Os debates sobre as obras apresentadas nesta edição do Diário Contemporâneo de Fotografia continuam nesta quarta-feira (1°), às 20h, no canal do YouTube, no Diálogos DCF #9. O bate-papo online reunirá os artistas Denise Gadelha (PA/SP), Victor Galvão (MG/SP) e Wilka Salles (MA/PA), com mediação de Heldilene Reale, do comitê científico, e Mariano Klautau Filho, coordenador geral do DCF. A partir de uma pergunta revelada no momento da atividade, os artistas são convidados a debater com o público sobre as motivações por trás dos trabalhos e o processo criativo.
As obras de Denise Gadelha e Victor Galvão integram a mostra “Pulsões”, que esteve em cartaz no Museu da UFPA e continua disponível em nossa mostra virtual. “Uroboro”, de Denise Gadelha, é uma videoarte que constrói camadas de som e narrativa em espiral e plano-sequência a partir da imagem de uma ruína. O som é o protagonista, se sobrepondo em camadas oscilantes, enquanto o cenário muda a cada cena, numa lógica em que o mesmo é sempre outro. “Por se tratar da filmagem de uma ruína construída, o poder evocativo se abre a simbolismos diversos, sobretudo às marcas da herança colonial. O presente se alimenta do passado, propagando o eterno retorno, assim como o mito da serpente que devora a si mesmo pela cauda”, explica Denise sobre o nome da obra.
Victor Galvão integra a mostra com três obras: a série “Progresso” e os vídeos “Erosão” e “Correspondências”. A primeira, em formato de cartaz, é um relato existencial sobre a crise no espaço urbano. “Erosão”, por sua vez, é construída a partir de uma sequência de fotografias em 35mm, registradas na região portuária do Rio de Janeiro, em 2014. De acordo com o artista, o trabalho é “a narrativa ficcional de uma personagem anônima que atravessa uma paisagem decadente, descrevendo a estranha forma que se sente consumir por aquele ambiente”.
Já os vídeos que formam “Correspondências” mostram fragmentos da troca de correspondências entre Victor e o amigo e também artista Randolpho Lamonier, durante o período de maior isolamento social, causado pela pandemia. “As narrativas visuais e os textos, ao passo que revelam certo desamparo diante do futuro, assumem uma força poética de mútuo acolhimento pelos fortes laços de amizade”, destaca o curador Mariano Klautau Filho.
A arte de Wilka Sales integrou a mostra “Desejos pessoais, pulsões coletivas – Quando as imagens tomam posição”, que foi apresentada na Casa das Onze Janelas. A obra “No pôr do sol, a cigarra voa reto” é construída com a utilização de vários materiais que revelam delicadeza e beleza com uso de fragmentos de galhos e páginas de papel, fotografias e escritos de memórias genealógicas, em um processo definido por ela como “escanear poiéticas das poéticas”. Assim se estabeleceu “um espaço de conversas entre sistemas autopoiéticos dos seres vivos, para além do visível, para além da memória imaterial, material, orgânica e biológica estabelecidas pela relação social entre corpo, memória e lugar”, define a artista.
O Diálogos DCF – A programação é um espaço de reflexões a respeito das obras apresentadas na edição 2021 do Diário Contemporâneo de Fotografia. O modelo de conversa virtual permite que o público interaja com os artistas. A programação é organizada pelo comitê científico formado por Sávio Stoco, Ceci Bandeira e Heldilene Reale.
O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da Sol Informática.
Serviço
Diálogos DCF #9
01/12 (segunda-feira), às 20h
Com Denise Gadelha (PA/SP), Victor Galvão (MG/SP) e Wilka Salles
Mediadores: Heldilene Reale e Mariano Klautau Filho
Canal do YouTube: Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia