Diário Contemporâneo realiza “Verão nos Museus – Música e Imagem”

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O Prêmio Diário Contemporâneo realiza no mês de setembro uma programação especial. “Verão nos Museus – Música e Imagem” irá misturar as linguagens no Museu do Estado do Pará. A estreia será no domingo (08), às 11h, com entrada franca.

Empalamento. Foto: Marcílio Costa

Através do convite da curadoria do projeto, o designer de som Leo Bitar, está fazendo a curadoria musical da programação que contará com o show da Banda Marapuama neste primeiro encontro.

Alberto Bitar ficou encarregado da edição de vídeos que irá trazer as imagens das obras que integram a Coleção Diário Contemporâneo de Fotografia. O público terá a oportunidade de conferir as imagens projetadas nas paredes do Museu, uma forma ainda não explorada pelo projeto.

Banda Marapuama. Foto: Gabriel Darwich

O duo instrumental Marapuama é composto por Thiago Pires (guitarra) e Emannuel Penna (bateria). Eles trabalham uma forma de composição com improviso e referências de estilos como orquestra, jazz, além de música paraense. O projeto musical da dupla é recente e foi lançado neste ano.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo realiza “Verão nos Museus – Música e Imagem”. Data: 08/09, às 11h, no Museu do Estado do Pará. Endereço: Praça D. Pedro II, s/n. – Cidade Velha. Entrada franca. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale. Informações: (91) 3184-9310; 98367-2400; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

O Som da Imagem em oficina de Claudia Tavares

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Com informações de Andressa Munhoz

Logo na sequência da semana de abertura das mostras da 10ª edição, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia realizou a oficina “O Som da Imagem”, ministrada pela artista carioca, Claudia Tavares, que foi selecionada neste ano. A ação formativa ocorreu nos dias 12 e 13 de agosto, no Museu da UFPA.

A oficina parte como uma proposta de se pensar numa organização para projeções de imagens que saia do padrão e tradicional slide de fotos com música ao fundo.

Frame do vídeo “Mãe Gentil”, de Claudia Tavares, selecionada nesta edição

O uso do som com importância igual à da imagem vem para potencializar a composição no total, pensando em não usar apenas músicas em si, mas ruídos, narração e/ou sons ambiente. Essa experiência possibilita criar uma atmosfera em que os vídeos passam a ser algo próximo de um filme (longa-metragem) não pelo tempo, mas por todas as sensações que eles despertam.

A oficina teve entre os participantes professores e acadêmicos de artes, teatro, música, filosofia, entre outros. A partir de exercícios propostos por Claudia, os alunos puderam conhecer obras de outros artistas que também usam como suporte o som e a imagem (ou o contrário), como por exemplo Marcos Bonisso em “A Imagem do Som”. A partir dessa obra foi feito um exercício que consistia em ouvir determinadas músicas escolhidas por Marcos e pensar em que imagem aquilo poderia remeter. O interessante nesse exercício foi perceber o quanto o local aonde cada pessoa vive reflete na sua forma de interpretar uma música, os relatos das pessoas dentro da sala aproximaram-se entre si, mas foram completamente diferentes das imagens registradas pelo fotógrafo.

“Letras de música nos dão imagem muito mais do que pequenos sons, ruídos, mas também é possível consegui-las a partir deles”, observou Claudia.

Para o segundo dia, os alunos trouxeram suas produções para que os outros participantes pudessem conversar sobre. Algo comentado foi que é importante não se prender as ideias de videoclipes ou vídeos de publicidade. “As imagens podem ficar estáticas por algum tempo”, disse a facilitadora.

Assim, é fundamental pensar que o artista vê as mesmas imagens inúmeras vezes por conta dos processos, mas as pessoas que vão se deparar com aquela obra ainda não passaram por essa experiência. “Porque a pessoa que produziu aquela imagem já está habituada a aquele material, mas o telespectador não”, afirmou. Então, é importante permitir que elas possam observar essas imagens com mais calma.

Como o controle sobre o tempo de exibição de cada imagem é feito pelo próprio artista é interessante brincar com o que cada pessoa vai ver e por quanto tempo vai ver. “O tempo de um fade out é como se fosse o tempo de uma respiração”, finalizou.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale.

A força política das imagens em conferência com Leandro Lage

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O 9º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia recebeu ontem (28) o professor Leandro Lage para uma conferência com o público de Belém. “Imagem, Política e a Sobrevivência do Desejo” foi realizada no Museu da UFPA.

Ele contou que a vontade de conversar sobre o tema se deu a partir de uma visita à exposição desta 9ª edição e que suas pesquisas atuais dialogam muito com “Realidades da Imagem, Histórias da Representação”, temática escolhida pelo Diário Contemporâneo. “O ponto de partida é o espirito de indignação que não é só meu, mas de todos neste momento que a gente tem vivido”, explicou.

Foto: Irene Almeida

Leandro trouxe fotografias retiradas das páginas dos jornais para debater a força e a necessidade das imagens. “Qual será a dimensão política dessas imagens? Como elas conseguem isso? Como elas se mantém assim? É como se a luta política dependesse de um campo de aparições e visibilidades”, observou.

A ação política instaura o espaço público, ela instaura essa visibilidade pública. A imagem transcende a representação. “De que modo as imagens conseguem capturar e preservar esse espirito de indignação e seus sujeitos?”, questionou.

São imagens que não se detém na representação, não emanam somente um referente, mas o incorporam. O desejo não é só individual, ele é coletivo. Mesmo os levantes individuais vêm de indignações coletivas. “Ha um sentimento que surge e provoca essa resistência, independe de estado e partidos políticos”, disse.

Não basta ser coletivo no sentido de muitos, mas que sejam juntos, unidos. É assim que se perturba o que já está consolidado. A ação política incomoda. O espaço de fluxos se torna o espaço de paradas e de redistribuição de identidades. “As imagens são políticas porque atuam no campo da visibilidade e da sensibilidade”, afirmou.

A resistência é a recusa dos sujeitos de seguir o que lhes foi imposto. Nesse sentido, as imagens atuam agem como lugar de sobrevivência do desejo e se constituem espaços visíveis dessa resistência. “É importante preservar esse espirito de que os corpos possam atuar em aliança”, observou.

A vulnerabilidade deve ser entendida como parte da ação política. “A imagem não é um campo resolvido, ela é um campo de tensões. Então, além de olharmos como as imagens são produzidas, é preciso olhar como elas circulam, pois elas são incorporadas aos diferentes discursos”, finalizou.

VISITAÇÃO

A exposição “Realidades da Imagem, Histórias da Representação” exibe os trabalhos premiados, selecionados e participações especiais da 9ª edição do Diário Contemporâneo. As obras ficam no Museu do Estado do Pará – MEP. Além disso, o Museu da UFPA recebe a mostra individual “Lapso”, com trabalhos de Flavya Mutran, artista convidada e a mostra de videoarte “Audiovisual Sem Destino”, projeto de Elaine Tedesco. A visitação segue até dia 15 de julho.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio da Vale, apoio institucional do Museu da UFPA, Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e colaboração da Sol Informática.