Diário Contemporâneo promove conversa com João Urban e lançamento de Felipe Barrocas

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A noite de 05 de maio contou com uma programação dupla realizada pelo 8º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. João Urban, um dos premiados dessa edição, se encontrou com o público de Belém para uma conversa informal e Felipe Barrocas, artista selecionado, lançou seu livro “O Corpo Neutro”.

Na conversa “A presença do retrato na fotografia documentária”, que foi mediada por Mariano Klautau Filho, João falou sobre a sua história de vida, sua família e sobre o lugar onde ele nasceu. Ele apresentou diversas imagens que compõem o livro “Tu i Tam”, realizado em parceria com Teresa Urban, do qual saiu o recorte premiado pelo Projeto. Tanto o livro quanto a pesquisa realizada foram acolhidos com carinho pela comunidade polonesa do Paraná.

Conversa com João Urban. Foto: Irene Almeida

As fotos de João não mostram apenas a passagem do tempo ou o envelhecimento daqueles que foram retratados, elas apresentam uma mudança social. “Praticamente todos eles acabaram deixando a lavoura, só seus pais que permanecem”, contou.

O estilo de retrato feito por Urban é tradicional, planejado, enquadrado e estudado. Ao se deparar com as diversas possibilidades exibidas nas mostras do Diário Contemporâneo ele comentou, “eu percebi que sou um retratista extremamente tradicional e que os caminhos que o retrato tomou são completamente amplos”, afirmou.

O retrato necessita de uma relação com o outro, uma comunicação que muitas vezes não é verbalizada, além de uma habilidade de aproximação por parte do fotógrafo. Muitas vezes, é do outro e da imersão que vem a clareza em relação a prática que o artista está realizando. “Quando eu comecei a fotografar os Boias Frias eu achava que estava mostrando uma verdade incontestável, mas, na realidade, eu estava mostrando a minha verdade. Com os poloneses aconteceu a mesma coisa”, explicou.

LANÇAMENTO

Felipe Barrocas apresentou seu livro através de um exercício diferente, uma imersão, na qual o vídeo e as vozes dele, de Ruma de Albuquerque e de Oneno Moraes guiaram o público. Essa foi a primeira vez que escolheu essa configuração de apresentação.

Livro “O Corpo Neutro”. Foto: Irene Almeida

Construção de uma ficção. Paisagem sonora. O tempo das coisas e o do estar. O livro se relaciona com o trabalho “Este é aquele que apesar da distância te traz sempre presente na memória em todo o caminho”, que foi selecionado no 8ª Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Nele, o artista exibe uma coleção de objetos que carrega consigo e que constituem, de certa forma, seu retrato. “Como o trabalho do Prêmio se entrelaça com o livro, então o livro está na instalação, fazendo parte da mesa e sendo mais uma daquelas coisas que carrego comigo”, finalizou.

VISITAÇÃO

A exposição “Poéticas e Lugares do Retrato” exibe os trabalhos premiados, selecionados e participações especiais. As obras ficam divididas entre o Museu da UFPA e o Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. Além disso, o MUFPA recebe a mostra individual “Interiores”, com trabalhos de Geraldo Ramos, artista convidado. A visitação segue até dia 30 de junho, no MUFPA e 02 de julho, nas Onze Janelas.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional do Museu da Universidade Federal do Pará, Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e apoio da Sol Informática. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.