A 4ª edição do Prêmio Diário oferece a alunos e professores, a arte contemporânea como ferramenta educativa, com dicas e instruções para levar para dentro da escola, as ações utilizadas pelos mediadores durante as visitas às exposições.
“Foi uma maneira que encontramos para melhor compartilhar e contribuir com o professor. Os materiais educativos relacionados à arte são muito raros e, na maioria das vezes, os professores não têm como reproduzir em sala de aula o que vivenciam na galeria, quando participam de visitações como as que estão sendo oferecidas pelo Prêmio Diário. Então resolvemos ser didáticos. Todo o conteúdo explicativo e as informações sobre as mostras, obras, artistas e programação, desta quarta edição, estão aqui. Estamos fornecendo ao educador a ferramenta completa”, explica Heldilene Reale, coordenadora da Ação Educativa do IV Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.
Inovadora, com uma abordagem dinâmica e diferenciada, a visitação nos espaços da Casa das Onze Janelas e do Museu da UFPA, onde estão as exposições do Prêmio, serão entremeadas com de jogos e outras maneiras de instigações, conduzidas por jovens mediadores. A ideia é construir relações educativas entre o professor e a sala de aula; os alunos e o mediador; as obras e todos os pontos do processo de exposição.
Para que o professor possa dar retorno após a visitação, o evento também está disponibilizando no site – www.diariocontemporâneo – um formulário para ser preenchido. “Convidamos todos a participar disso. Acessando o site os professores vão encontrar uma ficha cadastral, onde pedimos os dados da escola, mas também há outro formulário, para que seja feito um relato de experiência. Este deverá ser preenchido pelo educador que esteve na galeria. Queremos saber de educador sua opinião, buscar sugestões, interagir mais. A partir dos relatos poderemos melhorar ainda mais nossas atividades”, diz Heldilene.
Estudantes de artes visuais na mediação
Este ano, no que depender da equipe de mediadores, a ação educativa dentro do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, será um marco. Eles trabalharam bastante para atender um público diverso. Os 12 jovens, alunos de cursos de graduação em artes visuais, que fazem parte da equipe de mediadores, serão responsáveis em conduzir as dinâmicas de visitação.
“Conhecemos com antecedência as obras, os artistas e todos os envolvidos. Este ano, isso fez toda a diferença para um melhor atendimento ao público. Esse preparo vem evoluindo e isso é muito bom para todos nós. Em 2010, fomos apenas selecionados e eu, que já trabalhava na mediação no Museu da UFPA, entrei pra equipe do Prêmio, mas desta vez houve uma qualificação”, diz Lucilainy Sampaio.
Ademilton Azevedo Júnior cursa o 3º semestre e participa pela primeira vez da programação. “Estou gostando muito de estar nesta mediação. O evento é muito rico em informação de arte. Agrega artistas de outros locais e assim podemos ter um panorama brasileiro da arte contemporânea em fotografia, que é o foco do prêmio”, diz.
Naiara Jinknss, também na equipe, confessa que já tinha participado de processos de mediação em outros processos, mas que acabou não se interessando. Cursando o último semestre do curso de artes visuais, ela diz que encontrou no processo de ação educativa do Prêmio Diário, um novo estímulo.
“Está havendo uma direção bem diferente aqui. É muito interessante desmistificar a ideia de que este tipo de trabalho só é encontrado dentro do museu. As experiências nesses espaços podem ser levadas pra dentro da tua vida e da escola, principalmente, onde está a formação. Nos espaços expositivos, através de jogos, você desperta interesse nas pessoas por fotografia”, diz Naiara.
Capacitação – Heldilene, que fez o treinamento dos jovens, diz que os monitores estão preparados para dar informações e dialogar com o público sobre arte contemporânea, mas principalmente discorrer sobre o conteúdo artístico encontrado nas obras em exposição.
“Eles receberam capacitação, fizemos um diálogo compartilhado, e até para a formatação do material que os professores estão recebendo, eles contribuíram. Além disso, de alguma forma, percebo que os jovens mediadores também estão entendendo que podem trabalhar mais desta forma, em diversas outras ações que podem vir no futuro deles. Isso aqui não deixa de ser também uma formação. Daqui pra frente, eles estarão muito mais seguros para trabalhar com isso dentro de outros espaços culturais”, finaliza Heldilene.