Conheça os locais de retirada do edital impresso

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O edital da 8ª edição está disponível no site http://www.diariocontemporaneo.com.br/ e na secretária do Projeto, que fica localizada na Aristides Lobo, 1055 (entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Rui Barbosa), no bairro do Reduto.

Além disso, é possível encontrar o edital impresso nos seguintes locais: Museu da UFPA, Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, Recepção do Jornal Diário do Pará, Belém Photos e Associação Fotoativa.

Retire o seu e inscreva-se até 15 de fevereiro!

Árvores que pulsam

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Conheça o trabalho de Roberta Carvalho, vencedora na categoria “Diário do Pará”

Fugir de obviedades e de temas clichês para integrar arte e natureza é um desafio. A artista Roberta Carvalho tem isso em mente. O desejo de trabalhar instigada pela relação homem / natureza sempre foi um desejo antigo. Na verdade, ela busca essa integração para compreender algo primário: que o homem é natureza. É tudo orgânico, biológico. Não à toa o termo que define essa relação, “simbiose”, dá título a um de seus trabalhos em que a ideia primeira está imbricada com a construção de um discurso artístico em que homem e natureza são elementos centrais.

“A idéia do ‘Symbiosis’ é restaurar essa identidade e fazer com que literalmente nos vejamos nessa natureza da qual nos separamos e vice-versa”, explica. Simbiose é a palavra usada para descrever a relação entre dois ou mais organismos de espécies diferentes, em que não há perdas para nenhum deles e acontece de forma mutuamente vantajosa.

Projeto Symbiosis – vencedor na categoria Diário do Pará, do II Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia – foi sendo desenvolvido ao longo dos anos, por meio de experimentação artística com imagem e vídeo e pesquisas sobre linguagem audiovisual. E quase sempre com um desejo de aliar o projeto às questões da natureza, com uma proposta não usual., na tentativa de descobrir possíveis espaços de projeção, não óbvios.

EXPERIMENTAÇÃO

A artista foi convidada pela Associação Fotoativa para realizar projeções durante o Colóquio de Fotografia, há dois anos, quando teve o insight de que deveria integrar uma imagem à copa de um dos jambeiros da Casa das Onze Janelas. “Fui olhar o espaço para planejar a ação, que era no piso superior, e procurei, procurei… Pensei em várias coisas e fui pra casa. Dormi pensando na proposta e acordei com a imagem exata e o local a ser projetado: a árvore”, relembra a artista, acrescentando que o resultado foi a conjunção de diversas experiências precedentes.

Pronto. Estava feito o primeiro “Symbiosis”, que deu vida ao desejo íntimo de Roberta de falar de natureza por meioda da arte e também de levar a arte para um espaço mais acessível, de fácil entendimento. “Para mim, a arte deve apontar para a vida e não para arte”, explica-se. Agora consolidado como projeto de projeção de fotografia e vídeo, o “Symbiosis” tem uma metodologia própria e um dos processos de pesquisa é fazer um estudo formal das copas das árvores para selecionar a figura humana a ser projetada.

O critério básico da escolha do corpo a ser projetado relaciona-se bastante com sua questão formal. Já houve casos, no entanto, em que a relação conceitual falou mais alto na opção pela imagem. Em uma das exibições do projeto, por exemplo, o rosto de uma criança foi projetado em uma árvore “jovem”, no meio de diversas árvores muito maiores. As imagens em geral são de rostos de homens, crianças, e da própria artista, mas não há um rigor para a escolha de quem estará nas projeções. Segundo Roberta, a base do trabalho é a experimentação e a expressividade das formas. “A ‘symbiosi’ é realmente uma busca deste projeto e ela se dá quando há uma perfeita adequação do corpo (do ser humano ou da arte) com a natureza. E isso, só experimentando ver para sentir”.

Pela qualidade plástica, aliada ao forte apelo conceitual, Roberta Carvalho foi a grande vencedora da categoria Diário do Pará. Quem analisa é Alexandre Sequeira, que integrou a comissão de seleção do Prêmio. “O projeto apresenta projeções em suportes não convencionais, fazendo conexão curiosa com outras linguagens. E conceitualmente humaniza a obra. A poética não demanda conhecimento especifico na área. A pessoa é seduzida, é encantada facilmente, sem contar a elegância plástica”, diz o artista e professor.