Texto: Debb Cabral
Corrida contra o tempo. Dar tempo ao tempo. Áureos tempos. No tempo do onça. Fechar o tempo. Lapso de tempo. Matar o tempo. Não ter tempo a perder. O tempo é cruel. O tempo não para. O tempo voa. Amarelados pelo tempo. É só uma questão de tempo. Só o tempo dirá. Tempo é dinheiro.
Quantos tempos tem o tempo?
Essa e outras questões nortearam a dinâmica do workshop “A fotografia no limite do tempo”, com Fernando Schmitt, que aconteceu no período de 22 a 25 de abril, no Instituto de Artes do Pará, pelo 5º Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia.
“Cercar o tempo é uma tarefa inglória, vamos transitar acerca do tempo”, explicou Fernando logo no primeiro encontro com os participantes. Professor e alunos coletaram referências (textos, imagens, questões) acerca da relação pessoal e fotográfica com o tempo. A fotografia no seu limite buscou extrapolar as fronteiras entre as linguagens.
Fotógrafo paulista que teve a série “O menino” selecionada nesta edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, Pedro Clash, que também participava do workshop, observou: “o tempo pra mim é uma mutação. O meu tempo, a minha preguiça, o meu clima, são determinantes na minha fotografia”.
O resultado do workshop foi uma coleção de projetos de experiências fotográficas. Desta vez, na ação formativa, buscou-se alinhar as ideias de um projeto fotográfico já existente, que cada participante trouxe e compartilhou com o grupo. Mais do que produzir as fotografias, a intenção foi a de olhá-las com mais calma e buscar compreender onde elas queriam nos levar. “Você pode pensar a fotografia como uma espera, de algo que se transforme em ato”, concluiu Fernando. Uma relação de fluxo e potência, de existir no tempo e nunca fora dele.
Criado em 2010, o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia é um projeto nacional que incentiva a cultura, a arte e a linguagem fotográfica em toda a sua diversidade.