O corpo que habita a floresta (ou a floresta como parte constitutiva do corpo)

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Por: Brenda Taketa

“Que corpo é esse que eu carrego comigo”, questiona Marise Maués, ganhadora do prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia de 2015

Ainda aos dois anos de idade, quando se mudou com a família da ilha em que nasceu para a porção mais urbanizada de Abaetetuba, a artista Marise Maués viveria talvez a primeira das principais mudanças que, décadas depois, seriam refletidas – como fragmento de memória, como contentamento do reencontro e reflexão do corpo “atual” – em dois trabalhos feitos na mesma região, o Nóstos e o Loess, o último contemplado com o Prêmio Diário Contemporâneo de 2015 e que este ano será reexibido como parte da Coleção do projeto.

Do centro urbano de Abaetetuba, onde viveu perto dos pais e de oito irmãos do final dos anos 1960 até meados de 1990, Marise sempre retornava com a mãe à ilha de Maracapucu Miri, pois o desejo de ver os filhos se educarem formalmente na cidade era tão grande quanto a saudade que ela sentia do lugar no qual nascera, deixara parentes e aprendera o ofício da coleta de produtos como o açaí e da pesca de peixes e camarões regionais.

Dessas primeiras memórias até o começo do trabalho como artista o trajeto foi longo e passou por um casamento, o nascimento e a criação dos dois filhos, a aprovação num concurso público para trabalhar noutro município do interior e depois a transferência para capital, a graduação no curso de Geografia, o estudo de fotografia por meio de oficinas e uma nova formação na faculdade de Artes Visuais, entre outras experiências que jamais poderão ser resumidas num parágrafo.

Em meio à intensidade de tantas vivências, manteve o hábito de retornar com frequência à Maracapucu Miri, lugar em que expressou por meio da fotografia, do vídeo e da perfomance a relação do corpo com o tempo, com o ambiente e a história, que produzem a identificação dessa “persona ribeirinha que resiste ao cotidiano urbano da cidade de Belém”.

“Hoje eu me sinto como se ter ido fosse necessário para voltar” (Gilberto Gil)

 Foi da nostalgia – “prazerosa, não triste”, explica –  desses reencontros com a ilha que o “Nóstos” foi criado.

Posteriormente exibido na mostra “Pequenas cartografias (e 2 performances)” do Prêmio Diário em 2013, o trabalho identifica o próprio corpo de Marise com o corpo de uma árvore de mututi, encontrado próximo a um igarapé.

“Em um de meus retornos à ilha do Maracapucu Miri, me deparei com o velho pé de mututi que emerge do leito do igarapé. Sua aparência esguia e sinuosa revelada pela maré baixa me suscitou a aparência de um corpo feminino desnudo. Com essa constatação quis eternizar minha existência naquela árvore, pelo que cosi suas vestes e com ela envolvi seu corpo e deixei-a no seu lugar de sempre resistindo ao regime cordato das marés. Chegará o dia em que o velho pé de Mututi quedar-se-á no leito do igarapé em obediência a lei que rege qualquer ser vivo”, relata Marise no dossiê de apresentação do trabalho.

Loess, de Marise Maues
Loess, de Marise Maues

A árvore, que segue vestida e em pleno processo de transformação pelas variações no clima, as inter-relações do ecossistema e das mudanças pelo tempo, continua a ser periodicamente fotografada pela artista.

“A árvore representa o meu corpo que está sofrendo a intempérie. É o meu corpo que está lá”, comenta.

“Um homem nunca é o mesmo, permitido-lhe uma existência”

Décadas depois de se mudar a Belém e, diante de uma vida que inclui ser mulher e sustentar afetiva e financeiramente  a família, Marise conta que, certo dia, depois de uma discussão que poderia ser banal em sua rotina, teve o corpo tomado pela reflexão “que corpo é esse que eu carrego comigo?”.

Do questionamento à performance, o intervalo incluiu apenas o retorno à ilha da sua história, na qual se propôs a ficar, dessa vez com o próprio corpo, por sete horas ininterruptas no leito de um igarapé, com a finalidade de receber se expor aos regimes de enchente e vazante da maré. Para isso, vestiu-se de branco, cor sujeita a mudanças pela influência das águas características da região e do tempo que as rege.

“Adentrar em um igarapé em um ato performático, passível a ação de agentes naturais possibilitou a materialização imagética de ter meu corpo tecido em camadas que se sobrepunham com o passar das horas, utilizando como cenário o lugar que me viu nascer, crescer e com quem até hoje tenho laços estreitos de convivência, portanto um lugar de afeto”, relata.

Deu ao trabalho o nome de “Loess”, conceito trazido da geologia para definir um tipo de solo arenoso, inconsistente, sedimentado, como referência ao corpo atual e uma reflexão sobre a fragmentação do homem contemporâneo como “ser Loess” – formado por múltiplas identidades em constante processo de modificação.

A OBRA “LOESS” INTEGRA A COLEÇÃO DIÁRIO CONTEMPORÂNEO DE FOTOGRAFIA, EXIBIDA NESTA VII EDIÇÃO.

Encontro com Gui Mohallem e a fotografia na direção do medo

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Por: Debb Cabral

O artista mineiro Gui Mohallem participou de um encontro com o público paraense na noite de 13 de maio, na varanda do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. Na ocasião falou sobre seu trabalho e como ele está mudando, com uma transição em processo. Se antes Gui era a pessoa que ia para longe e voltava para contar uma história, hoje ele é a pessoa que conta a história sobre o seu cotidiano.

Foto: Irene Almeida
Foto: Irene Almeida

O público estava muito interessado em saber sobre o seu processo criativo e o artista foi especificando seu modo de atuar em cada projeto. Sobre a produção da série Welcome Home ele destacou: “para mim a fotografia naquela época tinha uma relação muito forte com o desejo. Então eu ficava muito envergonhado quando alguém sabia da minha fotografia, por que assim ela sabia o meu desejo”.

A perda do medo e a aceitação da vulnerabilidade estão presentes em seus trabalhos, ora evidentes, ora mais ocultos. Diante disso ele se questionava “como uma experiência tão pessoal pode ser relevante para o outro?”. Suas inquietações pessoais provocavam inquietações no público que passava também a refletir sobre a sua atuação. “A fotografia, para mim, vem de uma necessidade, de precisar fotografar algo mesmo que eu não saiba o porquê”, observou.

Ao final, o fotógrafo encorajou o público a ir na direção de seus medos e a sair da sua zona de conforto, seja na técnica quanto no conceito. “Talento tem muito mais a ver com a pessoa celebrar os próprios erros do que com uma habilidade inata”, finalizou.

Encontro com Eugênio Sávio ocorre nesta quarta (18)

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Por: Debb Cabral

Eugênio Sávio falará sobre seu trabalho como fotojornalista, produtor cultural do projeto Foto em Pauta e curador do Festival de Fotografia de Tiradentes. O evento ocorre dia 18 de abril, às 19h, na Varanda do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. A entrada é franca.

Shenyang, China. Foto: Eugênio Sávio
Shenyang, China. Foto: Eugênio Sávio

O ARTISTA
Eugênio Sávio é professor de fotografia na PUC Minas. Jornalista pela UFMG. Mestre em Comunicação e Cultura pela UFRJ. Há 25 anos trabalha como fotógrafo na área editorial. Como fotojornalista, colaborou com diversas publicações, jornais, revistas, agências internacionais. Fez a cobertura das Olimpíadas de Pequim, 2008 e de cinco Copas do Mundo de Futebol. Como produtor cultural, atuou em 12 estados brasileiros com o projeto Foto em Pauta, lançado em 2004. É o produtor e curador geral do Festival de Fotografia de Tiradentes, realizado desde 2011.

>> Confirme presença no evento

SERVIÇO: Encontro com Eugênio Sávio nessa quarta. Data: 18 de maio de 2016. Horário: 19h. Local: Varanda do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas (Praça Frei Caetano Brandão s/n – Cidade Velha). Entrada franca. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale; apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA, Sol Informática e Museu da UFPA. Informações: Rua Aristides Lobo, 1055 (entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Rui Barbosa) – Reduto. Contatos: (91) 3355-0002; 98367-2468; premiodiario@gmail.com, contato@diariocontemporaneo.com.br e www.diariocontemporaneo.com.br.

Diário Contemporâneo na 14ª Semana de Museus

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Por: Debb Cabral

A 14ª Semana dos Museus do IBRAM traz como tema “Museus e Paisagens Culturais” e ocorrerá no período de 16 a 22 de maio em todo o território nacional.

semana de museus

O Espaço Cultural Casa das Onze Janelas e o Museu da UFPA, parceiros do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, estarão com programações especiais nessa ocasião, contando com oficinas, palestras e encontros.

As mostras do Diário Contemporâneo já estão em curso e no dia 18 de maio, Dia Internacional dos Museus, elas estarão abertas para visitação em horário ampliado, até às 21h, sempre com entrada franca.

Confira a programação do Museu da UFPA e acompanhe a do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas em sua página no Facebook. Além disso, é possível encontrar a programação nacional completa no site da 14ª Semana de Museus.

Não deixe de participar!

Selecionados para o Workshop “Na Direção do Medo”, com Gui Mohallem

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Por: Debb Cabral

A proposta de Gui para o workshop é convidar os participantes a dar um mergulho interior em busca de suas dificuldades e medos e, por meio de uma produção imagética, se aprofundar em direção às suas questões mais internas. Autoras e autores de trabalhos viscerais, como Nan Goldin, Francesca Woodman, Lawrence Demaison, Robert Frank, também serão discutidos.

Welcome Home, de Gui Mohallem
Welcome Home, de Gui Mohallem

No dia 13/05 (sexta-feira), às 19h, haverá um Encontro com o artista na Varanda do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. O evento é aberto a todos e tem entrada franca.

Os selecionados devem confirmar sua participação no workshop até o dia 12/05 (quinta-feira), através do retorno ao email que já foi enviado. Caso não haja confirmação, será considerado desistência. Confira a lista:

1.      Adan Bruno Costa da Silva

2.      Amanda Barros Melo

3.      Ana Maria de Oliveira Mokarzel

4.      Beatriz Morbach

5.      Benelton da Costa Lobato

6.      Débora Cinthia Rodrigues Monteiro

7.      Desiree Costa Giusti

8.      Diego Arruda Ventura

9.      Felipe Barata Amaral

10.  Felipe Samir Tavares Damasceno

11.  Íris Letiere

12.  Isabela Guimarães Guerra Leal

13.  Lucia Gomes

14.  Maria Luiza Teodoro Guimarães

15.  Martín Pérez Garcia

16.  Myrna Castelo Reis

17.  Nilson Damasceno (Técnico Educador do MEP)

18.  Pedro Oliveira e Silva Sampaio

19.  Tarcisio Gabriel

20.  Tiago Tscha Arrais

Diário Contemporâneo realiza Encontro com Gui Mohallem

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Por: Debb Cabral

Os trabalhos mais recentes de Gui Mohallem serão tema de uma conversa informal com o artista pela programação do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. O evento ocorre no dia 13 de abril, às 19h, na Varanda do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, com entrada franca.

A série “Welcome Home”, foi selecionada na edição de 2013 do Projeto. Em 2012 ela já havia virado livro através de publicação independente. As fotos são o registro do “Beltane”, uma celebração ocorrida no interior dos Estados Unidos entre o equinócio da primavera e o solstício de verão. Nas palavras do curador Gabriel Bogossian, “em tudo o festival remete aos silenciosos ciclos naturais, desde o momento obscuro das sementes até a nova floração. Este é o lugar em que se festeja; é daí que vêm essas imagens. O fotógrafo se põe no meio da entrega sensual, da partilha da comida; se põe ali, com passos de libélula, contemplando a celebração (e portanto está fora) e participando da sua construção (e portanto está dentro), ao mesmo tempo”.

Welcome Home. Foto: Gui Mohallem
Welcome Home. Foto: Gui Mohallem

O trabalho “Tcharafna” vem da busca do artista pela história da família de seu pai, no Líbano. Segundo o artista, “o ponto de partida foi um poema que meu pai ouviu antes de sair do Líbano, em 1952. Repetiu três vezes para mim. Nos versos, a emigração se confunde com morte. O retorno à pátria se mistura com luto. Tcharafna é o que se diz quando se conhece uma pessoa, como um ‘prazer em conhecê-lo’. A tradução literal seria ‘estamos honrados’. Honra é um conceito ambivalente. Em seu nome, um homem pode matar”. Em 2014, “Tcharafna” se transformou também em um livro, publicado pela Pingado-prés.

>> Confirme presença no evento

A série “Terra” segue uma investigação filosófica feita pelo artista. Gabriel Bogossian, que fui curador da individual em São Paulo, observou que “diferente das séries anteriores do artista, produzidas durante viagens para lugares específicos, o conjunto de fotos e vídeos exibidos aqui tem origem em contextos distintos. São obras que já não anunciam a descoberta de um lugar sagrado; não se trata mais da busca por um lugar de pertencimento – uma terra prometida. Estas paisagens surgem, ao contrário, de uma crise do território, ao mesmo tempo pessoal e política. São a terra que temos, fragmentos da busca pelos nossos lugares – de origem, de destino – insistentemente perseguidos”.

WORKSHOP INTEGRA A PROGRAMAÇÃO

Gui Mohallem também estará em Belém para ministrar o workshop “Na direção do Medo”, nos dias 14 a 15 de maio. A ação formativa, que já está com as inscrições encerradas, teve suas vagas amplamente disputadas. A proposta de Gui para o workshop é convidar os participantes a dar um mergulho interior em busca de suas dificuldades e medos e, por meio de uma produção imagética, se aprofundar em direção às suas questões mais internas. Autoras e autores de trabalhos viscerais, como Nan Goldin, Francesca Woodman, Lawrence Demaison, Robert Frank, também serão discutidos.

O ARTISTA

Gui Mohallem vive em São Paulo. É graduado em Cinema e Vídeo pela ECA/USP. Expôs pela primeira vez em uma individual em Nova York em 2008. Nos anos seguintes, teve exposições no MuBE, no Sesc Pompéia e nas galerias Olido, Babel, Baró Cruz, Luciana Carevello e Emma Thomas. Expôs também nos EUA, na Islândia e na Estônia, participou do programa “Descubrimientos”, do Photoespaña e do 18º Festival Sesc_Videobrasil. Em 2011 ganhou o 2º lugar no prêmio Conrado Wessel. Participou de programas de residência artística em São Paulo e em Beirute, no Líbano. Tem dois livros publicados, ‘Welcome Home’, 2012, publicado independentemente e ‘Tcharafna’, de 2014, publicado pela Pingado-prés. Foi palestrante nos principais festivais de fotografia do país, como Paraty em Foco e Foto em Pauta. Suas obras estão em importantes coleções como: Itaú Cultural, Luiz Chrysostomo, Nilo Cecco, Fernando Abdalla, Alfredo Setúbal, entre outros.

AS EXPOSIÇÕES DO DIÁRIO CONTEMPORÂNEO

A sétima edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é dedicada especialmente à constituição oficial da Coleção de Fotografias do Projeto, exibida no Museu da UFPA e no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas até 19 de junho, contando com 46 trabalhos todas as regiões do país. Também faz parte da programação desta edição a exposição “Belém: ressacas, heranças”, que reúne trabalhos de oito artistas atuantes em Belém, os quais apresentam um olhar mais crítico em relação à cidade.

SERVIÇO: Diário Contemporâneo realiza Encontro com Gui Mohallem. Data: 13 de maio de 2016. Horário: 19h. Local: varanda do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas (Praça Frei Caetano Brandão s/n – Cidade Velha). Entrada franca. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale; apoio institucional do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/SECULT-PA, Sol Informática e Museu da UFPA. Informações: Rua Aristides Lobo, 1055 (entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Rui Barbosa) – Reduto. Contatos: (91) 3355-0002; 98367-2468; premiodiario@gmail.com, contato@diariocontemporaneo.com.br e www.diariocontemporaneo.com.br.

Abertas as inscrições para oficina de fotojornalismo com Eugênio Sávio

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Por: Debb Cabral

Na era da imagem digital a oficina “Fotojornalismo em tempos de transformação”, com o fotógrafo mineiro Eugênio Sávio, pelo Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, vem debater os novos dilemas da profissão. A ação formativa ocorrerá nos dias 19 e 20 de maio, das 09 às 12h e das 15 às 18h, já no dia 21 de maio será somente das 09 às 12h, no auditório do Museu de Arte Sacra. O público-alvo são fotógrafos com breve experiência na área do fotojornalismo. As inscrições, que são gratuitas, seguem abertas até dia 13 de maio e serão feitas via ficha de inscrição disponível no site www.diariocontemporaneo.com.br e envio de portfólio em PDF com 10 imagens para o email contato@diariocontemporaneo.com.br. As vagas são limitadas.

Shenyang, China. Foto: Eugênio Sávio
Shenyang, China. Foto: Eugênio Sávio

Segundo o artista, “a digitalização do processo de produção de fotografias e a evolução da internet provocaram uma enorme transformação na produção e distribuição no jornalismo. Mas e a fotografia? Como ela ficou diante de tantas mudanças? Esta oficina pretende refletir sobre o processo de produção de imagens nestes novos tempos”.

O primeiro dia do curso terá como foco a Fotografia Documental e o Fotojornalismo, conceitos e definições como os de jornalismo cidadão, jornalismo multimídia, fotojornalismo na internet, além de novas ferramentas como os fotolivros serão apresentados.  Já no segundo dia, a atividade será prática, com saída de campo e edição. A oficina encerra com montagem e apresentação dos resultados.

O ARTISTA

Eugênio Sávio é professor de fotografia na PUC Minas. Jornalista pela UFMG. Mestre em Comunicação e Cultura pela UFRJ. Há 25 anos trabalha como fotógrafo na área editorial. Como fotojornalista, colaborou com diversas publicações, jornais, revistas, agências internacionais. Fez a cobertura das Olimpíadas de Pequim, 2008 e de cinco Copas do Mundo de Futebol. Como produtor cultural, atuou em 12 estados brasileiros com o projeto Foto em Pauta, lançado em 2004. É o produtor e curador geral do Festival de Fotografia de Tiradentes, realizado desde 2011.

EXPOSIÇÕES DO DIÁRIO CONTEMPORÂNEO

A sétima edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é dedicada especialmente à constituição oficial da Coleção de Fotografias do Projeto, exibida no Museu da UFPA e no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas até 19 de junho, contando com 46 trabalhos todas as regiões do país. Também faz parte da programação desta edição a exposição “Belém: ressacas, heranças”, que reúne trabalhos de oito artistas atuantes em Belém, os quais apresentam um olhar mais crítico em relação à cidade.

SERVIÇO: Abertas as inscrições para oficina de fotojornalismo com Eugênio Sávio. A ficha de inscrição e as informações completas estão disponíveis no site www.diariocontemporaneo.com.br. Inscrições até 13 de maio. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional da Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, Sol Informática e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA). Informações: Rua Aristides Lobo, 1055 (entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Rui Barbosa) – Reduto. Contatos: (91) 3355-0002, 98367-2468, premiodiario@gmail.com e contato@diariocontemporaneo.com.br.

Abertas as inscrições para workshop com Gui Mohallem

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Por: Debb Cabral

Um convite para investigar a si mesmo. Assim é o workshop “Na direção do Medo”, com o artista mineiro Gui Mohallem, pelo Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. A ação formativa ocorrerá nos dias 14 e 15 de maio, das 09 às 13h, no auditório do Museu de Arte Sacra. O público-alvo são os artistas e fotógrafos que estejam interessados em aprofundar questões pessoais em sua produção. As inscrições, que são gratuitas, seguem abertas até dia 06 de maio e serão feitas via ficha de inscrição disponível no site www.diariocontemporaneo.com.br. As vagas são limitadas.

Gui Mohallem *Espelho Manchado
Gui Mohallem * Espelho Manchado

Segundo o artista, “neste workshop, os participantes são convidados a dar um mergulho interior em busca de suas dificuldades e medos e, por meio de uma produção imagética, se aprofundar em direção às suas questões mais internas. Autoras e autores de trabalhos viscerais, como Nan Goldin, Francesca Woodman, Lawrence Demaison, Robert Frank, também serão discutidos”.

A primeiro dia do curso, que tem como pré-requisito “coragem e coração aberto”, terá como foco atividades em grupo e individuais, discussão de processo criativo e atividade prática. Já no segundo dia, o destaque será para a avaliação da produção dos alunos e discussão de referências.

O ARTISTA

Gui Mohallem vive em São Paulo. É graduado em Cinema e Vídeo pela ECA/USP. Expôs pela primeira vez em uma individual em Nova York em 2008. Nos anos seguintes, teve exposições no MuBE, no Sesc Pompéia e nas galerias Olido, Babel, Baró Cruz, Luciana Carevello e Emma Thomas. Expôs também nos EUA, na Islândia e na Estônia, participou do programa “Descubrimientos”, do Photoespaña e do 18º Festival Sesc_Videobrasil. Em 2011 ganhou o 2º lugar no prêmio Conrado Wessel. Participou de programas de residência artística em São Paulo e em Beirute, no Líbano. Tem dois livros publicados, ‘Welcome Home’, 2012, publicado independentemente e ‘Tcharafna’, de 2014, publicado pela Pingado-prés. Foi palestrante nos principais festivais de fotografia do país, como Paraty em Foco e Foto em Pauta. Suas obras estão em importantes coleções como: Itaú Cultural, Luiz Chrysostomo, Nilo Cecco, Fernando Abdalla, Alfredo Setúbal, entre outros.

SERVIÇO: Abertas as inscrições para workshop com Gui Mohallem. As inscrições são feitas pelo site www.diariocontemporaneo.com.br até 06 de maio. O Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é uma realização do jornal Diário do Pará, com patrocínio da Vale, apoio institucional da Casa das Onze Janelas, do Sistema Integrado de Museus/ Secult-PA, Sol Informática e Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA). Informações: Rua Aristides Lobo, 1055 (entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Rui Barbosa) – Reduto. Contatos: (91) 3355-0002, 98367-2468, premiodiario@gmail.com e contato@diariocontemporaneo.com.br.

Provocações, potências e inquietações na oficina de Fernanda Grigolin

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Por: Debb Cabral

As manhãs de 21 a 24 de abril tiveram como destaque a realização da oficina “A fotografia no livro em três ações: produzir, editar e circular”, com a fotógrafa curitibana Fernanda Grigolin, pelo VII Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.

Fotos: Irene Almeida
Fotos: Irene Almeida

Na ação formativa a artista falou sobre sua trajetória artística e as pesquisas que vem realizando. “O Prêmio foi a primeira exposição em que fui selecionada na vida. É muito especial estar aqui”, comentou Fernanda. A oficina trabalhou a aproximação entre a fotografia e o livro, uma alternativa ao formato tradicional de exposição e que também funciona como um exercício de edição. “Eu me dei conta de que a criação, no campo da fotografia, não se esgota na produção da imagem”, observou o fotografo Patrick Pardini, participante da oficina.

Os presentes puderam conhecer, em primeira mão, os livros que compõem a biblioteca do Projeto, integrada a Coleção sob a guarda do Museu da UFPA. Os livros ficaram na mesa de trabalho da oficina e foram assunto de vários debates, tanto em relação às suas propostas, quanto às novas possibilidades que os formatos diferenciados proporcionam. “A exposição sempre termina e a publicação é o que vai ficar do trabalho”, acrescentou o fotografo Alberto Bitar, também participante da oficina. Para o público, ter um livro é ter uma ligação mais próxima com o artista.

Fernanda mostrou que o formato e o suporte tem que dialogar com o processo e a proposta de cada autor. Assim, os participantes puderam olhar e questionar suas próprias produções. O exercício de montar um livro a partir de apenas uma folha de papel mostrou que a fotógrafa tinha como objetivo trazer inquietações e não dar respostas prontas ou “formulas do sucesso”.

A partir das necessidades individuais, vários mini livros surgiram e questões como formato, proposta, conceito e solução foram pensadas. A edição, produção e circulação foram pautadas sob a perspectiva da autonomia e da horizontalidade. “O artista contemporâneo já não se contenta em produzir obras, mas em prescrever sentidos”, disse Fernanda, que indicou pesquisadores da área e textos de referência.

O livro é uma potência política do artista, por isso a fotógrafa encorajou os participantes a acreditarem em seus trabalhos, insistir neles e não abandona-los. Fazer com que o livro exista. A partir dessa ideia ela observou que a montagem é o que une a poesia à fotografia e dá, ao livro, força para construir significados.

EXPOSIÇÕES DO DIÁRIO CONTEMPORÂNEO

A sétima edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é dedicada especialmente à constituição oficial da Coleção de Fotografias do Projeto, exibida no Museu da UFPA e no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas até 19 de junho, contando com 46 trabalhos todas as regiões do país. Também faz parte da programação desta edição a exposição “Belém: ressacas, heranças”, que reúne trabalhos de oito artistas atuantes em Belém, os quais apresentam um olhar mais crítico em relação à cidade.

Biblioteca do Diário Contemporâneo foi destaque no encontro com Fernanda Grigolin

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Por: Debb Cabral

No último sábado (23), o público pode conhecer os livros que constituem a biblioteca do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia. A ação é uma parceria entre o Projeto, o Museu da UFPA e a Tenda de Livros, da artista curitibana Fernanda Grigolin.

Fotos: Lana Machado
Fotos: Lana Machado

Na ocasião, Mariano Klautau Filho, curador do projeto, apresentou Fernanda e observou que objetivo do encontro era, “a partir de uma conversa informal, criar mais um laço com as pessoas que acompanham o Prêmio”.

É o início de uma série de novos desdobramentos do Diário Contemporâneo. Fernanda contou que “a seção de livros foi pensada como um lugar de tensão entre a exposição e a biblioteca”. A escolha dos títulos vem de uma tentativa de mapear a produção nacional. Além disso, “a biblioteca é muito feliz em tentar parear a produção dos homens e das mulheres”, acrescentou. A artista apresentou os livros selecionados, mas também observou o que falta, tanto em relação temática, quanto em relação a geografia.

A Tenda de Livros também teve espaço no debate, chamando a atenção para o seu modo de atuação que busca sempre criar um ambiente pensado para a circulação dos livros e das pessoas. Um espaço de trocas e encontros.

O livro de artista é uma obra que tem como destaque a questão da portabilidade, a qual rompe com os padrões tradicionais de exposição da arte. Os livros da Coleção Diário Contemporâneo de Fotografia foram exibidos em mesas e o público presente pôde ter esse primeiro contato com a biblioteca do Projeto, bem como dialogar com seus propositores e alguns artistas que também estiveram presentes no evento.

>> Participantes da biblioteca da Coleção Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia

01. Abrasiva (Rio de Janeiro/RJ)

02. Adriel Visoto (Campinas – SP/Brasópolis – MG)

03. Alberto Bitar (Belém/PA)

04. Amália Barrio e Cuadra (Campinas-São Paulo/SP)

05. Ana Lira (Recife/PE)

06. Andre Penteado (São Paulo/SP)

07. Amanda Texeira (Porto Alegre/RS)

08. Azulejo Arte Impressa (Porto Alegre / RS)

09. Camila Otto e André Hauck (Belo Horizonte/MG)

10. Carine Wallauer (Porto Alegre/RS)

11. Carolina Cattan (Rio de Janeiro/RJ)

12. Claudia Zimmer (Florianópolis/SC)

13. Edições Tijuana (São Paulo/SP)

14. Elaine Pessoa (São Paulo/SP)

15. Fabio Morais (São Paulo/SP)

16. Felipe Russo (São Paulo/SP)

17. Fernanda Grigolin (Campinas – São Paulo /SP)

18. Franciele Favero (Florianópolis/SC)

19. Francisco Costa Lima (Manaus/AM)

20. Guilherme Gerais (Londrina/PR)

21. Ionaldo Rodrigues (Belém /PA)

22.João Castilho (Belo Horizonte/MG)

23. José Diniz (Rio de Janeiro/ RJ)

24. Jonathas de Andrade (Recife/PE)

25.Pingado Prés (São Paulo/SP)

26. Plataforma Par(ent)esis/ Regina Melim (Florianópolis/SC)

27. Kamikaze (São Paulo/ SP)

28. Laura Del Rey e Alziro Barbosa (São Paulo/ SP)

29. Letícia Lampert (Porto Alegre/RS)

30. Lila Botter e Rafaela Jemmene (São Paulo/SP)

31. Luana Navarro (Curitiba, PR)

32. Lucia Mindlim Loeb (São Paulo/SP)

33. Mariana David (Salvador/ Bahia)

34. Paula Sampaio (Belém/PA)

35.Rafael Adorján (Rio de Janeiro/RJ)

36. Rony Maltz (Rio de Janeiro/RJ)

37. Savant Editora (Brasília/DF)

38. Silvino Mendonça (Brasília/DF)

39. Walda Marques (Belém/PA)