Diário Contemporâneo encerra 11ª edição

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Foi em um ano marcado pelo inesperado que o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia realizou a sua 11ª edição. Inauguradas em outubro, as mostras Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos, com curadoria convidada de Rosely Nakagawa, e O Lago do Esquecimento, individual de Paula Sampaio, com curadoria de Mariano Klautau Filho, encerram as suas visitações às 14h deste domingo (20), no Museu do Estado do Pará.

Reinvenção e adaptação fizeram parte da dinâmica do projeto, assim como da vida de todos. “Conseguimos realizar o Prêmio com toda a infraestrutura que ele merece e sempre teve apesar de todas as dificuldades, o que já é uma grande vitória. Infelizmente fomos impedidos pela pandemia de realizar plenamente o trabalho de visitação das escolas, que é um dos pontos mais importantes do projeto, no qual nossa ação educativa tem feito um belo trabalho com os monitores em diálogo com os artistas para a preparação do trabalho no espaço expositivo. Quem teve a oportunidade de visitar presencialmente a exposição pôde ver o empenho e o envolvimento de nossos educadores. Os debates online e o tour virtual foram adaptações fundamentais frente à pandemia”, observou o curador do projeto, Mariano Klautau Filho.

Público observa a mostra montada no MEP com curadoria convidada de Rosely Nakagawa. Foto: Irene Almeida

As edições do Diário Contemporâneo são estruturadas com antecedência e ocorrem no primeiro semestre do ano. Com a pandemia, foi necessário um novo olhar para que ele pudesse persistir e ser realizado. “Os constantes adiamentos do cronograma do projeto nos causaram transtornos sim, mas foi necessário para que decidíssemos o momento certo de realizá-lo no contexto delicado da pandemia. A persistência é um índice de que o Diário Contemporâneo se consolida como um projeto importante de artes na pauta da cidade e do circuito nacional”, destacou.

Sobre isso, a artista convidada desta edição, Paula Sampaio, também tem um olhar atento que ressalta a importância da arte na vida das pessoas. “É interessante vivenciar uma crise, né? Um jogo de recuos e avanços, isso gera potências. Então, penso que a equipe do Prêmio, os realizadores e patrocinadores, ao assumirem o desafio que esse momento contém, demonstram uma inteligência sensível. A criação nos ajuda a manter o equilíbrio emocional, precisamos desse ‘abraço criativo’ agora, tenho certeza que está sendo muito bom para os artistas também. Num momento como esse, essa possibilidade de partilha é como voltar à tona e respirar depois de um longo mergulho no escuro”, disse.

Paula Sampaio, artista convidada desta edição, com sua publicação que saiu encartada no Jornal Diário do Pará. Foto: Irene Almeida

Medidas de segurança e saúde, mostra virtual, conversas e encontros realizados de forma online. Tudo isso nesta 11ª edição que representou o início de um novo ciclo do projeto, após uma década de atividades. Agora, o que levar de todo esse momento? “Mais importante ainda é que, apesar de tudo, iniciamos duas experiências fundamentais para a continuidade do projeto: o comitê que elaborou o programa de discussões, os convidados e as discussões que foram trazidas para dentro do debate curatorial do projeto e; também, a curadoria convidada que inauguramos a partir desta edição com outras abordagens que dinamizam a experiência conceitual do projeto. O que a gente vai levar é a continuidade das participações de outros curadores e a reflexão que nossos convidados nos debates trouxeram para processos de mudança necessários ao desenvolvimento do projeto iniciado neste 2020 tão conturbado”, finalizou Mariano.

360º da fotoinstalação de Suely Nascimento na Mostra Virtual. Foto: Divulgação.

EXPOSIÇÃO VIRTUAL

Fisicamente as exposições encerram a visitação hoje, mas a Mostra Virtual permanecerá acessível no site do projeto para todos que desejarem fazer um passeio sem sair de casa. Basta acessa o link: http://www.diariocontemporaneo.com.br/tour-virtual/

SERVIÇO: Diário Contemporâneo encerra 11ª edição. Data: 20 de dezembro de 2020. Horário: 09 às 14h. Local: Museu do Estado do Pará. Endereço: Praça Dom Pedro II, s/n – Cidade Velha. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará com apoio institucional do Museu do Estado do Pará, do Sistema Integrado de Museus, SECULT e do Museu da UFPA; colaboração da Sol Informática, patrocínio da ALUBAR e patrocínio master da VALE. Informações: (91) 98367-2400,  diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

Diário Contemporâneo encerra 8ª edição com nove mil visitantes e muitas conquistas

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A 8º edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia chegou ao fim com um balanço muito positivo. Um público de quase nove mil pessoas visitou as exposições, além disso, palestras, encontros com artistas e oficinas ampliaram a percepção da arte e fomentaram a relação entre o público e as obras. O júri composto por Camila Fialho, Isabel Amado e Alexandre Sequeira avaliou 390 dossiês de todas as regiões do país. Foram 3 artistas premiados, 23 selecionados e 5 participações especiais. Artista convidado desta edição, o fotojornalista Geraldo Ramos, apresentou seu olhar pela Amazônia e mostrou que a fronteira entre o documental e arte é cada vez mais fina.

Exposição dos alunos da escola Cornélio de Barros. Foto: Rodrigo Correia

A programação da oitava edição começou com a palestra “Fotografia e o Circuito da Arte: entre o museu e a galeria”, da curadora e especialista em conservação, Isabel Amado, que ressaltou a importância do colecionismo e da formação de um mercado para as artes.

Para formar a equipe que atuou na ação educativa do projeto, os coordenadores Cinthya Marques e Rodrigo Correia realizaram a oficina “Olhar e ser visto: práticas educativas na poética do retrato”, que capacitou os participantes. A sensibilização do olhar pôde ser trabalhada não só na visitação diária, mas também em ações direcionadas como a com as crianças do Projeto Aparelho e com o público do Projeto Circular Campina – Cidade-Velha.

Projeto Aparelho visita a 8ª edição do Diário Contemporâneo. Foto: Irene Almeida.

A semana da abertura das mostras foi marcada por uma intensa programação. Lívia Aquino realizou a oficina “Fotografar a Fotografia”; o premiado João Urban, a conversa “A presença do retrato na fotografia documentária”; os premiados com residência artística Hirosuke Kitamura e Guido Couceiro Elias e seus respectivos tutores, Alexandre Sequeira e Lívia Aquino, conversaram com o público sobre essa experiência; o artista selecionado Filipe Barrocas aproveitou sua vinda a Belém para lançar seu livro “O corpo neutro”; e o também selecionado, Alex Oliveira, realizou “Fora do lugar – Oficina de fotografia contemporânea”, que teve as imagens produzidas durante a ação, devolvidas a cidade no formato lambe lambe próximo aos locais de sua produção.

Outra oficina realizada foi “O Retrato e o Tempo”, ministrada pelo fotógrafo e professor, Valério Silveira, com uma metodologia que trouxe desde a história da fotografia até a sua técnica, sempre explorando o retrato, foco da 8ª edição.

O Museu da UFPA, que acolhe anualmente a mostra do artista convidado, recebeu Geraldo Ramos e o público para uma conversa, na qual o fotógrafo falou sobre a sua trajetória artística e relação com a Amazônia.

Conversa com Geraldo Ramos, artista convidado. Foto: Karina Martins

O corpo ao limite. Fotografia, cinema e práticas extremas contemporâneas”, ministrado pelo franco-português Samuel de Jesus encerrou a programação de cursos do projeto e apresentou as diversas referências e possibilidades que a arte contemporânea traz.

Já a palestra de encerramento foi “Diálogos sobre Artes Visuais e Amazônia(s)”, do professor e pesquisador John Fletcher, na qual, em conversa com o público e com a curadora e pesquisadora Marisa Mokarzel, ele debateu a visualidade amazônica e a necessidade de questionamento constante por parte do próprio artista. “Nós devemos a todo instante problematizar a arte e seus lugares”, frisou John.

INSPIRAÇÃO

O grande destaque de todos os anos é sempre o trabalho realizado junto às escolas. Quase seis mil alunos tiveram a experiência de poder se envolver com as obras desta edição. Os estudantes do 1º ano da E.F.M. Profº Cornélio de Barros, do bairro da Marambaia, que visitaram as mostras do projeto pelo quarto ano consecutivo, ficaram inspirados e realizaram suas próprias imagens, retratos em preto e branco de familiares e amigos que resultaram na ” I Mostra Fotográfica”.

Segundo José Carlos Silveira, professor responsável, “eles usaram o recurso que está sempre a mão deles, que é o celular, em uma sensibilidade em mostrar rostos, cada qual com a sua história”. A aproximação com o outro e tornar o contato com a arte um hábito foram alguns dos objetivos do trabalho, que mostrou que cada retratado tem uma história que merece ser compartilhada.

O celular, tido por muitos como um vilão, tornou-se um instrumento pedagógico. As fotografias produzidas foram expostas em uma sala destinada somente as artes, decorada pelos próprios alunos e que funciona também como um cinema.

Giovanna Lyssa, de 16 anos, contou que “foi muito interessante ver as fotografias e vídeos que mostravam a arte contemporânea. Quando saímos do museu e voltamos para a escola, o professor teve a ideia de fazer um trabalho conosco, nessa hora nem se pensava na exposição dos alunos, só no trabalho mesmo. Eu percebi que podemos fazer arte com coisas tão simples, isso mostra mesmo o talento das pessoas e hoje tem amigos meus que querem ser fotógrafos. Esse trabalho deu um gás na autoestima, pois nós pesquisamos além do que o professor passou em sala. Ver a exposição e o resultado me deixa muito orgulhosa”, finalizou.

Criado em 2010, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia trata-se de um projeto nacional, que em seus anos de atuação contribuiu para a consolidação do Pará como lugar de reflexão e criação em artes, além de proporcionar o diálogo entre a produção local e nacional.

SERVIÇO: O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do Jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional do Museu da Universidade Federal do Pará, Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA e apoio da Sol Informática. Informações: Rua Gaspar Vianna, 773 – Reduto. Contatos: (91) 3184-9310; 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com ewww.diariocontemporaneo.com.br.