Residência Artística é a grande novidade da 8ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia

Share This:

Por: Debb Cabral

As residências artísticas dão ao residente os suportes físico e financeiro que ele precisa, além da orientação e acompanhamento da sua produção artística. A 8ª edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia tem este formato de intercâmbio como grande novidade. Suas inscrições, que estão abertas, seguem até o dia 15 de fevereiro e os interessados podem encontrar no site www.diariocontemporaneo.com.br o edital e a ficha de inscrição.

As propostas artísticas para as residências terão como ênfase a temática “Poéticas e lugares do retrato” da 8ª edição. Por meio dessa prática colaborativa, o projeto, que se já consolidou entre os grandes editais do país, quer aprimorar o diálogo entre as produções local e nacional.

Foto de Alexandre Sequeira. Sem título, da série “Residência São Jerônimo” (2015)

Segundo Mariano Klautau Filho, curador do projeto, “uma residência artística permite que o artista desenvolva um trabalho em que o processo e a troca de experiências são tão importantes quanto os resultados finais. O Diário Contemporâneo sempre foi um projeto comprometido com a formação em arte e a pesquisa sobre fotografia como linguagem. Transformar dois prêmios em residência artística resulta do nosso interesse na experimentação, no fluxo de artistas entre Belém e outros lugares do Brasil. É claro que isso muda a dinâmica e as expectativas em relação aos sete anos do Prêmio, mas achamos que é melhor apostar numa experiência de intercâmbios do que repetir um mesmo padrão estabelecido há anos, por mais que tenha sido bem sucedido. Assim como o Prêmio criou uma coleção, podemos promover as residências porque envolvem o artista mais intensamente no projeto, suscitando uma relação de partilha com o público sobre o processo criativo”.

Nesta edição, um artista de Belém fará residência artística em São Paulo, sob a orientação da artista e pesquisadora Lívia Aquino, em parceria com o Atelier Condomínio Cultural; e um artista de fora da capital paraense fará em Belém, sob a orientação do artista e pesquisador Alexandre Sequeira, por meio de seu projeto de pesquisa “Residência São Jerônimo”, que surgiu a partir de seu projeto de doutorado na UFMG. Segundo Alexandre, a pesquisa busca “a partir da permanência de artistas em uma casa desgastada pelo tempo e prenha de memórias e histórias, suscitar discussões e reflexões poéticas acerca da memória e da sobrevivência de imagens”.

Sobre o encontro das propostas ele comentou: “considero a ideia do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, de incorporar a Residência São Jerônimo como um dos espaços de acolhimento de artistas premiados pelo evento, como uma possibilidade de um rico encontro, na medida em que a fotografia tem sua essência conceitual e filosófica intimamente relacionada à memória. Do mesmo modo, considero uma questão absolutamente pertinente e essencial de ações dessa natureza acontecerem em Belém, pelo fato de, a meu ver, ser uma cidade que demonstra certa resistência em lidar com suas heranças”.

Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia trata-se de um projeto nacional, que em seus anos de atuação contribuiu para a consolidação do Pará como lugar de reflexão e criação em artes. É uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, do Museu da UFPA e apoio da Sol Informática.

SERVIÇO: O VIII Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia recebe inscrições até 15 de fevereiro. Informações: Rua Aristides Lobo, 1055 (entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Rui Barbosa) – Bairro: Reduto. Contatos: (91) 3355-0002, 98367-2468; diariocontemporaneodfotografia@gmail.com e www.diariocontemporaneo.com.br.

Sexta-feira de encontros com as poéticas dos artistas

Share This:

Por: Debb Cabral

Dando sequência à série de encontros promovidos pela programação “Poéticas, fotografia e mu seus”, do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, a varanda do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas recebeu na noite de sexta-feira (10) os artistas Véronique Isabelle, Ana Mokarzel, Sávio Stoco e Alexandre Sequeira para falar sobre suas trajetórias.

 Foto: Irene Almeida
Foto: Irene Almeida

Ana Mokarzel tem trabalhos nos dois espaços expositivos, o MUFPA e as Onze Janelas. Ambos os trabalhos se relacionam, ainda que não tenham sido pensados para isso. Destroços, escombros e abandonos estão presentes nas séries “Ausência” e “Permanência”. O primeiro é um trabalho muito casual, com processo bem intuitivo, como um mergulho. “Era uma total ausência, mas eu senti a necessidade de estar ali”, contou Ana. Já “Permanência” surgiu do convite para participar da mostra especial “Belém: ressacas, heranças”, que levou a fotógrafa à uma intensa pesquisa sobre a cidade e o seu passado.

Sávio Stoco veio a Belém para lançar a publicação “Fotografia Contemporânea Amazônica – Seminário 3×3”, premiada na 11ª edição do Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais, mas antes disso ele conversou com o público presente sobre sua produção e o processo que resultou no livro.

O transito de pessoas e a circulação entre os estados da região Norte são as bases para fazer com que a comunicação seja reforçada e eliminar uma fronteira que não é só geográfica. “Essa rede que a gente está fazendo, a gente não está inventando. Essa circulação que está acontecendo, e que a gente está intensificando, tem um lastro histórico”, explicou Sávio.

Véronique Isabelle apresentou um pouco do processo que levou a produção da obra “JEGUATA MBYA YVYJU’PE / A caminhada do povo Guarani Mbya”, que integra a coleção de fotografias do projeto. É um trabalho muito pessoal, que aprofundou as relações com as pessoas e com as paisagens. Uma fotografia relacional intuitiva, emocional e de entrega. “O trabalho da Véronique traz para a Coleção essa experiência de uma fotografia mais alargada”, finalizou o mediador Alexandre Sequeira.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional da Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, Sol Informática e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA).

Pesquisa e memória nos catálogos do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia

Share This:

Texto: Debb Cabral

Criado em 2010 pelo Jornal Diário do Pará, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia chega a sua 5ª edição em 2014. A cada ano é lançado um catálogo, que além de ser a memória do projeto, é também fonte de pesquisa sobre a fotografia e a arte contemporânea brasileira. Sua distribuição de forma gratuita permitiu que ele chegasse aos artistas participantes do projeto, curadores, pesquisadores, instituições da área, cursos de graduação e pós-graduação em artes, além das bibliotecas de todas as regiões do país. A disponibilização online no site do projeto de todas as edições já lançadas ajuda ainda mais na disseminação deste material e democratiza o seu acesso.

É um produto que tem seu lançamento como um dos momentos mais aguardados do projeto, pois compila os trabalhos dos premiados e selecionados, textos transcritos das conversas com os artistas convidados, além de artigos de pesquisadores atuantes na área de fotografia e arte contemporânea, que dão um teor ainda mais significativo enquanto referência para a pesquisa em fotografia.

Até agora foram lançadas quatro publicações que seguiram as temáticas Brasil Brasis em 2010; Crônicas Urbanas em 2011; Memórias da Imagem em 2012 e Cultura Natureza em 2013, norteadoras, em seus respectivos anos, das diversas mostras de artistas selecionados, premiados e convidados, palestras, encontros, cursos e oficinas. As publicações já reuniram até agora entre textos críticos, artigos, ensaios e depoimentos as participações de Eder Chiodetto, Patrick Pardini, Tadeu Chiarelli, Marisa Mokarzel, Heloisa Espada, Cláudia Leão, Ernani Chaves, Alexandre Sequeira, Val Sampaio, Maria Helena Bernardes e Andréia Feijó além dos textos de análise dos trabalhos selecionados assinados pelo curador do projeto. Entre os ensaios fotográficos e depoimentos de artistas convidados reunidos especialmente para o prêmio estão Luiz Braga, Miguel Chikaoka, Dirceu Maués, Cláudia Leão e Walda Marques.

.A produção paraense vem sendo reconhecida em todo país, porém ações como a publicação destes catálogos do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia ampliam o debate crítico em Belém sobre arte produzida no Brasil. Os catálogos são o resultado do encontro de pesquisadores de todas as regiões do país fazendo com que as fronteiras de acesso sejam extrapoladas. Além disso, ganhando visibilidade nacional e com esse retorno dado ao público, o número de participantes de outros estados tem aumentado a cada ano.

O projeto Diário Contemporâneo de Fotografia incentiva a cultura, a arte e a fotografia em toda a sua diversidade, aberto a todos os artistas brasileiros ou residentes no país, o qual oferece três prêmios no valor de R$ 10.000,00 cada. Este ano, ao contrário das edições anteriores, não será proposto nenhum tema específico, e as inscrições seguem abertas até o dia 18 de fevereiro. O Edital e a Ficha de Inscrição estão disponíveis no site www.diariocontemporaneo.com.br.

O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto realizado em Belém, promovido pelo jornal Diário do Pará, em parceria com o Museu da Universidade Federal do Pará e o Espaço Cultural Casa das Onze Janelas da Secretaria de Cultura do Estado.

.SERVIÇO: Pesquisa e memória nos catálogos do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. Inscrições para a 5ª edição até dia 18 de fevereiro. Os catálogos das edições anteriores, além do Edital e da Ficha de Inscrição deste ano podem ser acessados no site http://www.diariocontemporaneo.com.br.  Realização do jornal Diário do Pará, Rede Brasil Amazônia de Comunicação com patrocínio do Shopping Pátio Belém e Vale. Informações: Rua Aristides Lobo, 1055 (entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Rui Barbosa) – Reduto. Contatos: (91) 3355-0002; 8367-2468 e premiodiario@gmail.com.

Oficina “Diálogos Fotográficos”: confira selecionados

Share This:

Foram divulgados hoje (28) os nomes dos selecionados para a oficina “Diálogos Fotográficos”, com Alexandre Sequeira. Tendo o eixo temático “Crônicas Urbanas” como elemento indutor, a atividade pretende estimular a construção de poéticas que, a partir da ação de duplas, estabeleçam relações dialógicas em torno de questões relacionadas à cidade. A oficina lançará mão de procedimentos como dupla exposição em filme cromo, pincel de luz, e outras possibilidades de “conversa” entre as duplas de participantes.

Confira abaixo a lista de selecionados:

1. Alexandre Silva

2. Analú Moraes

3. Bárbara Freire

4. Caio José de Carvalho Brito

5. Cindy Luiza Machado Dória Lopes

6. Desirèe Costa Giusti

7. Douglas Augusto da Silva Caleja

8. Elaine Andrade Arruda

9. Elen Espíndola de Santa Brígida

10. Eline Ribeiro do Nascimento

11. Fátima do Rosário Pacheco Soares

12. Flávia Suanny Santa de Souza

13. Ionaldo Rodrigues da Silva Filho

14. José Ricardo Carvalho de Macêdo

15. Karol Khaled

16. Magalene Rayol Gaspar

17. Mara Rodrigues Tavares

18. Marcos Joel dos Reis

19. Marise Maués Gomes

20. Marta de Lourdes Cosmo Macedo

21. Paulo Sérgio das Neves Souza

22. Renan Marinho de Pina

23. Sandro Destro Lima

24. Simone do Socorro Jares Novaes

25. Sissa Aneleh Batista de Assis

26. Tarso Glaidson Sarraf

27. Teonila Bezerra Lima

28. Veronique Isabelle

29. Wagner Yoshihiko Okasaki

30. Walbert Leite dos Santos

Alexandre Sequeira ministra “Diálogos Fotográficos”

Share This:

> “São João e os sapatos”, da série Meu Mundo Teu, de Alexandre Sequeira

Olhar para si e para o outro. Com essa premissa, na oficina “Diálogos Fotográficos”, que integra do II Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, o elemento fundamental para pensar a imagem e a cidade será a conversa, o diálogo. Alexandre Sequeira, professor da Faculdade de Artes Visuais da UFPa e artista visual, é quem vai ministrar a atividade e a ideia é provocar debates sobre experimentação na fotografia contemporânea, para impulsionar o desenvolvimento de trabalhos artísticos. As inscrições estão abertas até o próximo dia 25 e podem ser feitas presencialmente, no Museu da Universidade Federal do Pará.

A partir dos diálogos entre os participantes, a oficina vai permitir a construção de olhares, sejam eles congruentes ou diferenciados. A proposta é justamente descobrir possíveis maneiras de integrar essas concepções na fotografia, com a formação de duplas. “Mais do que ensinar questões novas, a oficina vai funcionar como um laboratório de construção de poéticas, que serão direcionadas pelo tema ‘Crônicas Urbanas’”, explica Alexandre, que enfatiza a dinâmica de pensar a cidade a partir do outro, do parceiro, em um exercício coletivo de diálogo.

“Será um espaço de articulação de ideias, de realização coletiva”, complementa. As duplas poderão utilizar equipamentos digitais ou analógicos e serão orientadas a utilizar técnicas distintas para cada aparelho. Quem optar pelo analógico usará filme cromo com a chamada “dupla exposição”. Como o próprio nome sugere, o procedimento consiste em fotografar com o mesmo fotograma duas vezes, o que resulta em uma imagem com duas fotos sobrepostas. Para conseguir esse efeito é necessário que o filme não avance, mesmo com a liberação do obturador da câmera – aquela janelinha frontal que abre e fecha. Depois do disparo, a imagem será registrada em cima da que já foi feita previamente. Também conhecido como slide, diapositivo ou reversível, o cromo é um tipo de filme fotográfico colorido que permite maior definição da imagem devido à sua granulação mais fina.

Em filmes comuns – aquele rolinho que se costumava usar em câmeras domésticas, conhecidos como negativos –, a imagem é registrada e durante a revelação são invertidos tons e cores. Com as câmeras digitais, o processo que será utilizado é conhecido como “pincel de luz”. Também proveniente do analógico, a técnica constitui- se em manter o obturador aberto pelo tempo que o fotógrafo achar necessário para fazer “pinceladas de luz” no filme.

“Todos os efeitos luminosos serão gravados no filme, que fica permanentemente exposto, com oscilações entre escuridão total e claridade. Assim o artista vai ‘pintando’ o filme, com auxílio de uma lanterna, por exemplo”, explica Alexandre. Em câmeras digitais existem dispositivos específicos para programá-la a ficar registran- do imagens de forma contínua.

“Todas as fontes de luz serão captadas enquanto aperta-se o botão da máquina e o fotógrafo registra o que quiser”, completa o professor.

DISCUSSÃO

A oficina será ministrada em quatro encontros presenciais e inclui ainda a discussão de textos indutores à percepção, à construção e à reflexão da dinâmica de experimentação de cada dupla. Entre os autores estão Nelson Brissac Peixoto, filósofo e professor da PUC-SP e Ítalo Calvino, escritor italiano.

Nos dias de semana, a dupla ficará livre para fotografar e pensar no que será produzido. O objetivo é permitir que cada integrante possa compreender os procedimentos fotográficos para além da produção de imagens e seja capaz de defender sua poética. “Ao final, as duplas vão mostrar os resultados e defender o que foi apresentado. Quero que eles pensem no resultado de um diálogo em forma de um dossiê”, elucida Alexandre, acrescentando que essa é a maneira que muitos salões observam a produção fotográfica contemporânea.

PARTICIPE

II Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia apresenta a ocina “Diálogos Fotográficos”, com Alexandre Sequeira. As inscrições podem ser feitas presencialmente, até 25/03, no Museu da Ufpa (Av. José Malcher, 1.192, Nazaré). As atividades serão realizadas de 02 a 30/04. Inscrição gratuita. Informações: 3224-0871.