial da Coleção de Fotografias do projeto. Não houve edital de seleção e toda a atenção foi especialmente dedicada à Coleção que veio sendo formada desde 2010.

Desde o início da sua atuação, o Diário Contemporâneo sempre buscou ser mais que um prêmio. Assim, Belém recebeu por meio da ação do projeto, uma coleção de fotografia contemporânea que está sob a guarda das duas instituições públicas parceiras: o Espaço Cultural Casa das 11 Janelas e o Museu da UFPA.

Arquitetura do Esquecimento, de Daniela de Moraes

Integram o acervo trabalhos em fotografia, vídeo, instalação e outras linguagens produzidos por 44 artistas de todas as regiões do país. São eles: Carlos Dadoorian (SP), Luiz Braga (PA), Coletivo Garapa (SP), Ilana Lichtenstein (SP), Lívia Aquino (SP), Lucas Gouvêa (PA), Daniela Alves e Rafael Adorjan (DF e RJ), Emídio Contente (PA), Wagner Almeida (PA), Marcio Marques (SP), Renan Teles (SP), Ricardo Hantzschel (SP), Alex Oliveira (BA), Diego Bresani (DF), Yukie Hori (SP), Francilins Castilho Leal (MG), Ivan Padovani (SP), Ionaldo Rodrigues (PA), Rafael D’Alò (RJ), Randolpho Lamonier (MG), Pedro Clash (SP), Daniela de Moraes (SP), Dirceu Maués (PA), Felipe Ferreira (RJ), Guy Veloso (PA), Júlia Milward (RJ), Marco A. F. (RS), Marise Maués (PA), Marcílio Costa (PA), Pedro Cunha (CE), Tom Lisboa (PR), Tuca Vieira (SP), Véronique Isabelle (Canadá), Alberto Bitar (PA), Ana Mokarzel (PA), Janduari Simões (BA), Jorane Castro (PA), Miguel Chikaoka (SP), Octavio Cardoso (PA), Roberta Carvalho (PA), Walda Marques (PA), José Diniz (RJ), Mateus Sá (PE) e Péricles Mendes (BA).

MOSTRA ESPECIAL

A mostra especial “Belém: Ressaca, Heranças” teve a cidade e seu espaço urbano como objeto de reflexão em um momento histórico, pois 2016 foi o ano em que Belém completou seus 400 anos. A proposta da curadoria aos artistas participantes foi pensar a cidade criticamente tendo como referência a estrutura física e simbólica de alguns de seus patrimônios arquitetônicos em processo de transformação. Trabalhos de Alexandre Sequeira, Ana Mokarzel, Coletivo CêsBixo, Luiz Braga, Martin Perez, Paula Sampaio, Walda Marques e Wagner Almeida integraram a exposição.

Belém, Pará, Brasil. Cidade. Palacete Faciola, Martín Pérez, UY e Cecilia Moreno, RN. Artista convidado da 7ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. 10/03/2016. Foto: Martín Pérez.
Palacete Faciola. Foto: Martín Pérez.

BIBLIOTECA

A parceria entre o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, o Museu da UFPA e Tenda de Livros, projeto da artista Fernanda Grigolin resultou no lançamento da biblioteca da Coleção Diário Contemporâneo de Fotografia.

Constituída por 50 livros de quase 40 autores, ela tem como algumas das características a diversidade de produções e origens, equidade entre os gêneros, publicações independentes, livros de fotógrafos iniciantes e consagrados, além de resultados de pesquisas dentro das universidades.

Fernanda teve a oportunidade de realizar um bate-papo com o público de Belém sobre isso, na ocasião também houve o lançamento do livro Recôncavo e a distribuição do Jornal de Borda.

A artista curitibana que vive entre Campinas e São Paulo também realizou a oficina “A fotografia no livro em três ações: produzir, editar e circular”, de acompanhamento de projetos de livros com ênfase em fotografia.

DIÁRIO CONTEMPORÂNEO NAS ESCOLAS

A oficina “Experiência do Olhar”, realizada por Irene Almeida com assistência de Rodrigo José, foi realizada nas escolas da rede pública. Os alunos conheceram a Coleção Diário Contemporâneo de Fotografia e a proposta da edição, compartilharam suas ideias a partir do que viram e construíram câmera obscuras em ações que trabalharam a fotografia como fator de descoberta. As ações formativas foram realizadas na Escola Municipal Rotary, Escola E. de E. Fundamental e Médio Professor José Alves Maia e na Unidade Pedagógica São José, localizada na Ilha Grande, na parte insular do Município de Belém.

Belem, Pará, Brasil. Belém. Pincel de Luz, oficina sobre fundamentos da fotografia para crianças do ensino fundamental na Escola Rotary Foto: Janduari Simões/Diario do Pará. 14.03.2016
Foto: Janduari Simões

AÇÕES

Cinthya Marques, coordenou a ação educativa da 7ª edição. Ela realizou o minicurso “Trajetórias educativas: por um olhar em expansão” no qual norteou questões essenciais para a formação do debate sobre o tema, além da proposição de percursos educativos para as visitas em prol da sensibilização do olhar a partir das obras do acervo.

“Horizonte Reverso” foi a oficina realizada por Dirceu Maués. Nela, os integrantes tiveram acesso ao processo de criação do fotógrafo, discutindo a relação com os dispositivos tecnológicos e participando da construção das câmaras obscuras.

Um convite para investigar a si mesmo. Assim foi o workshop “Na direção do Medo”, com o artista mineiro Gui Mohallem que instigou os participantes a darem um mergulho interior em busca de suas dificuldades e medos e, por meio de uma produção imagética, se aprofundarem em direção às suas questões mais internas. Os trabalhos mais recentes de Gui também foram tema de uma conversa informal do artista com o público.

Shenyang, China. Foto: Eugênio Sávio

Na era da imagem digital, a oficina “Fotojornalismo em tempos de transformação”, com o fotógrafo mineiro Eugênio Sávio, veio debater os novos dilemas da profissão. Além disso, Eugênio realizou um bate-papo no qual falou sobre seu trabalho como fotojornalista, produtor cultural do projeto Foto em Pauta e curador do Festival de Fotografia de Tiradentes.

A última oficina ficou a cargo da fotógrafa paraense Walda Marques. “Self-me” trabalhou o autorretrato como forma de autoconhecimento e construção de narrativas sobre si.

Palestras sobre os museus e rodas de conversas com Guy Veloso, Janduari Simões, Jorane Castro, Miguel Chikaoka, Alexandre Sequeira, Veronique Isabelle, Ana Mokarzel, Walda Marques, Octavio Cardoso, Pedro Cunha, Rosangela Britto, Marisa Mokarzel, Mariano Klautau Filho, Ionaldo Rodrigues, Wagner Almeida, Jorge Eiró e Geraldo Teixeira encerraram a edição. O lançamento da publicação “Fotografia Contemporânea Amazônica – Seminário 3×3”, de Sávio Stoco, artista e pesquisador de Manaus e a palestra “Velho ou antigo?”, de Jussara Derenji, diretora do Museu da UFPA, foram destaques da programação.

O PROJETO

Em 2019, o Diário Contemporâneo comemora uma década de atuação. Ele se tornou um dos grandes editais de competição do país, além de consolidar o Pará como um espaço de criação e reflexão em artes.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale.