Selecionada no Prêmio, Patrícia Gouvêa lança livro

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Imagem de Patrícia Gouvêa e Isabel Löfgren, da série Rotas de Fuga, selecionada no III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.

Fundadora do Ateliê da Imagem Espaço Cultural, no bairro da Urca, no Rio de Janeiro, Patrícia Gouvêa está em Belém, participando do III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, para o qual foi selecionada. Aproveitando sua passagem pela cidade, ela lança, nesta sexta-feira, 30,no primeiro Café Fotográfico do ano, evento promovido pela Associação Fotoativa, o livro “Membranas deLuz”, a partir das 18h, no Instituto de Artes do Pará.

“Membranas de Luz: os tempos na imagem contemporânea” é fruto da pesquisa de mestradoem Comunicação e Cultura pela ECO/UFRJ da fotógrafa, com orientação de Katia Maciel,artista, professora da UFRJ e pesquisadora do CNPq.

“O livro saiu ano passado no Rio pela Azougue Editorial, editora dirigida por Sergio Cohn,que vem fazendo um excelente trabalho de pesquisa e publicações na área de cultura epensamento. O conceito de TEMPO e seus múltiplos desdobramentos e experiências constituium eixo na minha pesquisa com fotografia e outros suportes”, explica.

O bate papo com a autora será norteado por este conceito que, de acordo com a resenhaescrita por Eurípedes G. da Cruz Junior, pesquisador do IBRAM, que trabalha no MuseuNacional de Belas Artes, a autora desconstrói a noção de tempo congelado, morte do fluxo, derivados do instantâneo ou da pose, senhores absolutos dos domínios da linguagemfotográfica, existente de forma conceitual nas pessoas.

“Em Membranas de Luz, a artista Patrícia Gouvêa desconstrói essas noções como pretexto e ponto de partida para levar o leitor além da superficialidade, instiga-lo a refletir, junto com ela, sobre transcendências – sair da mera reação às imagens para a experiência das mesmas, em especial aquelas que “nascem sob o signo da necessidade, as imagens apresentadas pela arte,que estimulam a inteligência poética e a reflexão crítica e filosófica sobre o mundo”, afirma Eurípedes.

O encontro fotográfico também vai ser uma boa oportunidade para conversar com Patrícia sobre as obras que estão expostas na Mostra “Memórias da Imagem”, principal exposição do III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, aberta na última quarta-feira, na Casa das Onze Janelas.

Diário Contemporâneo – “Eu e Isabel Löfgren fomos selecionadas juntas com 2 obras de nossasérie e projeto em andamento Banco de Tempo, que gerou a exposição homônima em cartaz desde janeiro na Galeria do Lago/Museu da República (RJ). A exposição segue até 29 de abril e foi concebida para a “Série Duplas” da Galeria do Lago”, explica.

De acordo com ela, a série é formada de vídeo-instalações, fotografias e uma intervençãode texto nos bancos do Jardim da República, “fruto de uma imersão no local ao longo demais um ano, onde o desafio foi criar uma obra que fizesse o link entre o jardim e a galeria,e entre o Museu da República, ex-sede das residências dos presidentes da República, e acontemporaneidade”. No Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, as obras “Rotas de Fuga” e “LéctureSur L’herbe” são, respectivamente, um vídeo realizado em 3 canais e uma instalação comvídeo e fotografia.

“Estamos muito felizes com a seleção para o Prêmio e acho incrível que uma iniciativa como esta floresça fora do ‘eixão’ e que proponha uma visão sobre a fotografia que vá além da questão do suporte fotográfico, o que comprova que o Pará sempre esteve à frente nopensamento sobre a fotografia. Isso é comprovado pelas seleções anteriores da Keyla Sobral eda Roberta Carvalho, por exemplo. A curadoria do Prêmio está de parabéns!”, exalta.

Relação com Belém – Mas não é de hoje que o fluxo entre Patrícia e Belém do Pará vem transcorrendo. Miguel Chikaoka que a recebe nesta sexta-feira, pela Fotoativa, por exemplo, a conhece desde os anos 1990, quanto ela esteve em Belém fotografando o Círio de Nazaré e de quando fundou, em 1999, o Ateliê da Imagem.

“Hoje, o Ateliê é uma das principais referências brasileiras no ensino, produção e pensamentosobre a fotografia e a imagem. Nos últimos anos vem se destacando como produtora cultural”,diz Chikaoka. É lá que está em exposição, desde o início de março, a mostra “Symbiosis”, daartista visual Roberta Carvalho, à convite e com curadoria de Patrícia.

“Sempre organizamos exposições, mas neste segundo espaço pudemos ter umaGaleria permanente, um espaço que é um desafio, porque é um corredor, mas por issomesmo estimulante, porque não é um espaço sacralizado da arte como uma galeria dotipo ‘cubo branco’. Conheci o trabalho da Roberta no Festival Paraty em Foco ano passado e amei! Aí voltando de lá, ela passou no Ateliê para conhecer e a gente conversou, fiz o convite”, comenta a fotógrafa que já conhece mais da fotografia paraense.

Patrícia reconhece o forte movimento de fotografia do Pará, segundo ela, muito conhecido e citado no Rio e no Brasil todo. “Já estive em Belém fotografando o Círio e tive o prazer de conhecer o Chikaoka, Paula Sampaio (que me acolheu em sua casa), a Walda Marques, entre outros. Depois conheci o Guy Veloso, que se tornou um grande amigo, o Dirceu Maués, e recentemente a Roberta Carvalho, minha mais nova velha amiga”, finaliza.

Participe!

O Café Fotográfico com participação de Patrícia Gouveia, autora do livro: “Membranas daLuz – Os tempos na imagem contemporânea” é hoje, 30/03, no auditório do IAP, a partir das 18h. Visite também as mostras do III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia: “Memórias da Imagem”, na Casa das Onze Janelas, até dia 28 de maio, e “Para terde onde se ir”, do artista convidado Miguel Chikaoka, no Museu da UFPA. Tudo com entrada franca.

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