Confira a entrevista com o artista:
Como foi o processo de criação do teu trabalho?
Uma coisa que norteia a minha produção artística é a possibilidade de trabalhar com o meu cotidiano, com o que está ao meu lado, ao meu alcance. Esse trabalho surgiu através da observação da cidade em que eu vivo e da transformação dessa paisagem urbana dessa cidade.
Eu sou de Niterói, do estado do Rio de Janeiro, e com o tempo vi que as construções foram se alterando. Uma coisa que me chamou atenção foram essas casas geminadas que sofriam a alteração de acordo com as necessidades de cada proprietário e se transformavam em coisas totalmente opostas, casas que originalmente eram idênticas, simétricas, se transformam, agora, em espaços/fachadas completamente diferentes. Foi aí eu comecei a registrar essas mudanças.
As tuas fotos tem um rigor bem documental. Como se dá isso?
Eu estabeleci alguns critérios e procurei sempre fotografar os ambientes sem a presença de seres humanos e interferências de veículos e outras coisas. É justamente para reforçar a questão das operações que aconteciam somente nas fachadas.
Essa série já se encerrou ou você ainda está trabalhando nela?
Eu encerrei a série em Niterói, mas eu pretendo fazer isso em outros bairros do Rio de Janeiro. Penso em talvez começar a conversar com as pessoas que habitam esses lugares e saber como é a vida delas, porque elas fizeram essas alterações nas residências.
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Criado em 2010, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto nacional que incentiva a cultura, a arte e a linguagem fotográfica em toda a sua diversidade.
As mostras “Tempo Movimento”, com trabalhos dos artistas premiados, selecionados e participações especiais, no Espaço Cultural Casa das 11 Janelas; e “Diante das cidades, sob o signo do tempo”, de Jorane Castro, artista convidada desta edição, no MUFPA; seguem com visitação aberta até o dia 28 de junho de 2015. A entrada é franca.