Fotografia documental no “Diálogos DCF”

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As artistas Ana Lira (PE), Marcela Bomfim (RO) e Ana Mendes (RS/PA) integram o último Diálogos DCF nesta segunda-feira (20), às 20h, bate-papo que vai ao ar no canal do YouTube do Diário Contemporâneo de Fotografia. A mediação é de Alexandre Sequeira, curador convidado da edição 2021, e Ceci Bandeira, do comitê científico do projeto. Desta vez estão em pauta a fotografia documental e povos brasileiros.

Narrativa visual sobre as Mulheres Pedreiras do Semiárido Nordestino
Terrane – Ana Lira, PE – Coleção DCF – Acervo Casa das Onze Janelas, Aquisição 2018.

Mostrando a trajetória das cisterneiras do semiárido brasileiro, a pernambucana Ana Lira convida a conhecer a realidade destas mulheres em “Terrane” (2018), no  formato de livro de artista. “Homens migravam para outras regiões em busca de trabalho e não retornavam. Ficavam mulheres e crianças à mercê de uma cultura que dificultava a atuação daquelas em profissões de construção, carpintaria, transporte. A Casa Mulher do Nordeste (CMN) é uma reação a essa cultura que as estagnava em trabalhos que não condiziam com o cenário socioeconômico da região”, relata a artista.

(Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta, de Marcela Bomfim

Marcela Bomfim, na série “(Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta” (2014/2016) apresenta populações negras na Amazônia. Para ela, mergulhar na história dessas pessoas significa conhecer parte fundamental da história do Brasil. O trabalho se localiza em Rondônia, quando ainda era território do Mato Grosso e do Amazonas. “À época, tais deslocamentos populacionais serviam à estratégia de exploração do ouro e à construção do “Forte Príncipe da Beira” (RO), entendido como área de ‘defesa’ das fronteiras territoriais. Uma marcante forma de “(in)visibilidade” ocorreu/ocorre no esteio de uma regionalização do Corpo Negro”, defende. 

Obra “Pseudo Indígenas”, foto digital com intervenção em tinta nanquim e carvão.

Ana Mendes, em “Pseudo-indígenas” (2019) buscar colocar em pauta o genocídio das populações indígenas no centro do debate racial. Ela teve vínculo estreito de convívio com alguns povos, numa documentação das vulnerabilizações dirigidas a esses corpos. “Sobretudo em suas próprias identidades na defesa de seus legados, memórias e territórios, demarcados na proposição reflexiva do ensaio, numa espécie de imagens-interferências”, diz. “Agora, reorganizadas no plano de dentro da fotografia e absorvidas em carvão e nanquim como um autêntico grito da floresta contra os violentos avanços de um modelo predatório de desenvolvimento e do próprio imaginário Brasil-Colônia”, completa.

O DCF é uma realização do jornal Diário do Pará e RBA com patrocínio da Alubar, Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), Sebrae-PA, apoio institucional do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM), Museu da Universidade Federal do Pará (MUFPA), e colaboração da  Sol Informática.

 

Serviço

Diálogos DCF #15
20/12 (quarta-feira), às 20h
Com Ana Lira (PE), Marcela Bomfim (RO) e Ana Mendes (RS/PA)
Mediadores: Alexandre Sequeira e Ceci Bandeira
Canal do YouTube: Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia

Visite a mostra virtual: www.diariocontemporaneo.com.br