Com informações de Andressa Munhoz
Logo na sequência da semana de abertura das mostras da 10ª edição, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia realizou a oficina “O Som da Imagem”, ministrada pela artista carioca, Claudia Tavares, que foi selecionada neste ano. A ação formativa ocorreu nos dias 12 e 13 de agosto, no Museu da UFPA.
A oficina parte como uma proposta de se pensar numa organização para projeções de imagens que saia do padrão e tradicional slide de fotos com música ao fundo.
O uso do som com importância igual à da imagem vem para potencializar a composição no total, pensando em não usar apenas músicas em si, mas ruídos, narração e/ou sons ambiente. Essa experiência possibilita criar uma atmosfera em que os vídeos passam a ser algo próximo de um filme (longa-metragem) não pelo tempo, mas por todas as sensações que eles despertam.
A oficina teve entre os participantes professores e acadêmicos de artes, teatro, música, filosofia, entre outros. A partir de exercícios propostos por Claudia, os alunos puderam conhecer obras de outros artistas que também usam como suporte o som e a imagem (ou o contrário), como por exemplo Marcos Bonisso em “A Imagem do Som”. A partir dessa obra foi feito um exercício que consistia em ouvir determinadas músicas escolhidas por Marcos e pensar em que imagem aquilo poderia remeter. O interessante nesse exercício foi perceber o quanto o local aonde cada pessoa vive reflete na sua forma de interpretar uma música, os relatos das pessoas dentro da sala aproximaram-se entre si, mas foram completamente diferentes das imagens registradas pelo fotógrafo.
“Letras de música nos dão imagem muito mais do que pequenos sons, ruídos, mas também é possível consegui-las a partir deles”, observou Claudia.
Para o segundo dia, os alunos trouxeram suas produções para que os outros participantes pudessem conversar sobre. Algo comentado foi que é importante não se prender as ideias de videoclipes ou vídeos de publicidade. “As imagens podem ficar estáticas por algum tempo”, disse a facilitadora.
Assim, é fundamental pensar que o artista vê as mesmas imagens inúmeras vezes por conta dos processos, mas as pessoas que vão se deparar com aquela obra ainda não passaram por essa experiência. “Porque a pessoa que produziu aquela imagem já está habituada a aquele material, mas o telespectador não”, afirmou. Então, é importante permitir que elas possam observar essas imagens com mais calma.
Como o controle sobre o tempo de exibição de cada imagem é feito pelo próprio artista é interessante brincar com o que cada pessoa vai ver e por quanto tempo vai ver. “O tempo de um fade out é como se fosse o tempo de uma respiração”, finalizou.
O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, parceria da Alubar e patrocínio da Vale.